Introdução
O propósito do presente trabalho, baseado e extraído também de outros, é delinear os direitos e obrigações do estar ou ficar “Entre Colunas”, prática muito usada nas ordens Básicas da Maçonaria, importada da milenar Ordem dos Cavaleiros Templários, segundo alguns escritores e pesquisadores dos nossos mistérios.
O interior de uma loja Maçônica, o Templo, é dividido em partes, onde se simboliza o Universo. Assim temos o Oriente, o Norte e o Sul. Em algum tempo na história, logo após a construção do primeiro templo Maçônico do mundo, o Freemasons Hall, em Londres, baseado inteiramente no parlamento Inglês, construído em 1296, estabeleceu-se que as áreas pertencentes ao Norte e ao Sul chamar-se-iam Coluna do Norte e Coluna do Sul. Assim, quando um Irmão, em Loja, está Entre a Coluna do Norte e a do Sul, e não entre as Colunas B e J. Mesmo próximo à grade que separa o Oriente (Balaustrada ou Balustrada) do Ocidente da Loja, o Irmão estará Entre Colunas.
Parece-me também incorreto entender que o passo ritualístico dos Graus tem que começar, necessariamente, entre as Colunas B e J. Tanto isso é verdade, que verificamos que alguns Templos têm suas Colunas B e J no Átrio, e não no interior da Loja.
Em síntese, algumas situações do que é Estar Entre Colunas:
• É conjunto de Obreiros que formam as Colunas do Norte e do Sul;
• Em sentido figurado, são os recursos físicos, financeiros morais e humanos, que mantêm uma instituição maçônica em pleno funcionamento;
• É quando a palavra está nas Colunas em discussão;
• É quando o Irmão, colocar-se ou postar-se entre as Colunas Norte e Sul, no centro do piso de mosaico onde isto evidencia que o Obreiro que assim o faz, é o Alvo de atenção de toda Oficina;
• Na circulação do Tronco de Beneficência, quando o Ir.’. Hosp.’. aguarda Entre Colunas;
• Na circulação da Bolsa de Prop.’. de Inf.’., o Ir.’. M.’.Cer.’..’. aguarda Entre Colunas;
• Quando a Porta-Bandeira, com a bandeira apoiada no ombro, entra no Templo, este por sua vez se põe Entre Colunas;
• Na apresentação de TTrab.’. e PPeç.’. Arq.’., o Irmão pode se apresentar Entre Colunas;
• No atraso do Irmão, o mesmo ao adentrar ao Templo ficará à Ordem e Entre Colunas aguardando ordens do V.’. M.’. para que tome posse do seu assento.
• Em atividades ou em conversas sigilosas;
• Em assuntos ditos ou feitos, ao qual se jura segredo, entre outras mais.
Direitos e Deveres
Em Assembléias Maçônicas, os irmãos poderão fazer uso da palavra no momento oportuno; caso queira obter a palavra estando “Entre Colunas”, poderá solicitá-la com antecedência ao Venerável Mestre, e obrigatoriamente levar ao seu conhecimento o assunto a ser tratado. Sendo o Obreiro impedido de falar, ou sofra algum desrespeito à seus direitos, poderá solicitar ao Venerável Mestre que o conduza ”Entre Colunas”, e se autorizado pelo Venerável o mesmo poderá falar sem ser interrompido, desde que haja decoro e respeito. Se, para estar Entre Colunas é necessária a autorização do V.’. M.’., em contrapartida, nenhum Irmão pode se negar de ocupar aquela posição, quando legalmente solicitado pela Loja, sob pena de punição.
No entanto, as possibilidades do uso da Palavra "Entre Colunas" são muitas e constituem um dos melhores instrumentos dos Obreiros do Quadro, sendo uma das maiores fontes de direito, de liberdade e de garantia, tanto para os irmãos, quanto para a loja.
Estando Entre Colunas, um Irmão pode acusar, defender a sua ou outrem, pedir e julgar, assim como comunicar algo que necessite sigilo absoluto, devendo estar consciente da posição que está revestido, isto é, grande responsabilidade por tudo que disser ou vier a fazer.
A tradição maçônica é tão rigorosa no tange á liberdade de expressão, que quando um Irmão estiver em Pé e a Ordem e Entre Colunas, para externar sua opinião ou defender-se, não pode ser interrompido, exceto se tiver sua palavra cassada pelo Venerável Mestre (ou mesmo o Orador), ato este conferido ao mesmo.
Estando Entre Colunas, o Irmão NÃO poderá se negar a responder a qualquer pergunta, por mais íntima que seja e também não poderá mentir ou omitir sobre a verdade dos fatos, pois desta forma o Irmão perde sumariamente os seus direitos maçônicos, pelo que deve ser julgado não importando os motivos que o levaram a tal atitude. Por motivos pessoais, um maçom pode se negar a responder a quem quer seja, aquilo que não lhe convier, mas se a indagação for feita Entre Colunas, nenhuma razão justificará qualquer resposta infiel.
Igual crime comete aquele que obrigar alguém a confessar coisas Entre Colunas injustificadamente, aproveitando-se da posição em que se encontra o Irmão sem que haja razão lícita e necessária, por perseguição ou com intuito de ofender, agravar ou humilhar desnecessariamente.
Quando um irmão está Entre Colunas e indaga os demais Irmãos sobre qualquer questão, de forma alguma lhe pode ser negada uma resposta. Nenhuma razão justificará que seja mantido silêncio por aquele que tenha algo a responder.
Uma aplicação prática do Entre Colunas pode ser referência a assuntos do mundo profano. É lícito e muito útil pedir informações Entre Colunas, sejam sociais, morais, comerciais, etc., sobre qualquer pessoa, Irmão ou Profano, desde que haja razões válidas para tal fim. Qualquer dos presentes que tiver conhecimento de algo está obrigado a declarar, sob pena de infração ás leis Maçônicas. O Irmão que solicitou as informações poderá fazer uso das mesmas, porém deve guardar o mais profundo silêncio sobre tudo que lhe for revelado e jamais poderá, com as informações recebidas, praticar qualquer ato que possa comprometer a vida dos informantes ou a própria Loja. Se não agir dessa forma será infrator das Leis Maçônicas.
Concluindo
Muitas são acepções que norteiam sobre os ensinamentos do significado de Estar entre Colunas, porém, deve o Maçom sempre edificar suas Colunas interiores embasado pelos Princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, primando pelo bem-estar da família e pelo aperfeiçoamento da sociedade através do trabalho e do estudo, para com isso perfazer-se um homem livre e de bons Costumes. Este, alegoricamente, talvez seja o real significado no bojo dos ministérios que reagem as Colunas da Maçonaria, pois estar Entre Coluna é estar entre Irmãos.
Por: Ir.'. Octacilio
BIBLIOGRAFIA
Leia também: Estar entre colunas - AS COLUNAS DO TEMPLO NOS DÃO LIÇÕES DE VIDA - Simbolismo na maçonaria - Abater Colunas - O Templo maçônico - Templo Maçônico - As Inspiradoras Colunas Booz e Jaquin
ASLAN, Nicola. Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia: “ A TROLHA.
CASTELLANI, José. Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom
EGITO, José Laércio do. In Coletânea 2. Londrina: “ A TROLHA”.
PUSCH, Jaime. A B C do aprendiz.
Santos, Amando Espósito dos Santos; CONTE, Carlos Basílio, FERREIRA, Cláudio Roque Buono, COSTA, Wagner Veveziani. Manual Completo para lojas Maçônicas. São Paulo: Madras, 2004
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Um comentário:
Acredito que houve enganado quanto a autoria, pois esta peça foi redigida pelo Ir:. Cristian Rizzardi, em 2009.
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