domingo, 1 de maio de 2011

A Monarquia e a Justiça.

THEÓFILO SILVA (*)

A Monarquia e a Justiça

Reprodução Internet
É sabido que a família real britânica está ligada até a raiz com a maçonaria e ocupa cargos altíssimos, muitos de seus membros são Grão-Mestres, por exemplo, no brasão do príncipe Charles, pai de Willian, lê-se numa faixa azul : “Honi soit qui mal y pense” , expressão francesa que significa: “ Envergonhe-se de quem nisto vê malicia”.

Identificada como forma arcaica de governo desde o século dezessete, e considerada hoje, por muitos, como algo folclórico, a monarquia entra na segunda década do século vinte e um, festejada e renovada. O motivo do êxito é o casamento de uma jovem “sem sangue real”, plebéia, com o príncipe herdeiro, do país, cuja democracia é a mais antiga e respeitada do mundo.
Depois de ser degolada, nos séculos dezessete e dezoito – Inglaterra e França cortaram a cabeça de seus reis – e quase destruída por dois déspotas sanguinários, Napoleão e Hitler, a monarquia parecia não mais caber no mundo moderno. Na verdade o povo estava cansado de ser governado por cabeças coroadas, homens, mulheres e crianças, muitas vezes insanos, com poder de vida e morte sob todos os cidadãos.
O auge da monarquia ocorreu na França, com Luís XIV, o Rei Sol, - o Estado sou eu - que governou a França por 70 anos. Os reis governaram durante muito tempo, amparados pela Teoria do Direito Divino dos Reis, cujo maior teórico foi o filósofo francês, Bossuet. Segundo ele, ninguém poderia destronar um rei ungido pelo senhor. Cromwell não concordou e, em 1649 mandou decapitar Charles I.
No final do século dezoito, treze colônias inglesas declararam sua independência, criaram uma Constituição e uma forma nova de governo com um rei eleito pelo povo, chamado de presidente. A febre se espalhou pelo resto da América, e exceto no Brasil, em menos de meio século, o continente era governado por presidentes.
O primeiro simulacro de Constituição ocorreu na Inglaterra em 1216, com a promulgação, forçada da Carta Magna, um documento que diminuía o poder do rei. Foi somente em 1689 que o rei perdeu realmente o seu poder. O Parlamento criado três séculos antes, e atuando até então de forma decorativa, o substituiu como governante.
Essa Constituição viria a ser o documento de sustentação da democracia (o poder do povo). Mesmo sendo uma invenção britânica, é a Constituição Americana que vai servir de modelo para todas as outras. Esse documento, fundamental, que “torna todos os cidadãos iguais” nos EUA, Europa, Oceania e Japão, nas outras nações é mera fachada para manter o “satus quo”. Sobre o pretexto de “salvaguardar a constituição” o judiciário e o parlamento cometem todo tipo de arbitrariedades.
A constituição brasileira – a oitava desde 1824 – é, provavelmente, a mais bela e justa entre as constituições do mundo, mas foi feita “para inglês ver”. Somente seu texto e suas intenções são boas. Nada do que está lá é praticado. É interpretada pelo STF, onze homens e mulheres, que não estão preocupados com a sociedade. As “interpretações” são manipuladas pelos políticos para defender os privilégios de uma minoria estabelecida há séculos.
É curioso que a Inglaterra, a nação que inventou a democracia, a primeira a cortar a cabeça de seu rei, ainda permaneça uma monarquia. Sua Rainha detém um único privilégio, a de ser a guardiã de uma Constituição de oito séculos. Ou seja, é a rainha, uma “monarca arcaica, que assegura aos seus súditos o direito à justiça.
No Brasil, uma “moderníssima nação” com uma constituição atualizada de apenas vinte anos, Justiça não passa de uma palavra pisoteada e vilipendiada.
Shakespeare escreveu muito sobre reis ingleses. Exaltou Henrique V, destruiu Ricardo III, elogiou Elizabeth, bateu em João Sem Terra, desnudou suas vidas. Na verdade, ele acreditava que somente uma sociedade que distribui justiça de forma igualitária entre seus cidadãos, funciona corretamente. E isso a Grã-Bretanha faz.
Portanto, saudemos a “arcaica” monarquia inglesa. Vida longa a William e Kate.

(*) Theófilo Silva é autor do livro A Paixão Segundo Shakespeare.

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Breve história da Loja Cavaleiros do Oriente nº 4.

Stephen John Richard Allen (*)

Meus Ir.:,

A história é parte integral da vida. Sem a presença do passado não teria o presente, e sem o presente, nunca estaremos presentes no futuro.

A “Augusta e Respeitável Loja Simbólica Cavaleiros do Oriente” foi fundada em 24 de outubro de 1932. A loja era a primeira fundada sob a potência da Grande Loja de Pernambuco (apesar seu número ‘04’), sendo fundada apenas 18 dias após da fundação da Grande Loja.
Foram os seguintes IIr.: que elaborarem o estatuto da loja, registrado no dia 06 de junho de 1933, no 1º Cartório de Registro de Títulos e Documentos da Rua Diário de Pernambuco:

Venerável Mestre, Ir.: Zeferino Agra de Lima;
1º Vigilante, Ir.: Samuel Ponce de Leon (que em 1947 foi Venerável Mestre);
2º Vigilante, Ir.: João Capistrano Bezerra;
Orador, Ir.: Abdenago Rodrigues de Araújo;
Secetário, Ir.: Luiz Aurélio de Oliveira;
Tesoureiro, Ir.: Apolinário de Azevedo;
1º Diácono, Ir.: Moysés Cícero do Rego Gomes;
2º Diácono, Ir.: José Lacerda;
Chanceler, Ir.: Edmundo Osmundo Cavalcanti;
Mestre das Cerimônias Ir.: Orlando Feijó de Melo;
Hospitaleiro, Ir.: Joaquim Luiz Rabelo e
Cobridor, Ir.: Otávio Cavalcanti de Alberquerque.

Estes nomes são importantes para todos nós, pois sem estes homens livres e de bons costumes não apenas nossa existência como uma loja não teria sido possível, e é bastante provável que nosso ingresso na Maçonaria também não teria acontecido.

A loja sempre foi cosmopolita. Ela têm uma história expressiva de IIr.: que vieram de outros orientes, como IIr.: Samuel Ponce de Leon, Salvador Moscoso, Manoel Pereira Lopes e Manoel Francisco de Campos que eram do oriente do Portugal.Ir.: Alexandra Markus de Tchecoslováquia, Ir.: Ângelo Papaleo era Italiano,
e eu, Ir.: Stephen John Richard Allen natural de York, Inglaterra. Aliás, a loja, na maioria do tempo, foi composta por mais IIr.: não naturais de Pernambuco de que IIr.: pernambucanos, mostrando a grandiosidade da maçonaria. Podemos olhar em nosso quadro agora para ver IIr.: que são naturais de Espírito Santos, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Ceará, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e São Paulo.
Durante sua história, Cavaleiros do Oriente sempre teve laços estreitos com a grande loja, participando ativamente com seus obreiros e preenchendo cargos importantes. A loja tem a honra de ter em seu quadro obreiros, citamos apenas alguns, que tiveram cargos na Grande Loja de Pernambuco:

Grão Mestre:

1946/48 - Roberto Le Coq de Oliveira;
1954/61 - Salvador Pereira d'Araújo Moscoso;
1964 - Manoel de Lima Filho

Deputado do Grão Mestre:

1949 - 1958 - Oswaldo Andrade

Gr.: Rep.: da Gr.: Lo.: de Pe.: :

1949 - Manoel Pereira Lopes com o Gr.: Or.: de Amazonas
1958 - Oswaldo Andrade com a Gran Logia Occ.: de Columbia – Cali
João Capistrano Bezerra com a Gr.: Lo.: do Est.: de Paraná

A loja teve sete endereços durante a sua longa história. O primeiro endereço da loja foi na Rua do Dique, no bairro de São José, Recife, e passou pela Rua da Aurora, 277, até 1964, quando se mudou para Rua Augusta, 699 e, mais tarde Rua 24 de Maio também no bairro de São José. Um endereço encontrado nos documentos da loja foi Avenida Dantas Barreto, 1253, registrado em 1977.

No final de 1989 a loja foi transferida para o prédio sede da Grande Loja de Pernambuco, na Rua Imperial, 197 no Bairro de São José.

Em 1995 a loja Cavaleiros do Oriente conseguiu seu templo próprio na Rua Dr. Gustavo Pinto, no bairro de Jardim São Paulo.

O prédio da oficina foi construído em 1994 através de ajuda e colaboração de homens como Ir.: Eduardo Guerra que é reconhecido como peça fundamental para a realização da obra, por sua dedicação, carinho e vontade de realizar pelo bem da ordem, Ir.: Fernando Viveiros, Ir.: Eliomar de Almeida e o Ir.: presente ativo José Simão de Góis.

Por causa das enchentes durante os anos setenta, muitos documentos foram destruídos e que contavam a história da loja Cavaleiros do Oriente. A data exata que a loja recebeu o título de ‘benemérita’ é imprecisa, porém a primeira referência do título foi encontrada numa correspondência entre a loja Cavaleiros do Oriente e a Grande Loja de Pernambuco datada dia 12 de março de 1947. No mesmo documento o título Val.: também foi citado.

O título ‘Cinqüentenária’ foi concedido pela Grande Loja de Maçônica de Pernambuco em 2005.

A loja Cavaleiros do Oriente sempre foi ativa na realização de ações sociais, não na busca de reconhecimento como uma boa colaboradora (na maioria das vezes as ações nem foram divulgadas), porém, mais importante, era contribuir na busca de resultados positivos que aquela ação merecia.

Por isto muitas ações sociais da loja não se destacaram na imprensa, na Grande Loja nem foram comentadas entre IIr.: das demais lojas em nosso Or.:.

É claro, falo do trabalho importantíssimo das cunhadas da loja, sem as quais muitas destas ações não teriam sido realizadas.

As ações eram várias, muito mais do que podiam ser colocadas aqui, mas, permitam-me citar algumas; como distribuição emergencial de colchões e roupas após as enchentes que prejudicaram o nosso Or.: de Recife durante os anos 70; recuperação de cadeiras escolares que foram redistribuídas no setor escolar público; distribuição de fraldas descartáveis para creches para mães de baixa renda e fornecimento de medicamentos para o Hospital do Câncer em Recife.

O trabalho da loja Cavaleiros do Oriente é um constante, e após 75 anos de existência de uma loja vibrante, saudável e harmoniosa, esperamos que nossos futuros IIr.: possam celebrar e saudar a loja em seu centenário aniversário.

(*) Ir.: Stephen Allen é Mestre Instalado da Loja Cavaleiros do Oriente nº 4.