quinta-feira, 28 de julho de 2011

IRMÃOS COM TRÊS PONTINHOS.

 

A palavra irmão, tal como se encontra no dicionário, significa pessoa que descende de um ou dos dois pais comuns. Essa definição baseada na origem biológica da pessoa, embora bastante simples e precisa não é suficiente para definir a palavra irmão no sentido mais amplo do termo.Muitas religiões, notadamente os evangélicos no Brasil, utilizam o termo irmão para definir aquele que professa a mesma religião que a sua, esse sentido deriva da crença que todos somos filhos de um único Deus e, portanto a humanidade formaria, segundo esse entendimento, uma grande família, sendo todos irmãos. É sem dúvida uma bela e filosófica visão e talvez seja um fim a ser alcançado.
Nos Estados Unidos da América, os índios Sioux, tinham uma tradição que era a seguinte: todo menino nascido na tribo, durante os primeiros meses era amamentado por todas as mulheres da tribo, dessa forma esse menino ao tornar-se um guerreiro, considerava todas as mulheres da tribo como suas mães e todos os velhos como seus avós, destarte todos os outros guerreiros eram seus irmãos e estando em batalha, cada um cuidaria da sua vida e da vida de seus irmãos, sendo esse um sentimento tão forte que jamais um irmão seria abandonado no campo de batalha, se tivessem que morrer morriam juntos, irmãos na vida e na morte. Na Maçonaria temos o costume de tratar-nos como irmãos, demonstrando dessa forma o caráter fraternal de nossa organização. Quando um profano recebe a luz em um templo, durante o ritual de iniciação, a primeira coisa que ele vê são seus irmãos, jurando protege-lo sempre que for preciso.
A partir desse momento todos que a ele se referem o tratam por irmão, os filhos de seus irmãos passam a tratá-lo como tio e as esposas de seus irmãos passam a ser suas cunhadas. Forma-se nesse momento um elo firme entre o novo membro da ordem e a família maçônica.
     
É difícil precisar, no entanto, como esse vinculo se cria e se mantém. Porque? ao sermos reconhecidos como Maçons o outro lado prontamente abre um sorriso amigo e te abraça, como se já te conhecesse de toda a vida. Que força é essa que nos une e faz com que homens de diferentes, raças, credos, profissões e classes sociais, tenham um sentimento de irmandade mais forte entre eles, que entre irmãos de sangue? A Maçonaria que passou por várias fases em sua existência desde a Maçonaria operativa até as atuais Lojas Maçônicas, foi refinando a maneira pela qual seus membros são escolhidos e convidados para integrar nossas colunas, o possível candidato sem saber está sendo observado em seus atos e na forma de conduta na vida profana, sendo que ao ser formalmente convidado, parte de sua avaliação já foi concluída, bastando agora cumprir os regulamentos da respectiva potência maçônica, para levar a cabo o ingresso do novo membro.
                                                                                        
Talvez devido ao fato de que todo o Maçom, por saber dos rigores dessa seleção, que pese o fato de que algumas vezes cometemos erros, iniciando irmãos que nem de longe mereceriam essa honra, nós temos a tendência a confiar em um irmão porque sabemos que ele é livre e de bons costumes. Aquele que ao apor sua assinatura em uma folha qualquer acrescentar os três pontinhos deve saber que está dizendo ao mundo, “Sou Livre e de Bons Costumes”. E como tal será cobrado em suas ações e atitudes tanto dentro dos templos como no mundo profano. Creio que muitos irmãos adentram à nossa ordem sem a devida reflexão da responsabilidade que isso lhes impões, repetem os juramentos sem entender a verdadeira abrangência de suas palavras, o fazem por que isso faz parte do ritual, da mesma forma que pessoas que jamais freqüentam a igreja se casam e juram amor eterno e fidelidade diante do sacerdote sem, no entanto ter a menor intenção de cumprir esse juramento.
          
È compreensível que muitos irmãos entrem na Ordem sem o devido conhecimento da mesma, até porque esse conhecimento é pouco divulgado e muitas vezes os padrinhos e aqueles que fazem as sindicâncias não esclarecem o profano devidamente sobre as responsabilidades que estará assumindo. O que não é aceitável é que depois de ingressar e conhecer nossas normas e formas de conduta exigidas o irmão continue agindo como antes do ingresso, ou seja, o irmão transforma-se naquilo que costumamos chamar de “Profano de Avental”, é aquele irmão que embora imbuído de boas intenções não permeou seu espírito com os ensinamentos da Maçonaria e mesmo que permaneça na Ordem por toda a vida jamais será um Maçom no mais completo sentido da palavra. Nossa ordem necessita de irmãos que tenham entre si aquele sentimento de fraternidade e solidariedade, tal qual os guerreiros Sioux, que sendo filhos genéticos de pais diferentes se sentem irmãos, porque participam de algo que é maior que cada um deles individualmente.
     
Nossas Lojas precisam de irmãos de verdade, aqueles que tem orgulho de pertencer a essa instituição e estão dispostos a sacrifícios pessoais em benefício da mesma . Ele deve lembrar-se sempre que ele não escolheu a Maçonaria, mas foi por ela escolhido por reunir as condições necessárias para tal. No entanto ele escolheu ficar e deve ser fiel aos seus juramentos.

Precisamos,portanto de Irmãos com três pontinhos de verdade.
BIBLIOGRAFIA
Peça enviada pelo  Venerável mestre Ailton de Oliveira e escrita pelo Irmão Sidney Correia
Cavaleiros do Templo XXVI

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Galeria de Fotos

Os Cavaleiros Templários - A Origem da Maçonaria

A Maçonaria

MAÇONARIA - TEMPLO DE SALOMÃO

Como tornar-se Maçom

Dan Brown fala sobre a maçonaria

Maçonaria: Ser Maçom

Video que mostra alguns dos grandes Maçons.

O Maçom Luiz Gonzaga - O Gonzagão

Breve história da Loja Cavaleiros do Oriente nº 4.

Stephen John Richard Allen (*)

Meus Ir.:,

A história é parte integral da vida. Sem a presença do passado não teria o presente, e sem o presente, nunca estaremos presentes no futuro.

A “Augusta e Respeitável Loja Simbólica Cavaleiros do Oriente” foi fundada em 24 de outubro de 1932. A loja era a primeira fundada sob a potência da Grande Loja de Pernambuco (apesar seu número ‘04’), sendo fundada apenas 18 dias após da fundação da Grande Loja.
Foram os seguintes IIr.: que elaborarem o estatuto da loja, registrado no dia 06 de junho de 1933, no 1º Cartório de Registro de Títulos e Documentos da Rua Diário de Pernambuco:

Venerável Mestre, Ir.: Zeferino Agra de Lima;
1º Vigilante, Ir.: Samuel Ponce de Leon (que em 1947 foi Venerável Mestre);
2º Vigilante, Ir.: João Capistrano Bezerra;
Orador, Ir.: Abdenago Rodrigues de Araújo;
Secetário, Ir.: Luiz Aurélio de Oliveira;
Tesoureiro, Ir.: Apolinário de Azevedo;
1º Diácono, Ir.: Moysés Cícero do Rego Gomes;
2º Diácono, Ir.: José Lacerda;
Chanceler, Ir.: Edmundo Osmundo Cavalcanti;
Mestre das Cerimônias Ir.: Orlando Feijó de Melo;
Hospitaleiro, Ir.: Joaquim Luiz Rabelo e
Cobridor, Ir.: Otávio Cavalcanti de Alberquerque.

Estes nomes são importantes para todos nós, pois sem estes homens livres e de bons costumes não apenas nossa existência como uma loja não teria sido possível, e é bastante provável que nosso ingresso na Maçonaria também não teria acontecido.

A loja sempre foi cosmopolita. Ela têm uma história expressiva de IIr.: que vieram de outros orientes, como IIr.: Samuel Ponce de Leon, Salvador Moscoso, Manoel Pereira Lopes e Manoel Francisco de Campos que eram do oriente do Portugal.Ir.: Alexandra Markus de Tchecoslováquia, Ir.: Ângelo Papaleo era Italiano,
e eu, Ir.: Stephen John Richard Allen natural de York, Inglaterra. Aliás, a loja, na maioria do tempo, foi composta por mais IIr.: não naturais de Pernambuco de que IIr.: pernambucanos, mostrando a grandiosidade da maçonaria. Podemos olhar em nosso quadro agora para ver IIr.: que são naturais de Espírito Santos, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Ceará, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e São Paulo.
Durante sua história, Cavaleiros do Oriente sempre teve laços estreitos com a grande loja, participando ativamente com seus obreiros e preenchendo cargos importantes. A loja tem a honra de ter em seu quadro obreiros, citamos apenas alguns, que tiveram cargos na Grande Loja de Pernambuco:

Grão Mestre:

1946/48 - Roberto Le Coq de Oliveira;
1954/61 - Salvador Pereira d'Araújo Moscoso;
1964 - Manoel de Lima Filho

Deputado do Grão Mestre:

1949 - 1958 - Oswaldo Andrade

Gr.: Rep.: da Gr.: Lo.: de Pe.: :

1949 - Manoel Pereira Lopes com o Gr.: Or.: de Amazonas
1958 - Oswaldo Andrade com a Gran Logia Occ.: de Columbia – Cali
João Capistrano Bezerra com a Gr.: Lo.: do Est.: de Paraná

A loja teve sete endereços durante a sua longa história. O primeiro endereço da loja foi na Rua do Dique, no bairro de São José, Recife, e passou pela Rua da Aurora, 277, até 1964, quando se mudou para Rua Augusta, 699 e, mais tarde Rua 24 de Maio também no bairro de São José. Um endereço encontrado nos documentos da loja foi Avenida Dantas Barreto, 1253, registrado em 1977.

No final de 1989 a loja foi transferida para o prédio sede da Grande Loja de Pernambuco, na Rua Imperial, 197 no Bairro de São José.

Em 1995 a loja Cavaleiros do Oriente conseguiu seu templo próprio na Rua Dr. Gustavo Pinto, no bairro de Jardim São Paulo.

O prédio da oficina foi construído em 1994 através de ajuda e colaboração de homens como Ir.: Eduardo Guerra que é reconhecido como peça fundamental para a realização da obra, por sua dedicação, carinho e vontade de realizar pelo bem da ordem, Ir.: Fernando Viveiros, Ir.: Eliomar de Almeida e o Ir.: presente ativo José Simão de Góis.

Por causa das enchentes durante os anos setenta, muitos documentos foram destruídos e que contavam a história da loja Cavaleiros do Oriente. A data exata que a loja recebeu o título de ‘benemérita’ é imprecisa, porém a primeira referência do título foi encontrada numa correspondência entre a loja Cavaleiros do Oriente e a Grande Loja de Pernambuco datada dia 12 de março de 1947. No mesmo documento o título Val.: também foi citado.

O título ‘Cinqüentenária’ foi concedido pela Grande Loja de Maçônica de Pernambuco em 2005.

A loja Cavaleiros do Oriente sempre foi ativa na realização de ações sociais, não na busca de reconhecimento como uma boa colaboradora (na maioria das vezes as ações nem foram divulgadas), porém, mais importante, era contribuir na busca de resultados positivos que aquela ação merecia.

Por isto muitas ações sociais da loja não se destacaram na imprensa, na Grande Loja nem foram comentadas entre IIr.: das demais lojas em nosso Or.:.

É claro, falo do trabalho importantíssimo das cunhadas da loja, sem as quais muitas destas ações não teriam sido realizadas.

As ações eram várias, muito mais do que podiam ser colocadas aqui, mas, permitam-me citar algumas; como distribuição emergencial de colchões e roupas após as enchentes que prejudicaram o nosso Or.: de Recife durante os anos 70; recuperação de cadeiras escolares que foram redistribuídas no setor escolar público; distribuição de fraldas descartáveis para creches para mães de baixa renda e fornecimento de medicamentos para o Hospital do Câncer em Recife.

O trabalho da loja Cavaleiros do Oriente é um constante, e após 75 anos de existência de uma loja vibrante, saudável e harmoniosa, esperamos que nossos futuros IIr.: possam celebrar e saudar a loja em seu centenário aniversário.

(*) Ir.: Stephen Allen é Mestre Instalado da Loja Cavaleiros do Oriente nº 4.