segunda-feira, 18 de abril de 2011

Desarmamento

COLUNA DA REVISTA O GLOBO (17/4/2011)

Desarmamento



Quando eu era criança, meus pais, num dos meus aniversários, me deram de presente um kit Roy Rogers. Bem, naquela época, não se usava a palavra kit. Era um pacotão com vários pacotinhos dentro. Neles, havia um jeans (naquela época chamava-se calça rancheira) com a iniciais RR bordadas num dos bolsos, uma camisa azul de cavaleiro do Velho Oeste, um chapéu de abas viradas, um coldre, um revólver de brinquedo e uma caixa de espoletas.
Durante um bom tempo, circulei o quarteirão lá de casa, galopando num cabo de vassoura e atirando a esmo. Meu revólver fazia muito barulho, mas não feria ninguém.
Já adolescente, ganhei, também num aniversário, uma espingarda de ar comprimido (será que isso ainda existe?). Não me tornei um serial killer de passarinhos indefesos, mas me diverti bastante praticando tiro ao alvo no quintal.
Se fosse hoje, meus pais, coitados, estariam sendo acusados de estar criando um Charlton Heston tropical. Não foi o que aconteceu. Na verdade, passada a adolescência, tomei ojeriza a armas. Não gosto nem de bombinha de São João. Outro dia mesmo, quando o governo fez uma consulta popular para saber se nós, o povo, éramos contra ou a favor de uma lei que proibisse a comercialização de armas no país, votei a favor. Apear das boas lembranças que minha pistola de Roy Rogers e minha espingardinha de chumbo me trazem, tenho certeza de que um mundo sem armas é melhor do que um mundo com armas. Perdi o plebiscito, mas não perdi o espírito democrático. Respeito a decisão popular e tenho convivido bem com as armas comercializadas legalmente.
É por isso que não entendo a sanha com que se volta a debater o desarmamento. Não que o debate não seja produtivo. Debates sempre o são. Mas estranho que o assunto volte à baila logo após a tragédia que se abateu sobre as crianças da escola de Realengo. Bullyng e segurança nas escolas são assuntos que me veem à mente quando penso naquele episódio, mas desarmamento... Que parte da história eu não entendi que faz com que se possa acreditar que, se o comércio legal de armas já estivesse abolido do país, aquela matança não teria acontecido?
Recapitulando: um sujeito desequilibrado adquire i-le-gal-men-te uma arma de um traficante de armas e planeja um homicídio em massa motivado por questões psíquicas incompreensíveis para cidadãos normais. E aí? O que o desarmamento tem a ver com isso?
Por que o crime não motiva o debate sobre como é fácil entrar armas ilegalmente no país? Por que não estamos discutindo a fragilidade da segurança de nossas fronteiras? Como todo mundo sabe, comprar armas no Paraguai é tão fácil quanto comprar bananas (talvez, no Paraguai, seja mais fácil comprar armas). Uma lei de desarmamento vai acabar com o contrabando? Um novo plebiscito só vai esconder, por mais algum tempo, algumas de nossas maiores mazelas.
(Fonte: Blog do Xexeu)

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Breve história da Loja Cavaleiros do Oriente nº 4.

Stephen John Richard Allen (*)

Meus Ir.:,

A história é parte integral da vida. Sem a presença do passado não teria o presente, e sem o presente, nunca estaremos presentes no futuro.

A “Augusta e Respeitável Loja Simbólica Cavaleiros do Oriente” foi fundada em 24 de outubro de 1932. A loja era a primeira fundada sob a potência da Grande Loja de Pernambuco (apesar seu número ‘04’), sendo fundada apenas 18 dias após da fundação da Grande Loja.
Foram os seguintes IIr.: que elaborarem o estatuto da loja, registrado no dia 06 de junho de 1933, no 1º Cartório de Registro de Títulos e Documentos da Rua Diário de Pernambuco:

Venerável Mestre, Ir.: Zeferino Agra de Lima;
1º Vigilante, Ir.: Samuel Ponce de Leon (que em 1947 foi Venerável Mestre);
2º Vigilante, Ir.: João Capistrano Bezerra;
Orador, Ir.: Abdenago Rodrigues de Araújo;
Secetário, Ir.: Luiz Aurélio de Oliveira;
Tesoureiro, Ir.: Apolinário de Azevedo;
1º Diácono, Ir.: Moysés Cícero do Rego Gomes;
2º Diácono, Ir.: José Lacerda;
Chanceler, Ir.: Edmundo Osmundo Cavalcanti;
Mestre das Cerimônias Ir.: Orlando Feijó de Melo;
Hospitaleiro, Ir.: Joaquim Luiz Rabelo e
Cobridor, Ir.: Otávio Cavalcanti de Alberquerque.

Estes nomes são importantes para todos nós, pois sem estes homens livres e de bons costumes não apenas nossa existência como uma loja não teria sido possível, e é bastante provável que nosso ingresso na Maçonaria também não teria acontecido.

A loja sempre foi cosmopolita. Ela têm uma história expressiva de IIr.: que vieram de outros orientes, como IIr.: Samuel Ponce de Leon, Salvador Moscoso, Manoel Pereira Lopes e Manoel Francisco de Campos que eram do oriente do Portugal.Ir.: Alexandra Markus de Tchecoslováquia, Ir.: Ângelo Papaleo era Italiano,
e eu, Ir.: Stephen John Richard Allen natural de York, Inglaterra. Aliás, a loja, na maioria do tempo, foi composta por mais IIr.: não naturais de Pernambuco de que IIr.: pernambucanos, mostrando a grandiosidade da maçonaria. Podemos olhar em nosso quadro agora para ver IIr.: que são naturais de Espírito Santos, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Ceará, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e São Paulo.
Durante sua história, Cavaleiros do Oriente sempre teve laços estreitos com a grande loja, participando ativamente com seus obreiros e preenchendo cargos importantes. A loja tem a honra de ter em seu quadro obreiros, citamos apenas alguns, que tiveram cargos na Grande Loja de Pernambuco:

Grão Mestre:

1946/48 - Roberto Le Coq de Oliveira;
1954/61 - Salvador Pereira d'Araújo Moscoso;
1964 - Manoel de Lima Filho

Deputado do Grão Mestre:

1949 - 1958 - Oswaldo Andrade

Gr.: Rep.: da Gr.: Lo.: de Pe.: :

1949 - Manoel Pereira Lopes com o Gr.: Or.: de Amazonas
1958 - Oswaldo Andrade com a Gran Logia Occ.: de Columbia – Cali
João Capistrano Bezerra com a Gr.: Lo.: do Est.: de Paraná

A loja teve sete endereços durante a sua longa história. O primeiro endereço da loja foi na Rua do Dique, no bairro de São José, Recife, e passou pela Rua da Aurora, 277, até 1964, quando se mudou para Rua Augusta, 699 e, mais tarde Rua 24 de Maio também no bairro de São José. Um endereço encontrado nos documentos da loja foi Avenida Dantas Barreto, 1253, registrado em 1977.

No final de 1989 a loja foi transferida para o prédio sede da Grande Loja de Pernambuco, na Rua Imperial, 197 no Bairro de São José.

Em 1995 a loja Cavaleiros do Oriente conseguiu seu templo próprio na Rua Dr. Gustavo Pinto, no bairro de Jardim São Paulo.

O prédio da oficina foi construído em 1994 através de ajuda e colaboração de homens como Ir.: Eduardo Guerra que é reconhecido como peça fundamental para a realização da obra, por sua dedicação, carinho e vontade de realizar pelo bem da ordem, Ir.: Fernando Viveiros, Ir.: Eliomar de Almeida e o Ir.: presente ativo José Simão de Góis.

Por causa das enchentes durante os anos setenta, muitos documentos foram destruídos e que contavam a história da loja Cavaleiros do Oriente. A data exata que a loja recebeu o título de ‘benemérita’ é imprecisa, porém a primeira referência do título foi encontrada numa correspondência entre a loja Cavaleiros do Oriente e a Grande Loja de Pernambuco datada dia 12 de março de 1947. No mesmo documento o título Val.: também foi citado.

O título ‘Cinqüentenária’ foi concedido pela Grande Loja de Maçônica de Pernambuco em 2005.

A loja Cavaleiros do Oriente sempre foi ativa na realização de ações sociais, não na busca de reconhecimento como uma boa colaboradora (na maioria das vezes as ações nem foram divulgadas), porém, mais importante, era contribuir na busca de resultados positivos que aquela ação merecia.

Por isto muitas ações sociais da loja não se destacaram na imprensa, na Grande Loja nem foram comentadas entre IIr.: das demais lojas em nosso Or.:.

É claro, falo do trabalho importantíssimo das cunhadas da loja, sem as quais muitas destas ações não teriam sido realizadas.

As ações eram várias, muito mais do que podiam ser colocadas aqui, mas, permitam-me citar algumas; como distribuição emergencial de colchões e roupas após as enchentes que prejudicaram o nosso Or.: de Recife durante os anos 70; recuperação de cadeiras escolares que foram redistribuídas no setor escolar público; distribuição de fraldas descartáveis para creches para mães de baixa renda e fornecimento de medicamentos para o Hospital do Câncer em Recife.

O trabalho da loja Cavaleiros do Oriente é um constante, e após 75 anos de existência de uma loja vibrante, saudável e harmoniosa, esperamos que nossos futuros IIr.: possam celebrar e saudar a loja em seu centenário aniversário.

(*) Ir.: Stephen Allen é Mestre Instalado da Loja Cavaleiros do Oriente nº 4.