terça-feira, 18 de outubro de 2011

Carinhoso.


Carinhoso serve para lembrar que um dia nós tivemos musica de muita qualidade.

Carinhoso  -  música 1917, Pixinguinha (Alfredo da Rocha Viana) ; letra 1937,  João de Barro ( BRAGUINHA - Carlos Alberto Ferreira Braga)
"Carinhoso" tem uma história que se inicia de forma inusitada, com o autor da música (Pixinguinha) mantendo-o inédito por mais de dez anos; sua justificativa, no depoimento que deu ao Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro em 1968 : " Eu fiz o 'Carinhoso' em 1917. Naquele tempo o pessoal nosso da música não admitia choro assim de duas partes (choro tinha que ter três partes). Então, eu fiz o "Carinhoso" e encostei. Tocar o 'Carinhoso' naquele  meio! Eu não tocava....ninguém ia aceitar". O jovem Pixinguinha, então com 20 anos, não se atrevia a a contrariar o esquema adotado nos choros da época, herdada da polca. Ele mesmo esclareceu, no depoimento, que 'Carinhoso' era uma polca, polca lenta. O andamento era o mesmo de hoje e eu classifiquei  de polca ou polca vagarosa. Mais tarde mudei para chorinho".
"Carinhoso" foi gravado, apenas instrumentalmente, em 1928 pela orquestra Típica Pixinguinha-Donga. Sobre essa gravação, um crítico pouco versado em jazz publicou o seguinte comentário na revista Phonoarte (nº 11, de 15.01.1929): "Parece que o nosso popular compositor anda sendo influenciado pelos ritmos e melodias do jazz. É o que temos notado, desde algum tempo e mais uma vez neste seu choro, cuja introdução é um verdadeiro fox-trot e que, no seu decorrer, apresenta combinações de música popular yankee. Não nos agradou".
Ainda sem letra, 'Carinhoso' teria mais duas gravações apenas instrumentais. Apesar das três gravações e execuções em programas de rádio e rodas de choro, continuava até meados dos anos trinta ignorado pelo grande público.
Em outubro de 1936, um acontecimento iria contribuir de forma acidental para uma completa mudança no curso de sua história: encenava-se naquele mês no Teatro Municipal do Rio de Janeiro o espetáculo "Parada das Maravilhas, promovido pela primeira dama, dna. Darcy Vargas, em benefício da obra assistencial Pequena Cruzada. Convidada a participar do evento, a atriz e cantora Heloísa Helena pediu a seu amigo Braguinha uma canção nova que marcasse sua presença no palco. Não possuindo nenhuma na ocasião, o compositor aceitou então a sugestão da amiga para que pusesse versos no choro "Carinhoso". "Procurei imediatamente o Pixinguinha", relembra Braguinha, "que me mostrou a melodia num dancing (o Eldorado) onde estava atuando : No dia seguinte entreguei a letra a Heloísa, que muito satisfeita, me presenteou com uma gravata italiana".
Surgiu assim, escrita às pressas e sem maiores pretensões a letra de "Carinhoso", que se tornaria um dos maiores clássicos da MPB a partir do momento que pode ser cantado. Recebeu mais de duzentas gravações, desde a primeira (28.05.1937) cantada por Orlando Silva, o "cantor das multidões" .

Dárcio Fragoso - (Fonte: Paixão e Romance)

sábado, 15 de outubro de 2011

Especialistas falam sobre a força da natureza no mundo.


Nos últimos anos, a natureza mais uma vez mostrou sua força destrutiva. Milhares de pessoas são mortas por causa de tornados, terremotos e tsunamis. Mesmo com uma ciência avançada, o mundo ainda está vulnerável diante desses fenômenos.
(Fonte: Entre Aspas)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Homenagem aos grandes faroestes.


Orquestra tocando "TRÊS HOMENS EM CONFLITO", filme cowboy de 1966, apenas com instrumentos de corda acústicos e efeitos usando a boca.



O Filme

TOLERÂNCIA

TOLERÂNCIA

A tolerância sendo uma virtude é, portanto, um valor. Valores, como é sabido, não podem ser definidos, entretanto, podem ser descritos e analisados de acordo com comportamento dos integrantes de uma sociedade.

A idéia de tolerância somente pode ser analisada, com certa precisão, se estiver interada socialmente, pois está indissoluvelmente atrelada ao agir das pessoas nesta mesma sociedade.

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Para abordar esse tema tão subjetivo por se tratar de uma virtude e também, sendo um dos valores da nossa Ordem, deixo duas perguntas para a nossa reflexão: "Julgar que há coisas intoleráveis é dar provas de intolerância?" Ou, de outra forma: "Ser tolerante é tolerar tudo?" Em ambos os casos a resposta, evidentemente é não, pelo menos se queremos que a tolerância seja uma virtude.
Partindo da afirmação que Filosofar é pensar sem provas, somente espero não ter indo longe demais nas minhas divagações filosóficas.
No opúsculo O que é Maçonaria, temos a seguinte frase: “A Maçonaria é eminentemente tolerante e exige dos seus membros a mais ampla tolerância. Respeita as opiniões políticas e crenças religiosas de todos os homens, reconhecendo que todas as religiões e ideais políticos são igualmente respeitáveis e rechaça toda pretensão de outorgar situações de privilégio a qualquer uma delas em particular”.
A definição acima aborda a tolerância maçônica no seu aspecto religioso e político que, sendo um valor é muito mais abrangente, discutível e contestável do que os apresentados.
Quem tolera a violação, a tortura, o assassinato deveria ser considerado virtuoso? Quem admite o ilícito com tolerância tem um comportamento louvável? Mas se a resposta não pode ser negativa, a argumentação não deixa de levantar um certo número de problemas, que são definições e limitações. Nem tão pouco podemos deixar de considerar às questões sobre o sentido da vida, a existência do GADUe o valor dos nossos valores.
Tolerar é aceitar aquilo que se poderia condenar, é deixar fazer o que se poderia impedir ou combater? É, portanto, renunciar a uma parte do nosso poder, desejo e força! Mas só há virtude na medida em que a chamamos para nós e que ultrapassamos os nossos interesses e a nossa impaciência. A tolerância vale apenas contra si e a favor de outrem. Não existe tolerância quando nada temos a perder e menos ainda quando temos tudo a ganhar, suportando e nada fazendo. Tolerar o sofrimento dos outros, a injustiça de que não somos vítimas, o horror que nos poupa não é tolerância, mas sim egoísmo e indiferença. Tolerar Hitler é tornar-se cúmplice dele, pelo menos por omissão, por abandono e esta tolerância já é colaboração. Antes o ódio, a fúria, a violência, do que esta passividade diante do horror e a aceitação vergonhosa do pior.
É o que Karl Popper denomina como "o paradoxo da tolerância": “Se formos de uma tolerância absoluta, mesmo com os intolerantes e não defendermos a sociedade tolerante contra os seus assaltos, os tolerantes serão aniquilados e com eles a tolerância”.
Uma virtude não pode ocultar-se atrás de posturas condenáveis e contestáveis: aquele que só com os justos é justo, só com os generosos é generoso, só com os misericordiosos é misericordioso, não é nem justo, nem generoso e nem misericordioso. Tão pouco é tolerante aquele que o é apenas com os tolerantes. Se a tolerância é uma virtude, como creio e de um modo geral, ela vale, portanto por si mesma, inclusive para os que não a praticam. É verdade que os intolerantes não poderiam queixar-se, se fôssemos intolerantes com eles. O justo deve ser guiado "pelos princípios da justiça e não pelo fato de o injusto poder queixar-se". Assim como o tolerante, pelos princípios da tolerância.
O que deve determinar a tolerabilidade deste ou daquele indivíduo, grupo ou comportamento, não é a tolerância de que dão provas, mas o perigo efetivo que implicam: uma ação intolerante, um grupo intolerante, etc., devem ser interditos se, e só se, ameaçam efetivamente a liberdade ou, em geral, as condições de possibilidade da tolerância.
Numa República forte e estável, uma manifestação contra a democracia, contra a tolerância ou contra a liberdade não basta para a pôr em perigo: não há, portanto, motivos para a proibir e faltar com tolerância. Mas se as instituições se encontram fragilizadas, se uma guerra civil ameaça, se grupos pretendem tomar o poder, a mesma manifestação pode tornar-se um perigo: pode então vir a ser necessário proibi-la ou impedi-la, mesmo à força e seria uma falta de prudência recusar-se a considerar esta possibilidade.
Estando diante de mais um paradoxo sobre a tolerância, para entende-la entramos por um caminho não muito claro e como não poderia deixar de ser exato, Karl Popper acrescenta: “Não quero com isto dizer que seja sempre necessário impedir a expressão de teorias intolerantes. Enquanto for possível contrariá-las à força de argumentos lógicos e contê-las com a ajuda da opinião pública, seria um erro proibi-las. Mas é necessário reivindicar o direito de fazê-lo, mesmo à força, caso se torne necessário, porque pode muito bem acontecer que os defensores destas teorias se recusem a qualquer discussão lógica e respondam aos argumentos pela violência. Haveria então de considerar que, ao fazê-lo, eles se colocam fora da lei e que a incitação à intolerância é tão criminosa como, por exemplo, a incitação ao assassínio. Democracia não é fraqueza. Tolerância não é passividade”.
Moral e politicamente condenáveis, a tolerância universal não seria, nem virtuosa e nem viável. Ou por outras palavras: existe, de fato, coisas intoleráveis, mesmo para o tolerante! Moralmente condenado é o sofrimento de outrem, a injustiça, a opressão, quando poderiam ser impedidos ou combatidos por um mal menor. Politicamente é tudo o que ameaça efetivamente a liberdade, a paz ou a sobrevivência de uma sociedade.
Como vimos, o problema da tolerância só se põe em questões de opinião. Ora, o que vem a ser uma opinião senão uma crença incerta. O católico bem pode estar subjetivamente certo da verdade do catolicismo. Mas, se for intelectualmente honesto (se amar mais a verdade do que a certeza), deverá reconhecer que é incapaz de convencer um protestante, ateu ou muçulmano, mesmo cultos, inteligentes e de boa-fé. Por mais convencido que possa estar de ter razão, cada qual deve, pois, admitir que não pode prová-lo, permanecendo assim no mesmo plano que os seus adversários, tão convencidos como ele e igualmente incapazes de convencê-lo. A tolerância, como virtude, fundamenta-se na nossa fraqueza teórica, ou seja, na incapacidade de atingir o absoluto. “Devemos tolerar-nos mutuamente, porque somos todos fracos, inconseqüentes, sujeitos à variação e ao erro. Humildade e misericórdia andam juntas e levam à tolerância”.
Um outro ponto a ser considerado prende-se mais com a conduta política do que com a moral, mais com os limites do Estado do que com os do conhecimento. Ainda que tivesse acesso ao absoluto, o soberano seria incapaz de impô-lo a quem quer que fosse, porque não se pode forçar um indivíduo a pensar de maneira diferente daquela como pensa, nem a acreditar que é verdadeiro o que lhe parece falso. Pode impedir-se um indivíduo de exprimir aquilo em que acredita, mas não de pensar.
Para quem reconhece que valor e verdade constituem duas ordens diferentes, existe, pelo contrário, nesta disjunção uma razão suplementar para ser tolerante: ainda que tivéssemos acesso a uma verdade absoluta, isso não obrigaria a todos a respeitar os mesmos valores, ou a viverem da mesma maneira. A verdade impõe-se a todos, mas não impõe coisa alguma. A verdade é a mesma para todos, mas não o desejo e a vontade. Esta convergência dos desejos, das vontades e da aproximação das civilizações, não resulta de um conhecimento: é um fato da história e do desejo dessas civilizações.
Podemos perguntar, finalmente, se a palavra tolerância é, de fato, a que convém. Tolerar as opiniões dos outros não é considerá-las como inferiores ou faltosas? Temos então um outro paradoxo da tolerância, que parece invalidar tudo que vimos anteriormente. Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são liberdades de direito, então não precisam ser toleradas, mas simplesmente respeitadas, protegidas e celebradas.
A palavra tolerância implica muitas vezes, na nossa língua, na idéia de polidez, de piedade ou ainda de indiferença. Em rigor, não se pode tolerar senão o que se tem o direito de impedir, de condenar e de proibir. Mas acontece que este direito que não possuímos nos inspira no sentimento de possuí-lo.
Não temos razão de pensar o que pensamos? E, se temos razão, os outros não estariam errados? E como poderia a verdade aceitar - senão, de fato, por tolerância - a existência ou a continuação do erro? Por isso damos o nome de tolerância àquilo que, se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se de respeito, simpatia ou de amor. Se, contudo, a palavra tolerância se impôs, foi certamente porque nos sentimos muito pouco capazes de amar ou de respeitar quando se tratam dos nossos adversários.
"Enquanto não desponta o belo dia em que a tolerância se tornará amável", conclui Jankélévitch, "diremos que a tolerância, a prosaica tolerância é o que de melhor podemos fazer! A tolerância é, pois uma solução sofrível; até que os homens possam amar, ou simplesmente conhecer-se e compreender-se, podemos dar-nos por felizes por começarem a suportar-se”.
A tolerância, portanto, é um momento provisório. Que este provisório está para durar, é bem claro e, se cessasse, seria de temer que lhe sucedesse a barbárie e não o amor! É apenas um começo, mas já é algum. Sem contar que é por vezes necessário tolerar o que não queremos nem respeitar e nem amar. Existem, como vimos, coisas intoleráveis que temos de combater. Mas também coisas toleráveis que são, no entanto, desprezíveis e detestáveis. A tolerância diz tudo isto, ou pelo menos autoriza.
Assim como a simplicidade é a virtude dos sábios e a sabedoria a dos santos, a tolerância é sabedoria e virtude para aqueles - todos nós - que não são nem uma nem outra coisa.


Opúsculo - O que é a Maçonaria
A Tolerância e a Ordem Normativa - Ir\ Luciano Ferreira Leite
Sponville, André - Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. Lisboa: Ed. Presença, 1995.

domingo, 9 de outubro de 2011

Um repente para Amy Winehouse e outros.


Homenagem a alguns mitos da música que partiram precocemente
Na tradição do repente, tudo gira ao redor da nossa terra, de preferência no Nordeste. Dessa vez a referência é Noel Rosa, boêmio da Vila, que não chegou aos vinte e sete.
Valor consagrado na nova Lapa, Edu Kriger já ganhou duas vezes o concurso de marchinhas de carnaval da Fundição Progresso. Compositor que faz parte do repertório de Maria Rita e Roberta Sá, entre outros grandes nomes da MPB, ele aqui prova que também é bom repentista com a música que compôs em homenagem aos ídolos do rock que morreram aos 27 anos. Como de praxe no repente, a música foi toda composta em versos decassílabos, o que não é tarefa pra qualquer letrista, não. Ouça e comprove. Ah... a música se chama "Aos vinte e sete".

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O Eterno Obreiro. A arte Maçônica.


Carmen-Lara nasceu a 23 de Março de 1971, no Bombarral. Vive em Portugal, Sintra-vila classificada como Patrimonio Mundial da UNESCO.
Tem feito um percurso solitário na descoberta da pintura, como igualmente na descoberta do estudo da filosofia maçônica.
A sua arte caracteriza-se pelo ineditismo. Todas as suas obras são criações únicas, cuja fonte de inspiração é, tão-somente, fruto das suas ideias, das suas emoções, da sua intuição, do seu estudo, que transporta para a tela. Conheça abaixo a Lenda da Flor de Lotus.

Lenda da Flor de Lótus:Certo dia, à margem de um tranqüilo lago solitário, a cuja margem se erguiam frondosas árvores com perfumadas flores de mil cores, e coalhadas de ninhos onde aves canoras chilreavam, encontraram-se quatro elementos irmãos: o Fogo, o Ar, a Água e a Terra.
- Quanto tempo sem nos vermos em nossa nudez primitiva - disse o fogo cheio de entusiasmo, como é de sua natureza.
É verdade - disse o ar. - É um destino bem curioso o nosso. À custa de tanto nos prestarmos para construir formas e mais formas, tornamo-nos escravos de nossa obra e perdemos a nossa liberdade.
- Não te queixes - disse a água -, pois estamos obedecendo à Lei, e é um Divino Prazer servir à Criação. Por outro lado, não perdemos nossa liberdade; tu corres de um lado para outro, à tua vontade; o irmão fogo, entra e sai por toda parte servindo a vida e a morte. Eu faço o mesmo.
- Em todo o caso, sou eu quem deveria me queixar - disse a terra - pois estou sempre imóvel, e mesmo sem minha vontade, dou voltas e mais voltas, sem descansar no mesmo espaço.
- Não entristeçais minha felicidade ao ver-nos - tornou a dizer o fogo - com discussões supérfluas. É melhor festejarmos estes momentos em que nos encontrarmos fora da forma. Regozijemo-nos à sombra destas árvores e à margem deste lago formado pela nossa união.
Todos o aplaudiram e se entregaram ao mais feliz companheirismo. Cada um contou o que havia feito durante sua longa ausência, as maravilhas que tinham construído e destruído. Cada um se orgulhou de se haver prestado para que a Vida se manifestasse através de formas sempre mais belas e mais perfeitas. E mais se regozijaram, pensando na multidão de vezes que se uniram fragmentariamente para o seu trabalho. Em meio de tão grande alegria, existia uma nuvem: o homem. Ah! como ele era ingrato. Haviam-no construído com seus mais perfeitos e puros materiais, e o homem abusava deles, perdendo-os. Tiveram desejo de retirar sua cooperação e privá-lo de realizar suas experiências no plano físico.
Porém a nuvem dissipou-se e a alegria voltou a reinar entre os quatro irmãos. Aproximando-se o momento de se separarem, pensaram em deixar uma recordação que perpetuasse através das idades a felicidade de seu encontro. Resolveram criar alguma coisa especial que, composta de fragmentos de cada um deles harmonicamente combinados, fosse também a expressão de suas diferenças e independência, e servisse de símbolo e exemplo para o homem. Houve muitos projetos que foram abandonados por serem incompletos e insuficientes. Por fim, refletindo-se no lago, os quatro disseram: - E se construíssemos uma planta cujas raízes estivessem no fundo do lago, a haste na água e as folhas e flores fora dela? - A ideia pareceu digna de experiência. Eu porei as melhores forças de minhas entranhas - disse a terra - e alimentarei suas raízes. - Eu porei as melhores linfas de meus seios - disse a água - e farei crescer sua haste. - Eu porei minhas melhores brisas - disse o ar - e tonificarei a planta. - Eu porei todo o rneu calor - disse o fogo - para dar às suas corolas as mais formosas cores.
Dito e feito. Os quatro irmãos começaram a sua obra. Fibra sobre fibra foram construídas as raízes, a haste, as folhas e as flores. O sol abençoou-a e a planta deu entrada na flora regional, saudada como rainha.
Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago em sua beleza imaculada, e servia para o homem como símbolo da pureza e perfeição humana.
Fonte(s):
http://www.flordelotus.eu/content/view/1…
(Fonte: Arte Maçônica)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A Solidariedade no Mundo dos Maçons.

A Solidariedade no Mundo dos Maçons

O Aprendiz
Escrito por Valdemar Sansão

“O benevolente propósito da Instituição Maçônica é de alargar a esfera da felicidade social e de promover a felicidade da raça humana” (George Washington)

Iniciação Maçônica - O primeiro contato do Candidato com a Maçonaria se estabelece através da Cerimônia esotérica da Iniciação. Por si só, este fato demonstra a fundamental diferença existente entre a Ordem Maçônica e as demais sociedades, quer religiosas, quer sociais, do mundo profano no recrutamento de seus associados.

E na verdade, a Iniciação Maçônica não é uma simples recepção de novo membro e sua apresentação aos demais. É, ao contrário, a execução de um cerimonial impressionante composto de vários Ritos iniciáticos, através do qual se objetiva despertar no Candidato a percepção de um mundo novo.

Transposto os umbrais de um Templo Maçônico, abre-se para o Neófito um caminho desconhecido que o levará, sem dúvida alguma, a viver uma existência diferente. É como se nascesse de novo.

Diferenças fundamentais - A Maçonaria não é uma sociedade política, como alguns pensam, nem uma associação de beneficência, como outros supõem. E, efetivamente, a beneficência e a filantropia de nenhuma forma constituem a finalidade específica da Maçonaria, sendo apenas as conseqüências naturais das doutrinas que ensina. O objetivo de uma Loja Maçônica consiste principalmente no aprimoramento moral e intelectual de seus Obreiros.

Empolgados pelas teorias científicas, políticas e sociais que sacodem o mundo profano, desconhecendo ou fazendo caso omisso de ser a Maçonaria, antes de tudo, uma sociedade iniciática. Há os que pretendem transformá-la em força atuante no cenário político e social do país, seja através de manifestações políticas, seja por meio de grandes empreendimentos sociais ou filantrópicos. Isso quando não pensam em convertê-la em associação similar aos Rotary, Lions, etc., sociedades fundadas por Maçons para a prática da caridade com o auxílio de Profanos, e às quais a Maçonaria serviu de modelo.

Os usos e costumes trazidos até nós pela tradição formam, no entanto, a inconfundível fisionomia da Maçonaria, e no dia em que forem abolidos, ela deixará de ser uma ordem iniciática, para cair no nível de tantas e tantas sociedades filantrópicas que proliferam no mundo profano.

Porém, a mais notável diferença entre tais sociedades, indiscutivelmente beneméritas, e a Maçonaria, é que aquelas não se preocupam tanto com o comportamento moral de seus membros como esta, cujo programa fundamental é de elevar Templos à virtude e de cavar masmorras ao vício. E de fato, tal é a principal tarefa de um Maçom, tarefa recomendada pelos Rituais.

Política – No que se refere à política, embora outrora, no Brasil, as sociedades secretas políticas interessadas na independência do País, se convertessem posteriormente em Lojas Maçônicas, trata-se de uma atividade que não pode ser exercida pela Ordem, como associação maçônica; no entanto, todo Maçom, individualmente, pode atuar na política por ser um direito impostergável de todo cidadão. O Maçom pode ser político e deve exercer os seus deveres políticos, a Ordem não. A associação é obrigada a manter a mais rigorosa equidistância entre os vários partidos, a fim de manter a harmonia em seus quadros, que se compõem de seguidores de todos os partidos políticos reconhecidos. Por esta razão, é rigorosamente proibido falar de política em uma Loja Maçônica.

Objetivos – Que pretende, pois, a Maçonaria ao Iniciar Candidatos? Exatamente o que todas as sociedades secretas iniciáticas da Antiguidade pretenderam: transformar Profanos em Iniciados. Tanto os mistérios antigos, como os mistérios cristãos, eram escolas cujos discípulos se empenhavam com todas as suas forças ao seu próprio desenvolvimento, mas não em benefício de seus próprios interesses; buscavam tornarem-se melhores visando tão-somente o benefício de seus semelhantes. Viam no seu próprio desenvolvimento moral e intelectual a primeira condição para que pudessem trabalhar para os outros.

Solidariedade Maçónica - Embora a Maçonaria não seja de nenhum modo uma sociedade de beneficência nem de socorros mútuos, como muitos erradamente pensam, o espírito de solidariedade, não obstante, não está alheio ao Maçon; deve, ao contrário, fazer parte de sua própria natureza e condição de Maçon...

A Maçonaria põe em relevo, com um poder de lógica não alcançado por nenhuma outra doutrina, a fraternidade e a solidariedade. A verdadeira superioridade consiste nas qualidades adquiridas e se traduz principalmente por um sentimento profundo dos nossos deveres para com os humildes e os deserdados deste mundo. Há obrigações devidas por todo Maçom aos seus irmãos, que assim podemos resumir: assistir um irmão em sua aflição ajudá-lo em suas virtuosas empresas, fazer votos para o seu bem-estar, conservar os seus segredos, e defender a sua reputação tanto na sua ausência como na sua presença. Em linguagem mais extensa:

Quando as necessidades de um irmão solicitarem o meu auxílio estarei sempre pronto para prestar-lhe tal assistência, para salvá-lo da ruína, enquanto não for prejudicial a mim ou às minhas relações, se achá-lo merecedor disso.

A indolência não será causa de minha hesitação, nem de minha indignação e não me farão desviar; mas esquecendo qualquer consideração egoísta, serei sempre pronto para servir, socorrer e ser benevolente para um companheiro em aflição, e mais particularmente a um Maçon.

Quando fizer votos ao Deus Todo-Poderoso para o bem-estar de um Irmão, lembrá-lo-ei como se fosse eu próprio; como as vozes das crianças e dos inocentes sobem para o Trono da Graça, assim com toda certeza as súplicas de um coração fervoroso elevam-se até as mansões da bênção, tanto quanto as nossas preces são certamente necessárias aos outros.

Guardarei como se fosse meu o segredo de um irmão a mim confiado como tal; como se traindo esta confiança poderia fazer-lhe o maior dano que seria capaz de sofrer nesta vida mortal; não somente isto, mas seria semelhante à vilania de um assassino, que se embosca na escuridão a fim de apunhalar o seu adversário, quando desarmado e não estando preparado para enfrentar um inimigo.

Suportarei o temperamento de um irmão em sua ausência como o faria em sua presença; se estiver em meu poder, não insultaria injustamente, nem permitiria que outros o fizessem.

O Irmão Plantagenet tem muita razão quando diz que a solidariedade não constitui para o Maçom um ideal ou uma finalidade. O Maçom deve encará-la apenas como uma disciplina, como algo natural. É por este motivo que, em todas as reuniões maçônicas, percorre a Oficina o Tronco de Solidariedade ou de Beneficência. Através dele, lembra-se o Maçom o espírito de solidariedade, o qual, para ele, deve transformar-se em hábito.

Assim, quando numa circular, datada de 16 de Outubro de 1861, o Ministro do Interior de Napoleão III, Persigny, pretendeu considerar a Maçonaria como uma associação de beneficência, assimilando-a às sociedades de São Vicente de Paulo, os Maçons franceses protestaram, dirigindo ao Ministro as seguintes palavras: “Os nossos antepassados há muitos séculos, reuniram-se sob ritos antigos, não para exercer a caridade, mas para procurar a verdadeira luz... A caridade é uma consequência das nossas doutrinas, e não a finalidade das nossas reuniões”.

Para muitos Maçons que não distinguem a diferença entre as duas palavras, basta dizer que a caridade é um favor que se presta, ao passo que a solidariedade é uma obrigação. A finalidade das Lojas, de um lado, é facilitar a procura da Verdade e, do outro, é ensinar o duro e penoso trabalho do desbaste da Pedra Bruta.

Contudo, o que há de menos difícil é contribuir materialmente para o alívio dos infortúnios que podem ser socorridos. A Maçonaria, desde os tempos mais remotos, impôs aos seus adeptos a obrigação de assegurar a existência das viúvas e dos órfãos da Confraria. O ancião impotente tampouco era abandonado; recebia cuidados convenientes e sabia que funerais decentes lhes seriam reservados. Os Maçons modernos não se quiseram subtrair a estes tradicionais e sagrados encargos; assim toda Loja tem o seu tronco de beneficência, sem prejuízo de contribuições à caixa de socorros e outras obras de caridade: orfanatos, asilos, etc.

Valdemar Sansão – M:. M:.


Galeria de Fotos

Os Cavaleiros Templários - A Origem da Maçonaria

A Maçonaria

MAÇONARIA - TEMPLO DE SALOMÃO

Como tornar-se Maçom

Dan Brown fala sobre a maçonaria

Maçonaria: Ser Maçom

Video que mostra alguns dos grandes Maçons.

O Maçom Luiz Gonzaga - O Gonzagão

Breve história da Loja Cavaleiros do Oriente nº 4.

Stephen John Richard Allen (*)

Meus Ir.:,

A história é parte integral da vida. Sem a presença do passado não teria o presente, e sem o presente, nunca estaremos presentes no futuro.

A “Augusta e Respeitável Loja Simbólica Cavaleiros do Oriente” foi fundada em 24 de outubro de 1932. A loja era a primeira fundada sob a potência da Grande Loja de Pernambuco (apesar seu número ‘04’), sendo fundada apenas 18 dias após da fundação da Grande Loja.
Foram os seguintes IIr.: que elaborarem o estatuto da loja, registrado no dia 06 de junho de 1933, no 1º Cartório de Registro de Títulos e Documentos da Rua Diário de Pernambuco:

Venerável Mestre, Ir.: Zeferino Agra de Lima;
1º Vigilante, Ir.: Samuel Ponce de Leon (que em 1947 foi Venerável Mestre);
2º Vigilante, Ir.: João Capistrano Bezerra;
Orador, Ir.: Abdenago Rodrigues de Araújo;
Secetário, Ir.: Luiz Aurélio de Oliveira;
Tesoureiro, Ir.: Apolinário de Azevedo;
1º Diácono, Ir.: Moysés Cícero do Rego Gomes;
2º Diácono, Ir.: José Lacerda;
Chanceler, Ir.: Edmundo Osmundo Cavalcanti;
Mestre das Cerimônias Ir.: Orlando Feijó de Melo;
Hospitaleiro, Ir.: Joaquim Luiz Rabelo e
Cobridor, Ir.: Otávio Cavalcanti de Alberquerque.

Estes nomes são importantes para todos nós, pois sem estes homens livres e de bons costumes não apenas nossa existência como uma loja não teria sido possível, e é bastante provável que nosso ingresso na Maçonaria também não teria acontecido.

A loja sempre foi cosmopolita. Ela têm uma história expressiva de IIr.: que vieram de outros orientes, como IIr.: Samuel Ponce de Leon, Salvador Moscoso, Manoel Pereira Lopes e Manoel Francisco de Campos que eram do oriente do Portugal.Ir.: Alexandra Markus de Tchecoslováquia, Ir.: Ângelo Papaleo era Italiano,
e eu, Ir.: Stephen John Richard Allen natural de York, Inglaterra. Aliás, a loja, na maioria do tempo, foi composta por mais IIr.: não naturais de Pernambuco de que IIr.: pernambucanos, mostrando a grandiosidade da maçonaria. Podemos olhar em nosso quadro agora para ver IIr.: que são naturais de Espírito Santos, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Ceará, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e São Paulo.
Durante sua história, Cavaleiros do Oriente sempre teve laços estreitos com a grande loja, participando ativamente com seus obreiros e preenchendo cargos importantes. A loja tem a honra de ter em seu quadro obreiros, citamos apenas alguns, que tiveram cargos na Grande Loja de Pernambuco:

Grão Mestre:

1946/48 - Roberto Le Coq de Oliveira;
1954/61 - Salvador Pereira d'Araújo Moscoso;
1964 - Manoel de Lima Filho

Deputado do Grão Mestre:

1949 - 1958 - Oswaldo Andrade

Gr.: Rep.: da Gr.: Lo.: de Pe.: :

1949 - Manoel Pereira Lopes com o Gr.: Or.: de Amazonas
1958 - Oswaldo Andrade com a Gran Logia Occ.: de Columbia – Cali
João Capistrano Bezerra com a Gr.: Lo.: do Est.: de Paraná

A loja teve sete endereços durante a sua longa história. O primeiro endereço da loja foi na Rua do Dique, no bairro de São José, Recife, e passou pela Rua da Aurora, 277, até 1964, quando se mudou para Rua Augusta, 699 e, mais tarde Rua 24 de Maio também no bairro de São José. Um endereço encontrado nos documentos da loja foi Avenida Dantas Barreto, 1253, registrado em 1977.

No final de 1989 a loja foi transferida para o prédio sede da Grande Loja de Pernambuco, na Rua Imperial, 197 no Bairro de São José.

Em 1995 a loja Cavaleiros do Oriente conseguiu seu templo próprio na Rua Dr. Gustavo Pinto, no bairro de Jardim São Paulo.

O prédio da oficina foi construído em 1994 através de ajuda e colaboração de homens como Ir.: Eduardo Guerra que é reconhecido como peça fundamental para a realização da obra, por sua dedicação, carinho e vontade de realizar pelo bem da ordem, Ir.: Fernando Viveiros, Ir.: Eliomar de Almeida e o Ir.: presente ativo José Simão de Góis.

Por causa das enchentes durante os anos setenta, muitos documentos foram destruídos e que contavam a história da loja Cavaleiros do Oriente. A data exata que a loja recebeu o título de ‘benemérita’ é imprecisa, porém a primeira referência do título foi encontrada numa correspondência entre a loja Cavaleiros do Oriente e a Grande Loja de Pernambuco datada dia 12 de março de 1947. No mesmo documento o título Val.: também foi citado.

O título ‘Cinqüentenária’ foi concedido pela Grande Loja de Maçônica de Pernambuco em 2005.

A loja Cavaleiros do Oriente sempre foi ativa na realização de ações sociais, não na busca de reconhecimento como uma boa colaboradora (na maioria das vezes as ações nem foram divulgadas), porém, mais importante, era contribuir na busca de resultados positivos que aquela ação merecia.

Por isto muitas ações sociais da loja não se destacaram na imprensa, na Grande Loja nem foram comentadas entre IIr.: das demais lojas em nosso Or.:.

É claro, falo do trabalho importantíssimo das cunhadas da loja, sem as quais muitas destas ações não teriam sido realizadas.

As ações eram várias, muito mais do que podiam ser colocadas aqui, mas, permitam-me citar algumas; como distribuição emergencial de colchões e roupas após as enchentes que prejudicaram o nosso Or.: de Recife durante os anos 70; recuperação de cadeiras escolares que foram redistribuídas no setor escolar público; distribuição de fraldas descartáveis para creches para mães de baixa renda e fornecimento de medicamentos para o Hospital do Câncer em Recife.

O trabalho da loja Cavaleiros do Oriente é um constante, e após 75 anos de existência de uma loja vibrante, saudável e harmoniosa, esperamos que nossos futuros IIr.: possam celebrar e saudar a loja em seu centenário aniversário.

(*) Ir.: Stephen Allen é Mestre Instalado da Loja Cavaleiros do Oriente nº 4.