domingo, 31 de julho de 2011

O Poder da Maçonaria.

A

 curiosidade e o interesse das pessoas - nem todas obviamente - em conhecer informações sobre a Maçonaria são enormes. Não conheço nenhuma pesquisa a respeito, mas tenho bons indícios. Lembro-me, por exemplo, de um programa do Jô Soares no qual foi entrevistado um pesquisador das sociedades secretas mais famosas. Além da Maçonaria  ele discorreu sobre a Iluminati, Templários, Priorado de Sião, Carbonária... Falou até sobre as sociedades secretas ligadas ao crime como a Camorra, os Hassansins, a Máfia, e a Yakuza
Ao término de sua entrevista o Jô Soares abriu a palavra ao auditório para perguntas e todas, absolutamente todas as duvidas foram dirigidas para se saber sobre a Maçonaria. A maioria das pessoas que fizeram as perguntas era de jovens. Esse fato me chamou muito a atenção.
Sempre que tenho oportunidade explico às pessoas que me perguntam e se mostram interessadas o que é a Maçonaria. Não faço proselitismo mesmo porque a Ordem não o faz. Os maçons não entram na Ordem como associados. Sequer são convidados. Um "profano" que é como denominamos aqueles que não são da irmandade, tem sua entrada na Ordem por meio de uma proposta feita por um Mestre Maçon. Ele passará por severas sindicâncias e avaliações de sua vida profissional, familiar e social até poder se submeter à iniciação ao 1º Grau que é o de Aprendiz. Só ai se iniciará a sua vida maçônica.
Na busca de conhecer mais e pesquisar temas da Maçonaria assisti a um programa do NatGeo (National Geographic) que versava sobre a Maçonaria. Excelente! Principalmente porque fugia do estereótipo de quase todos os documentários que teimam em colocar a Maçonaria e os maçons de forma maniqueísta seja para o bem ou para o mal. O documentário tem o título de "O Poder da Maçonaria" e conta com boa dose de verdade (algumas lendas e exageros sobre os mistérios) um bom pedaço da história sobre a formação e os princípios da irmandade maçônica. 
http://www.samauma.biz/site/images_news/simbolos.jpgPela seriedade e produção esmerada agregadas à qualidade inerentes aos produtos da National Geographic "O Poder da Maçonaria" é um documentário imperdível seja para os maçons, seus familiares e principalmente para as pessoas em geral que possam ter interesse ou curiosidade natural sobre a Maçonaria.
Serão cinco vídeos que publicarei no blog, todos dentro das próximas semanas. Não os coloco todos em um só post porque entendo que ficaria cansativo para os leitores.


sábado, 30 de julho de 2011

OS CARGOS EM LOJA, NO REAA .

Livro da Lei

OS CARGOS EM LOJA, NO REAA

Venerável Mestre - Primeiro Vigilante - Segundo Vigilante – Orador – Secretário – Tesoureiro – Chanceler - Mestre de Cerimônias – Hospitaleiro - Primeiro Diácono - Segundo Diácono - Primeiro Experto - Segundo Experto - Cobridor Interno - Cobridor Externo - Porta-Estandarte - Porta-Bandeira - Porta-Espada - Mestre de Harmonia -Mestre de Banquetes – Arquiteto.

Normalmente, possuem Adjuntos os cargos de Orador, Secretário, Chanceler, Tesoureiro, Hospitaleiro e Mestre de Cerimônias. Algumas Lojas podem ter também o 3º Experto.

- ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS, NO REAA

Venerável Mestre: como líder de seus Irmãos, compete-lhe dirigir a Loja, com serenidade, equilíbrio e senso de justiça. Como principal órgão administrativo da Oficina, nomeia membros da administração e comissões, fiscaliza a escrituração da Loja, inicia e confere Graus, procede à apuração de qualquer eleição ou escrutínio, decide questões de ordem, destina os papéis a ele encaminhados, assim como o expediente da Secretaria, assina o Livro de Atas, distribui sindicâncias, encerra o Livro de Presença, autoriza despesas ordinárias, apresenta relatórios de sua Administração, organiza e controla as discussões dos assuntos em pauta, com o máximo de isenção, mas com pulso firme.

1º Vigilante: além de substituir o Vem.’. Mestre em seus impedimentos e faltas, dirige a sua Coluna de obreiros, transmitindo as ordens do Venerável aos obreiros e ao 2º Vigilante, e encaminhando ao Venerável as informações do 2º Vigilante e dos outros obreiros (Cobridor, Hospitaleiro, Mestre de Cerimônias). Também pede ao Venerável a palavra para os obreiros de sua Coluna, dá-lhes as instruções e solicita aumento de salário para os Companheiros.

2º Vigilante: substitui o Venerável durante o impedimento concomitante deste e do 1ºVigilante. Substitui o 1º Vigilante, dirige os obreiros de sua Coluna, solicitando a palavra para eles, dando-lhes as instruções e solicitando aumento de salário dos Aprendizes.

Orador: como guarda da lei e representante do Ministério Público Maçônico, deve zelar pelo fiel cumprimento da Constituição e das leis, coibindo e denunciando, se for necessário, os eventuais abusos. Verifica a regularidade dos documentos, lê leis e decretos, dá as suas conclusões, exclusivamente do ponto de vista legal, sobre qualquer proposta, e produz as peças de arquitetura nas solenidades.

Secretário: redige as atas, procede à sua leitura e, depois da aprovação, as assina juntamente com o Venerável. Trata da expedição e recebimento de toda a correspondência, expede convites para as Sessões, passa certificados e certidões, organiza o Quadro de Obreiros, faz todas as comunicações solicitadas pelo Venerável ou pela Oficina, guarda e mantém em dia os livros de atas dos três Graus, além do livro de eleições e de matrícula dos Obreiros.

Tesoureiro: arrecada as receitas da Loja, pagando todas as despesas. Mantém o livro caixa em dia e apresenta um balanço, pelo menos a cada semestre. Funciona como depositário dos metais recolhidos pelo Hospitaleiro, apresenta no início do ano fiscal a proposta orçamentária, e zela pelo patrimônio financeiro da Loja.

Chanceler: é o depositário do timbre e do selo da Loja. Deve manter o livro de registro de todas as peças que tenha timbrado e selado. Mantém os Livros Negro e Amarelo. Zela pelo livro de presenças, que fica em sua mesa, e mantém o registro das presenças dos obreiros.

Mestre de Cerimônias: encarregado do cerimonial deve acompanhar todos os que se deslocam em Loja (com exceção dos Diáconos e do Hospitaleiro). Faz parte de todas as Comissões que introduzem autoridades e visitantes ilustres. Faz circular a Bolsa de Propostas e Informações, faz assinar, a quem de direito, a ata da sessão anterior e demais papéis que devam ser assinados. Conta os votos dos obreiros presentes, anuncia ao Venerável o resultado da votação, e apresenta o livro de presença aos retardatários.

Expertos: compete-lhes substituir os Vigilantes, desempenhar nas iniciações as funções contidas nos Rituais, e auxilia o Cobridor no telhamento de visitantes.

Hospitaleiro: faz circular a Bolsa do Tronco de Beneficência, ou de Solidariedade, cuida de toda a parte assistencial da Loja, propondo auxílios e zelando para que não sejam desvirtuados. Visita os obreiros enfermos, mantém um livro de receita e despesa e organiza o balanço semestral.

Cobridores (Interno e Externo): compete-lhes zelar pela segurança interna e externa do Templo, certificando-se da qualidade maçônica de todos os que se apresentem à porta do Templo. Devem também evitar que os obreiros abandonem o Templo sem a devida permissão do Venerável.

Diáconos: tratam da ornamentação e da preparação do Templo para as Sessões, devendo tratar com o Tesoureiro tudo o que envolva despesas, mantendo o livro de carga, onde lançarão os objetos a seu cargo.

Porta Bandeira: conduz, nas Sessões designadas, o Pavilhão Nacional, de acordo com o protocolo das Obediências.

Porta Estandarte: compete-lhe guardar e conduzir o estandarte da Loja, que deverá ficar guardado em um escrínio; só quando a Loja é declarada aberta é que ele alça o Estandarte, colocando-o depois em lugar bem visível, no Oriente. Quando a Loja é declarada fechada, ele recolhe o Estandarte e guarda-o

Mestre de Harmonia: deve cuidar de toda a trilha musical das Sessões tanto as eminentemente maçônicas quanto as abertas ao público (brancas), zelando também pela manutenção dos aparelhos de som necessários ao desempenho do seu cargo.

Mestre de Banquetes: compete-lhe promover os ágapes fraternais, bem como as Lojas de Mesa solsticiais (banquetes ritualísticos), providenciando tudo o que for necessário.

6º - Tanto os Aprendizes quanto os Companheiros não podem ocupar cargos em Loja. Somente quanto na falta de Irmãos do quadro é que poderão ser substituídos por Companheiros ou Aprendizes os seguintes cargos: Mestre de Harmonia, Experto ( sem entrar no oriente ) e Arquiteto.

Rio de Janeiro, 4 de maio de 2002

Antonio Rocha Fadista – M.’.I.’.

Tartarugas e peixes vivos são usados como chaveiros na China.

A mais nova bugiganga que está sendo vendida por ambulantes chineses, nas estações de trem e metrô do país, são chaveiros que vêm com uma tartaruga brasileira ou um par de peixinhos dentro de um minúsculo plástico com água colorida.


Foto de Li Bo

A denúncia foi feita pelo jornal Global Times, que afirmou que, em apenas cinco minutos, o repórter escalado para checar a denúncia assistiu à venda de 10 chaveiros. Segundo o veículo, para ganhar a simpatia dos compradores, os ambulantes garantem que o acessório traz boa sorte e que a água com corante possui nutrientes que permitem que os animais sobrevivam dentro do chaveiro por meses.
Depois de assistir à transação, o repórter interrogou alguns compradores: enquanto uns realmente acreditaram na balela dos ambulantes e compraram o chaveiro para fazê-lo de amuleto, outros afirmaram adquirir o acessório, apenas, para soltar os animais na natureza.
Seja como for, as ONGs chinesas defensoras dos animais já estão se mobilizando contra a crueldade, que por incrível que pareça não é considerada crime no país. Isso porque, na China, a única lei de proteção animal vigente diz respeito, apenas, aos bichos selvagens de médio e grande porte.
(Fonte: Super Interessante)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

IRMÃOS COM TRÊS PONTINHOS.

 

A palavra irmão, tal como se encontra no dicionário, significa pessoa que descende de um ou dos dois pais comuns. Essa definição baseada na origem biológica da pessoa, embora bastante simples e precisa não é suficiente para definir a palavra irmão no sentido mais amplo do termo.Muitas religiões, notadamente os evangélicos no Brasil, utilizam o termo irmão para definir aquele que professa a mesma religião que a sua, esse sentido deriva da crença que todos somos filhos de um único Deus e, portanto a humanidade formaria, segundo esse entendimento, uma grande família, sendo todos irmãos. É sem dúvida uma bela e filosófica visão e talvez seja um fim a ser alcançado.
Nos Estados Unidos da América, os índios Sioux, tinham uma tradição que era a seguinte: todo menino nascido na tribo, durante os primeiros meses era amamentado por todas as mulheres da tribo, dessa forma esse menino ao tornar-se um guerreiro, considerava todas as mulheres da tribo como suas mães e todos os velhos como seus avós, destarte todos os outros guerreiros eram seus irmãos e estando em batalha, cada um cuidaria da sua vida e da vida de seus irmãos, sendo esse um sentimento tão forte que jamais um irmão seria abandonado no campo de batalha, se tivessem que morrer morriam juntos, irmãos na vida e na morte. Na Maçonaria temos o costume de tratar-nos como irmãos, demonstrando dessa forma o caráter fraternal de nossa organização. Quando um profano recebe a luz em um templo, durante o ritual de iniciação, a primeira coisa que ele vê são seus irmãos, jurando protege-lo sempre que for preciso.
A partir desse momento todos que a ele se referem o tratam por irmão, os filhos de seus irmãos passam a tratá-lo como tio e as esposas de seus irmãos passam a ser suas cunhadas. Forma-se nesse momento um elo firme entre o novo membro da ordem e a família maçônica.
     
É difícil precisar, no entanto, como esse vinculo se cria e se mantém. Porque? ao sermos reconhecidos como Maçons o outro lado prontamente abre um sorriso amigo e te abraça, como se já te conhecesse de toda a vida. Que força é essa que nos une e faz com que homens de diferentes, raças, credos, profissões e classes sociais, tenham um sentimento de irmandade mais forte entre eles, que entre irmãos de sangue? A Maçonaria que passou por várias fases em sua existência desde a Maçonaria operativa até as atuais Lojas Maçônicas, foi refinando a maneira pela qual seus membros são escolhidos e convidados para integrar nossas colunas, o possível candidato sem saber está sendo observado em seus atos e na forma de conduta na vida profana, sendo que ao ser formalmente convidado, parte de sua avaliação já foi concluída, bastando agora cumprir os regulamentos da respectiva potência maçônica, para levar a cabo o ingresso do novo membro.
                                                                                        
Talvez devido ao fato de que todo o Maçom, por saber dos rigores dessa seleção, que pese o fato de que algumas vezes cometemos erros, iniciando irmãos que nem de longe mereceriam essa honra, nós temos a tendência a confiar em um irmão porque sabemos que ele é livre e de bons costumes. Aquele que ao apor sua assinatura em uma folha qualquer acrescentar os três pontinhos deve saber que está dizendo ao mundo, “Sou Livre e de Bons Costumes”. E como tal será cobrado em suas ações e atitudes tanto dentro dos templos como no mundo profano. Creio que muitos irmãos adentram à nossa ordem sem a devida reflexão da responsabilidade que isso lhes impões, repetem os juramentos sem entender a verdadeira abrangência de suas palavras, o fazem por que isso faz parte do ritual, da mesma forma que pessoas que jamais freqüentam a igreja se casam e juram amor eterno e fidelidade diante do sacerdote sem, no entanto ter a menor intenção de cumprir esse juramento.
          
È compreensível que muitos irmãos entrem na Ordem sem o devido conhecimento da mesma, até porque esse conhecimento é pouco divulgado e muitas vezes os padrinhos e aqueles que fazem as sindicâncias não esclarecem o profano devidamente sobre as responsabilidades que estará assumindo. O que não é aceitável é que depois de ingressar e conhecer nossas normas e formas de conduta exigidas o irmão continue agindo como antes do ingresso, ou seja, o irmão transforma-se naquilo que costumamos chamar de “Profano de Avental”, é aquele irmão que embora imbuído de boas intenções não permeou seu espírito com os ensinamentos da Maçonaria e mesmo que permaneça na Ordem por toda a vida jamais será um Maçom no mais completo sentido da palavra. Nossa ordem necessita de irmãos que tenham entre si aquele sentimento de fraternidade e solidariedade, tal qual os guerreiros Sioux, que sendo filhos genéticos de pais diferentes se sentem irmãos, porque participam de algo que é maior que cada um deles individualmente.
     
Nossas Lojas precisam de irmãos de verdade, aqueles que tem orgulho de pertencer a essa instituição e estão dispostos a sacrifícios pessoais em benefício da mesma . Ele deve lembrar-se sempre que ele não escolheu a Maçonaria, mas foi por ela escolhido por reunir as condições necessárias para tal. No entanto ele escolheu ficar e deve ser fiel aos seus juramentos.

Precisamos,portanto de Irmãos com três pontinhos de verdade.
BIBLIOGRAFIA
Peça enviada pelo  Venerável mestre Ailton de Oliveira e escrita pelo Irmão Sidney Correia
Cavaleiros do Templo XXVI

domingo, 24 de julho de 2011

Conheça as artes do cirurgião plástico mais famoso do mundo


O mineiro Ivo Pitanguy se transformou em um dos maiores nomes da cirurgia plástica. Filho de uma dona de casa apaixonada por artes e de um cirurgião, ele uniu suas duas influências.
Ivo Pitanguy é mineiro de Belo Horizonte. Começou a cursar medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais e formou-se pela Faculdade de Medicina do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Durante a infância e a adolescência, sua paixão eram os livros, a pintura, a poesia, a natureza e o esporte. A paixão pelas artes Pitanguy herdou da mãe, Maria Stael Jardim de Campos Pitanguy, uma mulher sensível e culta, que lhe deu quatro irmãos: Ivan, Ivette, Yeda Lúcia e Jacqueline. A vocação pela medicina só surgiu após o término dos estudos secundários, por influência do pai, o cirurgião-geral Antônio de Campos Pitanguy.
Leia mais em: Biografia de Pintanguy

sexta-feira, 22 de julho de 2011

A falta dos grandes predadores.


O acentuado declínio nas populações dos grandes predadores não é apenas uma notícia triste para quem admira animais como leões, tigres, lobos e tubarões. De acordo com estudo publicado na revista Science, a perda de espécies no topo da cadeia alimentar pode representar um dos maiores impactos da ação humana nos ecossistemas terrestres.
Segundo James Estes, do Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade da Califórnia, e colegas, a diminuição é muito maior do que se estimava e afeta muitos outros processos ecológicos em um efeito que os cientistas chamam de cascata trófica, no qual a perda no topo da cadeia alimentar impacta enormemente muitas outras espécies de animais e de plantas.
Os autores do estudo afirmam que o resultado desse declínio é tão intenso que tem afetado os mais variados aspectos do ecossistema global, como o clima, a perda de hábitats, poluição, sequestro de carbono, espécies invasoras e até mesmo a propagação de doenças.
O estudo aponta que a perda desses grandes animais é a força motriz por trás da sexta extinção em massa na história do planeta. “Temos agora evidências extensivas de que os grandes predadores são altamente importantes na função da natureza, dos oceanos mais profundos às montanhas mais altas, dos trópicos ao Ártico”, disse William Ripple, da Universidade Estadual do Oregon, autor do estudo.
“De modo geral, o colapso dos ecossistemas atingiu um ponto em que isso não afeta apenas animais como lobos, o desflorestamento, o solo e a água. Esses predadores, em última análise, protegem os homens. Isso não é apenas algo sobre eles, mas sobre nós”, disse.
Entre os dados expostos no artigo está o efeito do declínio de lobos no Parque Nacional Yellowstone, nos Estados Unidos. Quando esses animais foram sendo removidos, a população de alces se alterou imediatamente. Mas também mudou o comportamento desse cervídeo, que passou a se alimentar de plantas em locais em que antes não ia porque podia ser atacado por um lobo.
Sem os lobos, pequenas árvores da família Salicaceae e gramíneas passaram a crescer menos, o que resultou na queda de alimentos para os castores, com resultante diminuição na população desses últimos. O resultado foi a cascata trófica. Com a reintrodução de lobos no parque, passou a ocorrer a recuperação do ecossistema, com as plantas voltando a crescer mais, assim como as populações de outros animais.
Outro destaque do estudo é a redução na população de grandes felinos no Utah, que levou ao aumento na população de cervídeos, à perda na vegetação, à alteração no fluxo de canais de água e ao declínio da biodiversidade.
Por muito tempo os grandes predadores foram vistos no topo da pirâmide trófica e sem terem grande influência nas espécies e na estrutura abaixo. Isso, segundo os autores do estudo, é uma compreensão fundamentalmente equivocada da ecologia.
Participaram do estudo pesquisadores de 22 instituições de seis países. O artigo Trophic Downgrading of Planet Earth (doi:10.1126/science.1205106), de James Estes e outros, pode ser lido por assinantes da Science.

Texto da Agência Fapesp. Vídeo: Green File Productions/Science.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Louis Armstrong - Hello Dolly Live .

"Imagine os Beatles em meados dos anos 60 do século passado. Não tinha para ninguém. O culto aos rapazes cabeludos de Liverpool atravessara o Atlântico, se espalhara pelos Estados Unidos e saltara de lá para o resto do mundo. Pois bem: Hello, Dolly!, cantada por Armstrong, foi para o primeiro lugar do Top 10. Desbancou uma canção dos Beatles que ali permaceu durante 14 semanas consecutivas. Armstronh tinha na época 63 anos. Trompetista, cantor e compositor, era reconhecido como o maior nome da história do jazz. Jamais perderia tal condição."
(Fonte: Blog do Noblat)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Os Beatles gravaram versão de Asa Branca?

Escrito por Mariana Albanese   

“Os meninos ingleses têm muito sentimento e não avacalham a música. A toada deles parece bastante com as coisas do Nordeste”. O ano era 1968, e Luiz Gonzaga, em entrevista à primeira edição da revista Veja, comentava sobre a notícia-bomba do momento: os Beatles haviam gravado Asa Branca. “Agora é que eu quero ver se os Beatles vendem mesmo”, desafiou. Afinal, se ele, que era um sanfoneiro vindo do sopé da serra do Araripe, em Pernambuco, vendeu 2 milhões de discos com a canção, que sucesso não faria o quarteto inglês?
A novidade havia sido revelada pelo apresentador Carlos Imperial em seu programa Os Brotos no 13, da TV Rio. Ele, que vivia alardeando a semelhança do rock com o xote, conseguira, enfim, uma prova cabal: no mais recente disco da banda inglesa, The Beatles (mais conhecido como Álbum Branco), havia uma versão da toada sertaneja, renomeada Blackbird.
 Por essa época, o Velho Lua andava um tanto esquecido. A moçada só queria saber de iê-iê-iê e Tropicália. E, claro, do quarteto inglês. Nada de sanfona. Como não poderia deixar de ser, a novidade atiçou a imprensa. Foi entrevista para todo lado, convites para shows, polêmica nas rodinhas. À revista InTerValo, Gonzagão sugeriu: “Eu gostaria muito que os Beatles usassem a gaita escocesa no arranjo. Ah, vai ficar uma beleza!”
Assim o repórter abria a matéria: "Luiz Gonzaga vai ganhar 50 mil dólares, no mínimo. Mas ficar milionário deixou Luiz com um drama de consciência: não lembra com certeza de que a música é mesmo de sua autoria." Composta em 1947 em parceria com Humberto Teixeira, Asa Branca, na verdade, seria uma canção já popular lá para as bandas de Exu, terra em que nasceu. Ele e o parceiro teriam apenas feito algumas melhorias. Foi o que afirmou, completando: “Eu cantava músicas dos outros e os outros cantavam minhas músicas, sem preocupações com direitos autorais. Deve haver por aí muita música que inventei, passei adiante e que agora faz parte do folclore nordestino.”
O fato é que a canção ficou conhecida a partir de sua gravação e as de outros 310 intérpretes. Até um grego, Demis Roussos, gravou uma versão, chamada de White Wings, mas os rapazes de Liverpool não estavam entre os intérpretes de Gonzagão. A história não passava de fantasia de Carlos Imperial.
O ator, apresentador e compositor, que anos antes tentou sem sucesso lançar Roberto Carlos como “Príncipe da Bossa Nova”, havia inventado a história para alavancar a carreira de Luiz Gonzaga. Há quem diga que o pedido partiu da RCA Victor, gravadora do pernambucano. Em entrevista ao jornal O Pasquim, em 1971, Gonzagão contou: “Gravei programas, ganhei dinheiro e o Carlos Imperial na maior gozação do mundo. Aí fomos comemorar o negócio em Guarapari”.
(Fonte: Almanaque Brasil)

SAIBA MAIS
Confira a matéria da revistaVeja de 1968.

sábado, 16 de julho de 2011

Relojoaria - Orloj (Praga) Século 15

Relojoaria - Orloj (Praga) Século 15

Ao contrário do que se dizia, a Idade Média não foi a era da escuridão, mas uma era de muita luz. Os relógios, por exemplo. Desde a Antiguidade que o homem procura marcar as horas. Mas foi na Idade Média que a arte da relojoaria atingiu seu apogeu.
Dante, em sua Comédia, fala de “rodas que giram e completam seu círculo num relógio”. Chaucer fala de um galo que canta com “a mesma regularidade que o relógio (clock) num relógio (orloge) de abadia”. O poeta inglês usava “clock” para se referir ao sino que marcava a hora e “orloge” para indicar o relógio propriamente dito.
Esses relógios não tinham nem mostrador, nem ponteiros. A hora era marcada pelo bater de um sino. Às vezes, nas grandes torres, colocavam figuras mecanizadas que se moviam e na hora certa, batiam no sino. Eram chamadas de “jacquemarts” (Jacques com o martelo), feitas em madeira ou metal.
Durante o século 14 começaram a surgir relógios como os que ainda podem ser encontrados em alguns lugares da Europa.


Começo com o Orloj, o Relógio Astronômico de Praga, que fica numa lateral da torre da Velha Prefeitura, datada do século 15. Nenhum adjetivo usado para descrever essa criação medieval faria jus à sua beleza, ou à sua perfeição.
De hora em hora, na hora exata, duas pequenas janelas lá no alto da torre se abrem e você verá o passar da hora num espetáculo inesquecível.
O galo canta e nesse momento começa a Procissão dos Apóstolos.
Da janela à esquerda surgem Paulo carregando um livro e uma espada; Tomé com uma lança na mão; Judas Tadeu com um livro na mão esquerda; Simão com uma serra; Bartolomeu também carrega um livro; e José com um papiro.
Da janelinha da direita: Pedro com uma chave; Mateus com um machado; João castigando uma cobra; André com a cruz; Felipe também com uma cruz; João Evangelista com um porrete.
Logo abaixo, está a Esfera, ou o Mostrador Astronômico (foto maior), maravilha criada em 1410: mostra a hora, acompanha os movimentos do sol e da lua – assumindo que a terra é o centro do universo, claro, como se cria até então.
Em torno do mostrador, à esquerda, as estátuas da Vaidade e a Avareza. À direita, a da Morte e a do Turco.
Os algarismos romanos no círculo azul marcam a escala das 24 horas que completam um dia e o horário local de Praga.
As linhas douradas curvas dividem a parte azul do mostrador em 12 partes, que é o tempo entre o nascer e o por do sol. O mais fantástico é que como dependem da luminosidade, aumentam ou diminuem o tempo entre a alvorada e o poente conforma a época do ano.
O mostrador zodiacal é o de baixo. No centro, um calendário com os 12 meses e a representação dos zodíacos. Nas laterais, á esquerda, as estátuas de um Cronista e de um Anjo; à direita, um Astrônomo e um Filósofo.
Praga, Tchecoslováquia
Fontes: en.wikipedia.org/wiki/Clock_tower
             www.prague.cz/
             Larousse

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Ursa enfrenta dois tigres com filhotes nas costas.

Um fotógrafo conseguiu capturar o momento em que uma ursa enfrenta dois tigres para proteger os filhotes, que passaram todo o tempo agarrados às suas costas.
Caters News
Ursa enfrenta dois tigres com filhotes nas costas; veja série de imagens
veja série de imagens

O confronto, que durou menos de três minutos, aconteceu na Reserva de Tigres de Ranthambore, no Rajastão, na Índia.
Os tigres se aproximaram da ursa, que bebia água com suas duas crias.
Ela avistou um dos tigres e pulou em sua direção, afugentado-o imediatamente. Mas o outro tigre se aproximou de forma ameaçadora, e a mãe protetora levantou as patas dianteiras e o enfrentou.
"Ursos e tigres são animais que normalmente se evitam, mas a ursa estava com seus filhotes e se sentiu ameaçada. Por isso ela avançou na direção do tigre", conta o fotógrafo Aditya Singh, que vive nos arredores da reserva e visita a região diariamente.
"Acho que a mãe protetora decidiu que a melhor defesa era o ataque", diz Singh.
(Fonte: Folha Uol)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Navegue pelo Rio São Francisco.


São quase três mil quilômetros da nascente à foz do Rio São Francisco. Acompanhe o curso do Velho Chico em cinco estados brasileiros. A Serra da Canastra é o ponto de partida.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Zeppelin no Recife.

Graf Zeppelin em Recife - Fotos: Blog Júlio Ferreira

O dirigível alemão, que media 235 metros de comprimento, chegou a uma velocidade espantosa para uma aeronave do seu porte: 110 quilômetros por hora. Sua missão era estabelecer o tempo que os dirigíveis levariam para se deslocar da Europa Central até o Brasil, a fim de determinar sua viabilidade econômica como transporte de cargas.
E, quando o "Graf Zeppelin" atracou no Recife, o sucesso foi comemorado: a travessia do Atlântico foi feita em tempo recorde (três dias) e a cidade, local do primeiro pouso, parou diante do espetáculo.
Tudo aconteceu numa quinta-feira, 22 de maio de 1930, ao mesmo tempo em que no Rio de Janeiro o Congresso Nacional proclamava eleito o presidente da República, Júlio Prestes. Mas os jornais de Pernambuco só estamparam em suas primeiras páginas um único assunto: a chegada do dirigível, ocorrida exatamente às 18h35m.
A recepção ao Zeppelin, que havia deixado a base de Friedrichshaven, na Alemanha, às 17h do dia 18 de maio, foi minunciosamente preparada pelas autoridades governamentais.
O prefeito do Recife decretou feriado municipal. O governador de Pernambuco, Estácio Coimbra, sancionou um extenso decreto estabelecendo como os recifenses deveriam se comportar no dia da chegada do "grande navio aéreo", decreto este que regulamentava até mesmo "o tráfego de veículos e pedestres na cidade".
Para atender a multidão que pagou três mil contos de réis pelo acesso ao Campo do Jiquiá, construído especialmente para o pouso, a Great Western colocou vários trens extras, e 1.010 policiais trabalharam no local.
O grande interesse pela chegada do "Graf Zeppelin" ao Recife tinha uma justificativa: aquela era a primeira vez que o dirigível atracava não só no Brasil, como também na América do Sul.
Além disso, o dirigível, criado no final do século anterior pelo engenheiro alemão Ferdinand von Zeppelin, era o que havia de mais avançado em tecnologia de grandes aeronaves mais leves do que o ar. Equipado com cinco motores Maybach de 530 HP cada, tinha capacidade para transportar nove toneladas de carga, 20 passageiros e 26 tripulantes.
Os Zeppelins eram aeróstatas dirigíveis, de tipo rígido, e, entre 1904 e 1914, foram construídos na Alemanha 25 aparelhos de grande porte, o que deu àquele país a liderança mundial na tecnologia de aeronaves mais leves do que o ar.
O exército e a marinha alemães compraram alguns desses dirigíveis e os outros foram usados por empresas aéreas para transporte a longas distâncias. Dois ficaram mundialmente famosos: o "Hindenburg", concluído em 1936, e o "Graf Zeppelin", que fez a primeira viagem ao Brasil.
Os dirigíveis alemães eram considerados tão confortáveis quanto um transatlântico. Sua carcaça era de alumínio, em forma de cilindro, revestida interiormente de um tecido de seda envernizada, onde ficavam os camarotes da tripulação e as instalações para passageiros e cargas.
Suas dimensões variavam de acordo com a capacidade de transporte do aparelho que era cheio de bolsões de hidrogênio, altamente inflamável. O gás, menos denso que a atmosfera, permitia ao dirigível se deslocar sem consumir combustível.
O dirigível que veio ao Recife tinha 235 metros de comprimento, 33,5 metros de altura e 30,5 metros de diâmetro. Sua força de elevação era de 129 toneladas e as instalações para passageiros eram compostas de dez camarotes com duas camas cada, sala de jantar e de recreio e banheiros.
Voava a uma altura de 150 a 200 metros, com velocidade máxima de 130 km/hora. Depois do primeiro pouso, o "Graf Zeppelin" fez várias viagens ligando o Brasil à Europa, passando quinzenalmente pelo Recife.
Como as mais de cem aeronaves do seu tipo que na década de 1930 circulavam por várias partes do mundo, o "Graf Zeppelin" foi retirado de uso depois que o "Hindenbrg", atingido por um raio, explodiu no ar, em maio de 1937, nos Estados Unidos, matando 37 pessoas.
Estava encerrada a carreira do grande dirigível que, ao pousar no Recife, foi assim aclamado pelo Jornal Pequeno: "Ninguém mais tem dúvida de que ele será, no futuro, o meio preferido, principalmente pela segurança, para o comércio entre os povos dos continentes".

sábado, 9 de julho de 2011

PROCLAMAÇÃO AO POVO BRASILEIRO

 


A CONFEDERAÇÃO DA MAÇONARIA SIMBÓLICA DO BRASIL – CMSB, representando mais de 110.000 maçons filiados às vinte e sete GRANDES LOJAS MAÇÔNICAS de todas as Unidades Federativas do Brasil, reunida em sua XL Assembléia Geral Ordinária, nos dias 2 a 6 de Julho de 2011 na cidade de Aracaju – SE, conclama o Povo Brasileiro para que, unidos continuemos na defesa intransigente da ética e da moral, propugnando ainda pelo efetivo envolvimento de todas as Grande Lojas Confederadas nos seguintes assuntos de interesse nacional:

1 – Priorização das políticas de educação no País, com alteração substancial no modelo existente, e com a participação direta e efetiva da União Federal em todos os níveis, inclusive com revisão do pacto federativo.

2 – Institucionalização de políticas preventivas e educacionais de combate ao uso de drogas, voltadas ao público infantil e juvenil na área de abrangência e atuação das Grandes Lojas Brasileiras.

3 – Estabelecimento de parcerias com o Governo e com a sociedade organizada na implementação de políticas públicas de defesa das crianças, adolescentes e proteção a velhice.

4 – Participação efetiva nos projetos de proteção ao meio ambiente através de políticas que garantam a sua preservação, a qualidade de vida da população e ao mesmo tempo possibilite o desenvolvimento sustentável.

Aracaju – SE, 06 de julho de 2011

José Walter Rodrigues dos Santos

Sereníssimo Grão mestre da M.R. Grande Loja do Estado de Sergipe e Presidente da XL Assembléia Geral Ordinária da C.M.S.B.

Nathaniel Carneiro Neto – PGM

Secretário Geral

E mais assinam

Os 26 Grão Mestres das demais 26 Grande Lojas do Brasil.



Fonte: Fernando Paiva
(Fonte: Blog O Aprendiz)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Mulher na Maçonaria.


A base da Instituição maçônica é a fraternidade. Por isso reúne os homens em suas Lojas, nas quais reinam a moral, a tolerância e a solidariedade. Porém, a Maçonaria também dedica à família o melhor de suas atenções. E embora a mulher não participe diretamente dos trabalhos maçônicos, não se pode dizer que não lhes presta a sua colaboração, pois, enquanto os maridos se dedicam aos trabalhos da Loja, as esposas se constituem em guardiãs do lar e dos filhos.
Os Maçons tributam, portanto, à mulher não somente o respeito que ela merece como mãe, esposa, irmã e filha, mas também pela admiração a que tem direito por ser o ornamento da humanidade, na qual tem exercido um grande papel civilizador e propulsor do progresso dos povos.
A Maçonaria não admite, por tradição, as mulheres em suas Lojas como membros ativos. Mas, em muitas Lojas, têm a seu cargo os trabalhos assistenciais da Oficina , e espalham a seu redor o carinho, o amor ao próximo e todas as virtudes peregrinas que formam os dotes da sensibilidade feminina.
Giz G. Huard (L’art Royal – p. 145) que no seu famoso discurso, datado de 21 de março de 1737, Ramsay justificou a exclusão das mulheres da Maçonaria, alegando que a sua presença poderia alterar a pureza dos costumes.
Sabemos, no entanto, que os motivos são muito diferentes e remontam aos alvores das sociedades humanas. No que se refere propriamente a instituição maçônica, convém ter na devida conta que, ao ser fundada a Maçonaria Moderna , as suas reuniões se realizavam em tavernas, as quais, por mais seletas que fossem, não eram locais muito apropriados para as senhoras. Além da tradição da arte dos pedreiros que excluía as mulheres da profissão, os clubes, então em grande voga, só admitiam homens que se reuniam entre si para tratar dos seus negócios. Os ingleses sempre gostaram dos clubs only for man (clubes somente para homens) e a maçonaria nasceu na Inglaterra.
Esta regra, contudo, não foi expressa em palavras precisas em nenhum dos “Antigos Deveres” (Old Charges), embora todos os regulamentos se refiram apenas a homens e muitos deles, de forma alguma, poderiam ser aplicados a mulheres. Os regulamentos corporativos proibiam o emprego das mulheres na indústria, com exceção da viúva do mestre da oficina, e mesmo de sua filha.
A exclusão da mulher, na Maçonaria operativa, prendia-se, muitas vezes, ao fato de a mulher operária daquela época, ganhando salário inferior ao homem, tornar-se uma concorrente tão poderosa quanto nefasta, ou pelo menos assim julgava uma sociedade que vivia atrofiada pela falta de mercados e de empregos.
Mas se a corporação deixava a mulher viúva ou filha órfã, do mestre, continuar o negócio-privilégio do marido para poder manter-se e aos filhos, não lhe permitia, contudo, aceitar aprendizes, por lhe faltarem conhecimentos profissionais para instruí-los devidamente.
Sabe-se, porém, por meio das relações do imposto de capitação, da existência de mulheres gesseiras, almofarizeiras , e mais raramente pedreiras. Não obstante, Bernard E. Jones fala de várias viúvas que faziam parte da Companhia de Maçons de Londres.
Somente em 1723, nas Constituições maçônicas é que, pela primeira vez, a palavra “mulher” foi introduzida na lei. Diz-se, e de maneira explicita, que “as pessoas admitidas como membros de uma Loja devem ser homens bons e verdadeiros… e não escravos, nem mulheres etc.”
Eliane Brault em La F.M. et l’Émancip. des Femmes (A Franco-maçonaria e a emancipação da mulher) expõe os motivos dessa medida. Dizendo:
“Decretando desde a sua fundação que não aceitaria senão homens livres e de bons costumes, a Maçonaria afastava os mercenários (o termo proletário não existia ainda naquela época) como privados de liberdade, os assalariados dependendo de um patrão, os judeus que não tinham ainda conquistado os direitos de cidadãos, os comediantes e os artistas, que não eram considerados como de bons costumes, já que o acesso à igreja lhes era proibido; a fortiori era obrigada a afastar as mulheres, visto que as leis e os costumes as mantinham em estado de menoridade e de subordinação” (pp. 12-13).
Apesar da Maçonaria Moderna excluir terminantemente as mulheres de qualquer participação ativa na Loja, são conhecidas algumas narrativas de casos raros de mulheres que receberam o Primeiro Grau. As narrativas referem-se a:
1. Sra. Aldworth (Elisabeth Saint-Leger – 1693-1773)
Conhecida na Inglaterra como a “Dama Maçom” teria sido iniciada, ainda solteira, por volta de 1710. Era filha do 1º Visconde de Doneraile, do condado de Cork, na Irlanda, casando-se, em 1713, com Richard Aldworth. Entretanto, não há evidências documentais de que a Sra. Aldworh tenha sido efetivamente iniciada no Primeiro Grau da Maçonaria.
2. Sra. Beaton:
Escondeu-se uma tarde no forro de madeira de uma Loja de Norfolk, na Inglaterra, surpreendendo os segredos maçônicos. Foi então iniciada. Esta mulher, que era chamada “o Maçom”, guardou o segredo até a sua morte em 1802. Não existem evidências documentais que confirmem o fato narrado.
3. Madame de Xaintrailles:
Segundo a narrativa, que não cita a data em que se passou, o fato teria se passado na Loja des Frères Artistes , em França, presidida pelo Irmão Cuvelier de Trie, quando era celebrada uma Festa de Adoção.
“Antes da introdução dos membros femininos, os Irmãos abriam a Loja no primeiro grau”. “Entre os visitantes que esperavam na antecâmara estava um jovem oficial em uniforme de cavalaria”. “O Irmão encarregado do exame dos visitantes pediu-lhe o diploma ou o certificado (de maçom) para ser examinado pela Loja”. “Após uma pequena hesitação (o oficial) entregou um papel dobrado que foi imediatamente encaminhado ao Orador da Loja, o qual, ao abri-lo, descobriu tratar-se de uma patente de ajudante de ordens, outorgada pelo Diretório (1795-1799) à esposa do General Xaintrailles, uma mulher que, com várias outras, naqueles tempos conturbados, tinha revestido o traje masculino, alcançando uma graduação militar pela espada”.
Maçonaria Feminina ou de Adoção
O estado de inferioridade física da mulher foi o motivo de menoridade jurídica em que se achou relegada até este século. E também a razão por que não foi admitida, pelo menos oficialmente, na Maçonaria Operativa e, conseqüentemente, na Maçonaria Moderna, salvo uma ou outra exceção, que não fazem mais do que confirmar a regra geral.
As Constituições maçônicas de 1723 tornaram explicita a exclusão da mulher na Ordem maçônica. Esta regra transformada em Landmarque , é uma daquelas que são exigidas para a regularidade de uma Obediência maçônica e o subseqüente reconhecimento.
Não obstante, na sua Convenção de 1935, a Grande Loja de França encarregou o seu Conselho Federal de “submeter ao estudo das Lojas, de acordo com as Lojas de adoção, as modalidades permitindo a outorga a essas Lojas da independência ou da autonomia, mesmo obediencial, que lhes permitiria, em condições novas de administração, prosseguir, do ponto de vista feminino, a obra de fraternidade e de tolerância da Maçonaria masculina”.
Isto significa, do ponto de vista daquela Potência francesa, que a tutela masculina não se justificava mais, daí a necessidade de adaptar as Lojas femininas. Porém a Guerra de 1939-1945 atrasou a realização do projeto. Não obstante, na Convenção de 1945 da Grande Loja de França, diz Alec Mellor, o Grão-Mestre Michel Dumesnil de Gramont voltou ao assunto nos seguintes termos:
“Desejaria chamar a vossa atenção sobre a participação da mulher na obra maçônica e, por conseguinte, sobre as Lojas ditas de adoção. Hoje, a emancipação da mulher é, no domínio político, plenamente realizada. É de se pensar que o será, brevemente, no domínio jurídico. – Seria realmente um paradoxo ofensivo de ver a Maçonaria, inteiramente voltada para o progresso, permanecer como último refúgio da concepção antiquada, visando manter a mulher num estado humilhante de menoridade. – Assim, quando as nossas Irmãs manifestaram a intenção muito natural de reconstituir as suas Oficinas, decidimos por um termo a uma fórmula já caduca para chegar enfim ao que devia ser a conseqüência lógica do esforço pretendido desde há quarenta anos e mais nas nossas Lojas de Adoção, quer dizer à criação, em França, como isto existe na Inglaterra, de uma Maçonaria feminina autônoma.
As nossas Irmãs asseguraram-nos, aliás, que se consideravam sempre como permanecendo sob o patrocínio espiritual da Grande Loja de França e que a sua atividade se inspirava constantemente nos princípios da Maçonaria escocesa.
Quanto a nós, não podemos esquecer que, durante longos anos, as Irmãs, que uma evolução natural terá conduzido à independência, contribuíram para a ação e a prosperidade da Grande Loja.
Isto nos cria para com elas deveres que não poderíamos esquecer e que se devem traduzir por um concurso material e moral tão extenso quanto for necessário, para permitir-lhes organizar a primeira Maçonaria feminina autônoma que a França terá conhecido.
Esperamos, meus Irmãos, que haveis de querer consagrar com a vossa aprovação um ato que pode ter, no porvir, as mais importantes e as mais felizes conseqüências….” (pp. 194-195).
E assim, em 17 de setembro de 1945, a Grande Loja de França ab-rogava os textos regendo a Maçonaria de adoção, abolia esta última definitivamente e em 21 de outubro de 1945 uma nova obediência, a União Maçônica Feminina, realizava a sua primeira assembléia geral. Em 1952, esta obediência passou a denominar-se Grande Loja Feminina de França e em 1959 adotou o Ritual masculino do Rito Escocês Antigo e Aceito, ligeiramente modificado em alguns pontos e detalhes. Em 1963, Alex Mellor (op. Cit.) escrevia ainda:
“A jovem obediência conta atualmente com cerca de vinte Lojas e um pouco mais de 50O membros. A sua orientação difere da do Direito Humano no fato de ela preferir nitidamente as questões de simbolismo, quer dizer as verdadeiras questões maçônicas, às questões de política, mesmo qualificada de ‘sociais’”.
“Os Maçons das outras obediências são admitidos como ‘visitantes’, incluídos os do Direito Humano e as Irmãs do Direito Humano também, liberalismo que alguns acham excessivo por duas razões: a primeira é que os Maçons do Direito Humano não são admitidos como visitantes nas Lojas da Grande Loja de França, e que a unidade do Escocesismo teria a ganhar se a Grande Loja Feminina de França não desse a esta última uma espécie de reprovação pelo menos aparente”. “A segunda é que o Direito Humano não admite como visitantes as Irmãs da Grande Loja Feminina de França, tendo como motivo que esta última seria ‘irregular’, crítica que, por certo, não falta de audácia e mesmo de comicidade para quem compara as origens do Direito Humano àquela diretamente saída da Grande Loja de França!”
A Grande Loja Feminina de França compreende certos elementos de valor e várias mulheres célebres.
Falta-lhe resolver um problema difícil: o dos Altos Graus. Até aqui ela só pratica os graus simbólicos, e somente o Supremo Conselho do Rito Escocês poderia permitir às mulheres ter acesso aos graus superiores. A questão não se apresentou ainda, segundo o nosso conhecimento pelo menos. Não é querer ser profeta pelo fato de conjeturar que a Grande Loja Feminina de França permanecerá uma obediência simbólica” (pp. 195-196).
Em 1965, em razão de suas relações cada vez mais íntima com o Grande Oriente de França, a Grande Loja caiu na irregularidade, produzindo-se então uma cisão. O Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito reconheceu a Grande Loja Nacional Francesa como Obediência legitima, para lá se retirando com numerosas Oficinas que o seguiram, depois de proibir à Grande Loja de França que se considerasse, no futuro, escocesa.
O progresso, em nossos dias, estabeleceu, entre homens e mulheres, igualdade de direitos sociais, políticos e jurídicos. Poderá este novo status influir para a reconsideração de uma posição à qual faltam as bases tradicionais que colocavam a mulher sob a dependência e tutela do homem?
Maçonaria Mista ou Comaçonaria.
Denominação dada a obediências formadas por Lojas nas quais são admitidas as mulheres, em pé de igualdade com os homens, não sendo por isso reconhecidas pela Maçonaria regular.
A Maçonaria Mista teve início em 1882, com a iniciação de Marie Deraismes, na Loja “Livres Pensadores”, jurisdicionada à Grande Loja Simbólica Escocesa de França, que não reconheceu aquela iniciação e a declarou nula e ilegal e demoliu a Loja.
O Dr. Georges Martin, Venerável da Loja “La Jerusalém Ecossaise”, apresentou, em 1890, uma proposta à Grande Loja para a admissão das mulheres na Maçonaria, que não foi tomada em consideração. Em vista disso, o Dr. George Martin e Marie Deraismes fundaram. Em 1893, a Grande Loja Simbólica Escocesa Mista de França “O Direito Humano”, que não foi reconhecida pelas Obediências francesas “masculinas”.
Em 1903, a Grande Loja de França reconheceu a qualidade maçônica das Obediências Mistas, submetendo, porém, os seus membros masculinos à admissão e regularização, após expedição de sindicâncias.
Em 1920, o Grande Oriente de França reconheceu o “Direito Humano”, havendo troca de Garantes de Amizade. Não admitiu, porém, as Irmãs em seus Templos.
A cooperação da mulher nos trabalhos maçônicos tem sido cogitada pelas Lojas de vários países, todavia as opiniões divergem a esse respeito.
Com o propósito de dar consistência ao desejo das Oficinas de ver os membros femininos das famílias de seus obreiros ocupar-se do setor filantrópico das Lojas, a Constituição de 1967, do Grande Oriente do Brasil criava a “Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul”, entidade paramaçônica sem caráter iniciático, constituída das esposas, das ascendentes, descendentes e colaterais e afins de Maçons regulares, com o fim de prestar os serviços de filantropia, educação e cultura, preconizada pelo Grande Oriente do Brasil.
No Paraná a representante (Presidente) da “Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul” é a nossa cunhada Sarah Gennari.
Com a permissão do meu Confrade na Academia Paranaense de Letras Maçônicas, Irmão Frederico Guilherme Costa, reproduzo a seguir o seu artigo, denominado “O Ideário da Maçonaria e as suas Preocupações com a Questão da Sexualidade”. Trata-se de uma posição particular do Irmão Frederico e que não expressa o pensamento da maioria dos maçons brasileiros, mas que merece a atenção dos maçons e das cunhadas, levando-os a uma profunda reflexão.
O Ideário da Maçonaria e as suas Preocupações com a Questão da Sexualidade.
“Falar sobre a preocupação da Maçonaria com a questão da sexualidade é tratar do assunto da mulher na Instituição, o que não é tarefa muito confortável”. “Em l774 temos um rito ou Maçonaria de Adoção, destinado às mulheres. Esta iniciativa coube ao Grande Oriente da França que exigiu subordinação a uma Loja regular masculina. Gervásio de Figueiredo , especialista no assunto, nos fala dos seguintes graus:
l – No Sistema Francês e Escocês, cinco: Aprendiz, Companheira, Mestra Perfeita e Soberana Ilustre Escocesa.
2 – No Sistema de Menfis, cinco: Aprendiz, Velada, Mestra, Mestra Perfeita e Sublime Eleita.
3 – Na Maçonaria Egípcia de Cagliostro, três: Aprendiz, Companheira e Mestra Egípcia.
4 – Na Comaçonaria, cujo lema é o “Direito Humano”, são as mulheres admitidas em perfeita igualdade com os homens, tanto nos graus como nas funções, tal qual foram, segundo acreditam, nos Antigos Mistérios do Egito e da Grécia.
Observamos que uma forte dose de misticismo está presente no único sistema que existe até hoje: o “Direito Humano”, criado em l893, fruto de uma importante reivindicação feminina visando a igualdade civil e política.
Tentando justificar o impedimento da mulher na Maçonaria dita regular, os maçons tradicionais invocam o item dos OITO PONTOS exigido pela Grande Loja Unida da Inglaterra para reconhecer uma Obediência Maçônica:
“Os membros da Grande Loja e das Lojas individuais devem ser, única e exclusivamente homens. Nenhuma Grande Loja poderá manter relações com Lojas que admitam mulheres como membros”.
O maçom francês e católico Alec Mellor procura justificar o impedimento por razões históricas, psicológicas e morais. Tenta demonstrar que na Maçonaria dita operativa não era possível existirem pedreiras, o que é verdadeiro. Com acerto declara que quando da fundação da Moderna Maçonaria, o Club maçônico londrino, a exemplo dos tradicionais clubes de homens, não aceitavam a iniciação feminina. Cabe a transcrição do autor citado:
“Na época da Franco-Maçonaria operativa, por definição, não era possível existirem ‘pedreiras’. Quando, no século XVIII, fundaram-se as primeiras lojas especulativas, o seu modelo foi o desta instituição tipicamente britânica, o Club, essencialmente masculinos. Por razões psicológicas e morais: a pretensa inaptidão das mulheres para guardarem segredo é um absurdo puro e simples, mas o mesmo não ocorre com a sua dificuldade de admitirem a igualdade social entre elas, nem com a sua sensibilidade mais viva do que a dos homens. Em um mundo fechado, onde a sensibilidade se torna mais arrebatada, a vivacidade de certas reações femininas decuplicaria, prejudicando o espírito fraternal. Enfatizou-se igualmente a hostilidade muito fácil que as mulheres nutrem umas pelas outras, sobretudo se são de idades diferentes, assim como o perigo que o espírito fraterno correria de eventuais adultérios e também de brigas entre homens tão caras às coquetes”
Mesmo admitindo que a pretensa inaptidão das mulheres para guardarem segredo é um absurdo puro e simples, Mellor tropeça no seu entendimento psicológico quando entende que as mulheres não admitem a igualdade social entre elas e que a vivacidade de certas reações femininas decuplicaria, prejudicando o espírito fraternal ao lado de eventuais adultérios. São argumentos falhos, machistas. Como impedir uma cidadã que elege e é eleita, o ingresso numa sociedade que defende a liberdade e a igualdade? A única resposta possível se encontra no “espírito” do clube londrino, e, não nas absurdas considerações morais e psicológicas, pois para que exista uma adúltera é óbvio que deve, igualmente, existir um adúltero.
Enquanto este “espírito” londrino existir e as Obediências reconhecidas pela Grande Loja Unida da Inglaterra insistirem na necessária regularidade, só restará o protesto e a incompreensão dos maçons que vêem na mulher algo mais do que o simples e agradável prazer sexual.
Isolada, a mulher maçona encontra-se no espaço excludente reatualizando-se a cartografia aristotélica dentro da ética da natureza: “os homens são desiguais pela própria natureza humana”. Embora tratando com carinho a mulher, o maçom, dentro de um processo de longa duração, não quer inseri-la no espaço da produtividade, da eficácia. Excluída dos Templos fica, a “cunhada”, no espaço próprio das reprodutoras dos “sobrinhos”.
A Maçonaria, desde o seu início regular, recebeu nos seus quadros uma quantidade significativa de conservadores marcados pelo positivismo do século XIX onde “pensar a sexualidade” não é possível. Muito própria da época, a idéia conservadora não deve ser entendida como uma crítica à Maçonaria dos oitocentos, mas um perfeito enquadramento da sua doutrina com a realidade política praticada na Europa. Todavia permanece o vazio frustrante naquilo que deveria ser o desenvolvimento das idéias maçônicas. Com relação a questão da sexualidade, não seria temerário afirmar que a Maçonaria brasileira não tem tradições intelectuais, apesar de muitos dos seus ilustrados membros, no rigoroso sentido metodológico. Não se consegue saber o que pensa a Maçonaria sobre a sexualidade. Portanto será mais sábio, por enquanto, não falarmos sobre o tema; antes é preciso desembaraçar a Maçonaria das peias do autoritarismo.
A transposição de forma de comportamento social da Europa para o Brasil seria a explicação mais correta às dificuldades opostas à formação de um pensamento maçônico brasileiro na direção de uma discussão mínima sobre a questão da sexualidade, dos excluídos, da mulher, do homossexual, para ficarmos apenas nestes. Fundamentalmente o universo maçônico brasileiro mantém-se coeso em torno do princípio burguês com relação aos excluídos, apesar de alguns maçons se considerarem “liberais” e a favor do ingresso da mulher na Maçonaria, mas somente esta “excluída” eventualmente “poderia” interpretar, “um dia”, a doutrina e as práticas ritualísticas que sempre estiveram sujeitas à localização social dos maçons e, neste espaço, não se discute sexualidade. Compreendem-se, assim, os cismas a partir de uma perspectiva de mudança e ruptura com o modelo existente.”

O Ir.∙. Anatoli Oliynik
é Administrador, Consultor de Empresas
e membro da Academia de Cultura de Curitiba.
Grande Secretário-Geral Adjunto de Orientação Ritualística para o Rito de York do Grande Oriente do Brasil e membro da Academia Paranaense de Letras Maçônicas.
(Fonte: MS Maçom)

A privacidade do Irmão.

A privacidade é o parente mais próximo da individualidade. Embora jamais possamos confundir uma coisa com a outra. São dois estados de um mesmo espectro, ou dois estados que se apresentam num mesmo momento.
As vistas do ser Humano são duas “coisas” importantíssimas inclusive do ponto de vista filosófico e psicológico. Donde origina-se o limo donde a o sentido daquele individuo pode ser mais ou menos tolerante a invasão externa doutrem.
Esses termos combinam entre si devido ao grau de respeito que cada um exige pra si.
A individualidade e a privacidade caminham a passos lagos lado a lado.
O direito de estar consigo mesmo, por vezes é tolhido de forma áspera e muitas vezes sem ser percebido. Embora seja ele garantidos pelas leis naturais desde que o mundo é mundo, o homem reescreve a regra sempre que possível, para incutir dia após dia, e não cair no esquecimento.
A individualidade aceita o todo, absorvendo aquilo que o todo espera. Tomando por base a sua formação, o seu conhecimento e outros parâmetros puramente individuais, por vezes absorvendo as experiências do meio social.
Já o individualismo, se relaciona consigo, absorvendo do meio tão somente aquilo que julga ser seu antes de existir no meio, ou totalizando uma característica ou conhecimento seu dissociado do meio.
Se falamos de indivíduos, não o fazemos a não ser por algo que nestes se deixa identificar como sendo da ordem do individual.
O carácter evidente desta afirmação contrasta, porém, com a dificuldade em se determinar o regime desta identificação quando nos reportamos á classe dos indivíduos singulares. A unicidade convém ao singular como a unidade convém ao indivíduo, mas entre o que é um e o que é único não resulta fácil compreender como estabelecer um regime partilhável.
A maçonaria apresenta-se plural e por enigma é singular.
A privacidade dever ser respeitada sob o prisma da individualidade, Pois aquele que não sabe respeitar o outro, não sabe respeitar a si próprio, pois não sabendo dos seus próprios limites, não tem a precisão da régua a medir os limites dos demais.
(Por: Ivair Ximenes Lopes - Fonte: MS Maçom Blog)

sábado, 2 de julho de 2011

Frei Caneca, o Primeiro Mártir da Constituição

Frei Caneca, o Primeiro Mártir da Constituição





O nosso querido Irmão, Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, merece ser honrado, no panteão dos heróis nacionais, como o primeiro mártir da Constituição na História do Brasil.
Homem de espírito iluminista, defendeu uma constituição liberal para o Brasil e por esse enlevo patriótico, foi entregue às garras da morte pelo general Francisco de Lima e Silva, que presidiu o Tribunal de exceção, qualificado por Frei Caneca como um tribunal “sanguinário” e “assassino” formado pela “execranda comissão” como consta no itinerário, no qual Caneca descreveu sua fuga e prisão.
Nosso amado carmelita e honrado maçom, Frei Caneca, foi um dos “cabeças da Confederação do Equador”, proclamada em 2 de julho de 1824. Derrotada a Confederação, Frei Caneca foi feito prisioneiro em 29 de novembro de 1824, perto de Missão Velha, a caminho do Crato.
Em seu itinerário, Frei Caneca consciente de que estava fazendo e escrevendo a história registrou: “Vivíamos em descanso em nossa pátria, a cidade de Recife de Pernambuco, trabalhando na educação literária da mocidade, mas nossas verdades chocavam os interesses de Pedro de Alcântara, príncipe português, que o Brasil imprudente e loucamente havia aclamado seu imperador”.





Frei Caneca lutou por um ideal porque segundo ele, “para nossa glória gostamos de encantador néctar da liberdade”. Pernambuco tem a honra de ser a pátria da primeira vítima em prol de uma constituição livre.
Após sua prisão, em 29 de novembro, foi remetido ao Recife onde chegou no dia 17 de dezembro de 1824. Encarcerado no calabouço onde se guardavam as cabeças dos enforcados, por ordem expressa do famigerado general Francisco de Lima e Silva, em 20 de novembro Frei Caneca foi levado ante “esse sanguinário tribunal”.
Dois dias depois, nosso herói entregou sua defesa por escrito, conforme lemos no “processo verbal e sumaríssimo” realizado pela comissão militar em Pernambuco.
Nessa peça antijurídica, Frei Caneca é apresentado como “escritor de papéis incendiários” contra os quais o liberticida e mutilador de Pernambuco, Pedro I a carta imperial de 16 de outubro de 1824, refere-se aos “escritos violentos e injuriosos” e ordena ao brigadeiro Francisco de Lima e Silva “que todos os réus de semelhante natureza se devem julgar para serem processados e sentenciados, verbal e sumariamente, sem atenção a sua qualidade, emprego e graduação qualquer que seja”.
Dentre as dito testemunhas arroladas no processo- -relâmpago, uma disse que Frei Caneca trabalhava para o “movimento anárquico”, outra afirmou que “ele era da facção anarquista”, uma terceira denunciou que seus escritos procuravam dirigir a opinião pública “de um modo subversivo da boa ordem”.
A sexta testemunha arrolada, afirmou que Frei Caneca “propagava o seu sistema de se rebelarem os povos contra o governo imperial”. A oitava e última testemunha que o réu era escritor de papéis, que continham uma doutrina incendiária. Repetimos essas denunciações porque elas realizam aquele eterno retorno de que nos falam Nietzshe e Mircea Eliade.
Isso porque esses qualificativos foram utilizados até recentemente contra os paladinos das liberdades políticas e dos defensores de uma Assembleia Nacional Constituinte.
Em seu escrito de defesa, Frei Caneca ensinou que a sabedoria existe na Nação e com coragem, negou que pregava o separatismo, aos que apenas defendiam um regime constituinte.
No dia seguinte, 23 de dezembro de 1824, antevéspera do natal mais triste e vergonhoso da história de nossa pátria pernambucana, a Comissão Militar votou por unanimidade pela condenação à “pena de morte natural por crime de sedição e rebelião contra os imperiais do mesmo augusto senhor”.
O escrivão do crime Miguel Arcanjo Póstumo do Nascimento, certificou que, em 13 de janeiro de 1825, o Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, pelas nove horas da manhã padeceu de morte natural, posto que foi fuzilado, visto não poder ser enforcado pela desobediência dos carrascos. Essa foi a homenagem que os anônimos carrascos e ainda escravos e mesmos prisioneiros prestaram a Frei Caneca, negando-se a enforcá-lo. Daí porque nosso Frei teve que ser fuzilado, sendo uma morte mais honrada.
Da aventura e desventura da Confederação do Equador resultaram executados oito condenados em Pernambuco e três no Rio de Janeiro, Frei Caneca foi o primeiro deles e por isso merece, com muita justiça, o título póstumo de Mártir da Constituição.
Na sua dissertação sobre o que se deve entender por Pátria do Cidadão (1822) Frei Caneca já projetava na posteridade o reconhecimento de sua obra, ao afirmar que “se para minha desgraça me atacasse à mania de querer obter um juízo do respeitável público, não o procuraria dos que vivem atualmente comigo, sim da justiceira posteridade”.
Entretanto, até mesmo os extratos mais baixos da população (carrascos, escravos, prisioneiros) gozava de grandes prestígios. De modo que o juízo favorável sobre Frei Caneca não necessitou da intervenção de Kronos.
Hoje, devemos honrar a memória desse que é o maior herói da História Pernambucana e proclamar a necessidade de que seu exemplo seja divulgado para as novas gerações de Pernambuco e de todos os brasileiros.
Para isso urge que se crie uma Fundação Memorial Frei Caneca, onde seriam concentrados os estudos e as pesquisas e toda a produção intelectual que possamos resgatar e realizar em torno da imortal figura desse nosso sublime Ir.’. Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, que desde o Oriente Eterno, assiste e partilha conosco desse ato público no qual celebramos sua imorredoura história.
Que o Grande Arquiteto do Universo mantenha bem viva a memória de nosso amado Ir.’. Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, poeta e profeta, paladino da liberdade e mártir da Confederação do Equador. Ele tinha plena consciência do que o esperava tanto as escreveu os pungentes versos com as quais encerro este trabalho:
“Quem passa a vida que passo
Não deve a morte temer
Com a morte não se assusta
Quem está sempre a morrer.





Ir.’. Joséas Fonseca • M.’.I.’. • Gr.’.33
Loja Deoclécio Ramos • N0 2.444 • Or.’.Jerônimo Monteiro • GOB • ES
Enviado pelo Ir.’. José Calazans Prado Figueira
Representante da Editora Domínio M.’.M.’. • Or.’. Várzea Grande • MT



Fonte: REVISTA UNIVERSO MAÇÔNICO e Blog O Aprendiz




Galeria de Fotos

Os Cavaleiros Templários - A Origem da Maçonaria

A Maçonaria

MAÇONARIA - TEMPLO DE SALOMÃO

Como tornar-se Maçom

Dan Brown fala sobre a maçonaria

Maçonaria: Ser Maçom

Video que mostra alguns dos grandes Maçons.

O Maçom Luiz Gonzaga - O Gonzagão

Breve história da Loja Cavaleiros do Oriente nº 4.

Stephen John Richard Allen (*)

Meus Ir.:,

A história é parte integral da vida. Sem a presença do passado não teria o presente, e sem o presente, nunca estaremos presentes no futuro.

A “Augusta e Respeitável Loja Simbólica Cavaleiros do Oriente” foi fundada em 24 de outubro de 1932. A loja era a primeira fundada sob a potência da Grande Loja de Pernambuco (apesar seu número ‘04’), sendo fundada apenas 18 dias após da fundação da Grande Loja.
Foram os seguintes IIr.: que elaborarem o estatuto da loja, registrado no dia 06 de junho de 1933, no 1º Cartório de Registro de Títulos e Documentos da Rua Diário de Pernambuco:

Venerável Mestre, Ir.: Zeferino Agra de Lima;
1º Vigilante, Ir.: Samuel Ponce de Leon (que em 1947 foi Venerável Mestre);
2º Vigilante, Ir.: João Capistrano Bezerra;
Orador, Ir.: Abdenago Rodrigues de Araújo;
Secetário, Ir.: Luiz Aurélio de Oliveira;
Tesoureiro, Ir.: Apolinário de Azevedo;
1º Diácono, Ir.: Moysés Cícero do Rego Gomes;
2º Diácono, Ir.: José Lacerda;
Chanceler, Ir.: Edmundo Osmundo Cavalcanti;
Mestre das Cerimônias Ir.: Orlando Feijó de Melo;
Hospitaleiro, Ir.: Joaquim Luiz Rabelo e
Cobridor, Ir.: Otávio Cavalcanti de Alberquerque.

Estes nomes são importantes para todos nós, pois sem estes homens livres e de bons costumes não apenas nossa existência como uma loja não teria sido possível, e é bastante provável que nosso ingresso na Maçonaria também não teria acontecido.

A loja sempre foi cosmopolita. Ela têm uma história expressiva de IIr.: que vieram de outros orientes, como IIr.: Samuel Ponce de Leon, Salvador Moscoso, Manoel Pereira Lopes e Manoel Francisco de Campos que eram do oriente do Portugal.Ir.: Alexandra Markus de Tchecoslováquia, Ir.: Ângelo Papaleo era Italiano,
e eu, Ir.: Stephen John Richard Allen natural de York, Inglaterra. Aliás, a loja, na maioria do tempo, foi composta por mais IIr.: não naturais de Pernambuco de que IIr.: pernambucanos, mostrando a grandiosidade da maçonaria. Podemos olhar em nosso quadro agora para ver IIr.: que são naturais de Espírito Santos, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Ceará, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e São Paulo.
Durante sua história, Cavaleiros do Oriente sempre teve laços estreitos com a grande loja, participando ativamente com seus obreiros e preenchendo cargos importantes. A loja tem a honra de ter em seu quadro obreiros, citamos apenas alguns, que tiveram cargos na Grande Loja de Pernambuco:

Grão Mestre:

1946/48 - Roberto Le Coq de Oliveira;
1954/61 - Salvador Pereira d'Araújo Moscoso;
1964 - Manoel de Lima Filho

Deputado do Grão Mestre:

1949 - 1958 - Oswaldo Andrade

Gr.: Rep.: da Gr.: Lo.: de Pe.: :

1949 - Manoel Pereira Lopes com o Gr.: Or.: de Amazonas
1958 - Oswaldo Andrade com a Gran Logia Occ.: de Columbia – Cali
João Capistrano Bezerra com a Gr.: Lo.: do Est.: de Paraná

A loja teve sete endereços durante a sua longa história. O primeiro endereço da loja foi na Rua do Dique, no bairro de São José, Recife, e passou pela Rua da Aurora, 277, até 1964, quando se mudou para Rua Augusta, 699 e, mais tarde Rua 24 de Maio também no bairro de São José. Um endereço encontrado nos documentos da loja foi Avenida Dantas Barreto, 1253, registrado em 1977.

No final de 1989 a loja foi transferida para o prédio sede da Grande Loja de Pernambuco, na Rua Imperial, 197 no Bairro de São José.

Em 1995 a loja Cavaleiros do Oriente conseguiu seu templo próprio na Rua Dr. Gustavo Pinto, no bairro de Jardim São Paulo.

O prédio da oficina foi construído em 1994 através de ajuda e colaboração de homens como Ir.: Eduardo Guerra que é reconhecido como peça fundamental para a realização da obra, por sua dedicação, carinho e vontade de realizar pelo bem da ordem, Ir.: Fernando Viveiros, Ir.: Eliomar de Almeida e o Ir.: presente ativo José Simão de Góis.

Por causa das enchentes durante os anos setenta, muitos documentos foram destruídos e que contavam a história da loja Cavaleiros do Oriente. A data exata que a loja recebeu o título de ‘benemérita’ é imprecisa, porém a primeira referência do título foi encontrada numa correspondência entre a loja Cavaleiros do Oriente e a Grande Loja de Pernambuco datada dia 12 de março de 1947. No mesmo documento o título Val.: também foi citado.

O título ‘Cinqüentenária’ foi concedido pela Grande Loja de Maçônica de Pernambuco em 2005.

A loja Cavaleiros do Oriente sempre foi ativa na realização de ações sociais, não na busca de reconhecimento como uma boa colaboradora (na maioria das vezes as ações nem foram divulgadas), porém, mais importante, era contribuir na busca de resultados positivos que aquela ação merecia.

Por isto muitas ações sociais da loja não se destacaram na imprensa, na Grande Loja nem foram comentadas entre IIr.: das demais lojas em nosso Or.:.

É claro, falo do trabalho importantíssimo das cunhadas da loja, sem as quais muitas destas ações não teriam sido realizadas.

As ações eram várias, muito mais do que podiam ser colocadas aqui, mas, permitam-me citar algumas; como distribuição emergencial de colchões e roupas após as enchentes que prejudicaram o nosso Or.: de Recife durante os anos 70; recuperação de cadeiras escolares que foram redistribuídas no setor escolar público; distribuição de fraldas descartáveis para creches para mães de baixa renda e fornecimento de medicamentos para o Hospital do Câncer em Recife.

O trabalho da loja Cavaleiros do Oriente é um constante, e após 75 anos de existência de uma loja vibrante, saudável e harmoniosa, esperamos que nossos futuros IIr.: possam celebrar e saudar a loja em seu centenário aniversário.

(*) Ir.: Stephen Allen é Mestre Instalado da Loja Cavaleiros do Oriente nº 4.