quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O Maçom e o Trabalho.

Martelo - Malho

O homem vê o trabalho como atividade em que se auto-realiza e com o qual transforma a natureza. E só começa a realizar um serviço depois de haver pensado e planejado intencionalmente a tarefa. Não existe trabalho sem o uso conjunto da força e do intelecto, ambas complementam-se. Enquanto o projeto é uma ação passiva, o trabalho é uma ação ativa. O resultado é a realização prática de algo.A  ferramenta que representa o trabalho nas oficinas maçônicas é o malho. Este representa a força bruta, a vontade que executa. Sem a vontade do malho o cinzel não poderia exercer seu livre arbítrio. E, longe de ser destituído de racionalidade, algo embrutecido e aleatório, ele representa a intenção por trás da ação. Não é apenas um aglomerado metálico, pesado e violento, muito menos sinônimo de obstinação ou teimosia.
Baseado na maneira como o malho atua, batendo vez após vez, denota-se que sua atividade é firme e perseverante. Ele não executa todo o trabalho de uma só vez, mas em pequenos avanços, firmes e objetivos. Age de forma descontinua, num esforço inconstante, em pancadas, pois se exercesse pressão continua sobre o cinzel, este perderia todo o rigor na execução da obra final. Como o conjunto não é aparato de criação, mas de desbaste, sempre arrancando e nunca acrescentando, impõe-se disciplina, levando aquele que o empunha a alterar sua visão de mundo e principalmente de si mesmo.
Sem o malho o aprendiz maçom não poderia trabalhar a pedra bruta e não teria como se autoproduzir; porque é ele mesmo quem trabalha a sua "pedra" interior. Esta deve ficar plana e esquadrejada; obtendo com isto uma condição aprovada, que lhe permita fazer parte da estrutura do Grande Templo. Ao desbastar a pedra bruta, dela são arrancadas as superficiais e grosseiras arestas da personalidade, sendo que a sua atuação deve ser forte, resoluta e pode até ser dolorosa. O malho é o emblema do trabalho, é quem fornece a força material, para de forma figurada aplainar a pedra bruta e culminar em educação, polindo a silvestre e inculta personalidade para uma vida e obra superior. O acabamento de um trabalho assim conduzido resulta em amarrar intimamente a energia que age e a determinação moral. O resultado é fina educação, ou polidez, e os produtos desta associação são belos, sutis e delicados, revelando o intelecto que atua por traz da ação.
Sem o uso do malho com mestria e vigor, o aprendiz maçom não poderia derrubar obstáculos e superar dificuldades, haja vista que é na constância e na determinação que desenvolve habilidade e imaginação. O seu uso o leva a aprender e conhecer as forças da natureza e a desafiá-las; leva-o a conhecer as próprias forças e limitações; relaciona-o com os companheiros e leva-o a viver o afeto desta relação.
O malho é sempre empunhado pela mão direita, o lado ativo, ele também é a insígnia do comando, da direção. Simboliza a vontade ativa, a energia, a decisão, o aspecto ativo da consciência do aprendiz, o membro viril, o reprodutor, a força e a vontade. É o indutor da iniciativa, da perseverança, é enfim, o símbolo da inteligência que age e persevera, que dirige o pensamento.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O SENHOR NÃO DEVE SER MAÇOM!!!



"Ser maçom é ser amante da sabedoria, da virtude, da justiça, da humanidade.

Ser maçom é ser amigo dos pobres, desgraçados que sofrem, que choram, que tem fome; que chamam pelo direito, pela justiça e os utilizam como única forma de conduta, o bem de todos o seu engrandecimento e progresso.
Ser maçom é querer a harmonia das famílias, a concórdia dos povos, a paz do gênero humano.

Ser maçom é derramar por toda a parte os divinos esplendores da instrução: educar para o bem, inteligência; conceber os mais belos ideais do direito, da moralidade, da honra e praticá - los.

Ser maçom é levar para o terreno prático, aquele formosíssimo preceito de todos os lugares e todos os séculos, que diz com infinita ternura aos homens de todas as raças, desde o alto de uma cruz e com os braços abertos ao mundo: "Amai - vos uns aos outros, formai uma só família, sedes irmãos".


Ser maçom é pregar a tolerância; praticar a caridade sem distinção de raças, crenças ou opiniões, é lutar contra a hipocrisia e o fanatismo.
Ser maçom é viver para a realização da Paz Universal, tendo pelos vivos o mesmo respeito que se dedicam aos mortos.
Se o senhor não reúne estas condições, afaste-se da Maçonaria."


Publicado no"A Voz do Vale do Rio Grande", Paulo de Faia, SP, 4 de Janeiro de 1976. (Fonte: Blog O Aprendiz)








sábado, 24 de setembro de 2011

A Ignorância, o Fanatismo e a Solidariedade

Longe de se tratar apenas do desconhecimento generalizado, a Ignorância é o pior mal que aflige a sociedade humana. Não se trata apenas da falta de cultura geral, mas do mau uso que se faz do conhecimento existente...

Longe de se tratar apenas do desconhecimento generalizado, a Ignorância é o pior mal que aflige a sociedade humana. Não se trata apenas da falta de cultura geral, mas do mau uso que se faz do conhecimento existente. O ignorante oprime e subjuga o próximo em sua busca pelo poder, ao ganho fácil e desonesto ou baseado na força física e no ardil, provoca baderna, guerra, desmando e desmoraliza toda a sociedade; é um bruto.

Já o homem sábio e espiritualizado prima pela busca do respeito a si próprio e pratica o amor fraterno. Mesmo que a maioria não o mereça, é tolerante até o limite de sua capacidade individual. A sabedoria não é a erudição; é um conjunto harmonioso de conhecimentos e disposição mental. Além de ser estudioso, aperfeiçoar-se permanentemente, o homem de perspicácia age e fala em conformidade com a razão e a moral, com prudência e experiência de vida, é sensato, equilibrado, sensível, moderado, sereno, amigo do progresso, sujeito a mudanças, evita o confronto pela força física, luta pela verdade, justiça e união dos povos, visa a intensificação da luz da visão interior, fomenta a promoção do crescimento do bem e da perfeição e promove o autoconhecimento. Ao entrar na posse das noções equilibradas dos direitos e deveres de cidadão e ser humano, e, ao educar-se permanente, liberta-se, pois só uma pessoa livre pode promover ações que ajudam a sociedade a quebrar os grilhões da escravidão do sistema dos embrutecidos.

Infelizmente, tanto o fanatismo político como o religioso promove as maiores arbitrariedades. Supostamente por ordem da divindade o fanatismo religioso é uma espécie de anomalia mental que contamina as pessoas e perverte a razão. A história tem muitos relatos de quão horrorosa pode ser uma sociedade dominada pela superstição, falsidade e loucura fundamentalista. Também os fanáticos políticos, movidos pela cobiça e o poder, muitos males causam a sociedade. Miríades de homens e mulheres de valor foram caladas ao longo da história humana pelos extremismos político e religioso.

A Maçonaria, orientada pelo Grande Arquiteto do Universo, sem ufano, tem a pretensão de promover a educação necessária para melhorar o ser humano, combater o fanatismo e promover a solidariedade como recurso para eliminar os males da vida de seus obreiros e da sociedade em geral. A associação de maçons não consta de uma proteção incondicional recíproca, mas é fundamentada em valores e condições razoáveis. A melhor proteção de seus membros vem da educação que ela promove, e deste desenvolvimento pessoal e do relacionamento interpessoal florescem amizades, vínculos de perfeita união, tão fortes que fazem da Ordem um local onde o amor é usado para moldar espíritos e intelectos para se tornarem pessoas de valor na sociedade em que vivem.

E assim, educando a pessoa, esta pelo exemplo, conquista outras pessoas no meio em que vive, tornando a vida da sociedade global mais fácil de ser vivida.

Que o Grande Arquiteto do Universo Abençoe a todos nós!

Ir.'. Charles Evaldo Boller
ARLS Apóstolo da Caridade n° 21
Or.'. Curitiba - Grande Loja do Paraná













domingo, 18 de setembro de 2011

O Povo Brasileiro 1 - Vamos entender um pouco do nosso Brasil e da sua formação.


O povo brasileiro é um documentário de 10 capítulos que conta a história Sócio-econômica do Brasil da época dos desbravados índios parte o capítulo 1 rumo aos tempos modernos.

O antropólogo Darcy Ribeiro (1913-1997) foi um dos maiores intelectuais brasileiros do século XX. Esses vídeos mostram os programas da série baseada na obra central de Darcy: O Povo Brasileiro, em que o autor responde à questão "quem são os brasileiros?", investigando a formação do nosso povo.

O Povo Brasileiro é uma recriação da narrativa de Darcy Ribeiro, e discute a formação dos brasileiros, sua origem mestiça e a singularidade do sincretismo cultural que dela resultou. Com imagens captadas em todo o Brasil, material de arquivo raro e depoimentos, a série é um programa indispensável para educadores, estudantes e todos os interessados em conhecer um pouco mais sobre o nosso país.

Plásticos biodegradáveis não fazem milagres.


O lixo é um dos maiores problemas ambientais da atualidade. Os moldes de consumo adotados por boa parte das sociedades modernas provocaram o aumento contínuo e exagerado na quantidade de lixo produzido no planeta. Em meio a esse cenário está um dos grandes vilões: o plástico.
Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), são consumidas no Brasil cerca de 12 bilhões de sacolinhas por ano. Dessas, 80% viram lixo, levando mais de mil anos para se decompor. Mas não são apenas essas embalagens que tem destinação final o estrago da natureza. Segundo um relatório do Programa Ambiental da ONU (Unep, na sigla em inglês), os produtos plásticos, como garrafas, sacos, embalagens de comida, copos e talheres, formam a maior parte do lixo encontrado no oceano. Em algumas regiões, esse elemento corresponde a 80% do lixo marinho.

Do mito à realidade dos biodegradáveis

Na tentativa de minimizar a pegada, alguns fabricantes adicionam amido ou celulose à mistura de plástico para, assim, acelerar o processo de decomposição de certas embalagens. Mas será que essa biodegradação soluciona mesmo o problema?
A resposa é não! “O título biodegradável não garante nada para absolutamente nada”, avisa Silvia Rolim, engenheira química e assessora técnica da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, uma organização de referência nacional no que diz respeito a assuntos ligados ao plático. “Evidentemente, é melhor optar pelos biodegradáveis, mas a presença de amido ou celulose não é uma garantia de decomposição em ambientes sem luz e oxigênio”, explica ela.
De acordo com a engenheira, o plástico biodegradável requer condições específicas para decompor-se adequadamente. Seu descarte de forma inadequada pode torná-lo tão nocivo para o meio ambiente quanto o plástico convencional. “Até mesmo uma casca de banana quando jogada fora em condições erradas necessita de um a três anos para se biodegradar. A natureza não faz mágica”, complementa Silvia.

Eles se biodegradaram, e agora?

Mas mesmo no caso dos plásticos biodegradáveis, resta saber no que o material se transforma depois da decomposição. Essa dúvida fez a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) declarar que não se pode afirmar que o uso de plásticos biodegradáveis é mais aconselhável, porque esse novo material pode ocasionar novas formas de contaminação ao solo.
Para Silvia Rolim, a solução integral depende da eficiência da nova política pública nacional de resíduos sólidos e de uma intensa participação das empresas nesse processo. “Qualquer política de resíduos sólidos, isso inclui a utilização ou não de plásticos biodegradáveis, depende de coleta adequada e destinação correta desses resíduos”, reforça a engenheira.

(Texto publicado no Envolverde por Leticia Freire via Carta Capital)

sábado, 17 de setembro de 2011

Conheça a biografia de Carlos Imperial.


Carlos Imperial descobriu o talento de artistas como Roberto Carlos, Tim Maia e Elis Regina. Nos anos 70, ele emplacou vários sucessos como compositor e na década seguinte foi ator de pornochanchada. Até na política e no carnaval ele se envolveu.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Loja Maçônica em Campo de Concentração - Fim da Segunda Guerra Mundial e A Maçonaria‏.

Com a ascensão de Hitler ao poder, as dez Grandes Lojas da Alemanha foram dissolvidas. Muitos entre os dignatários proeminentes e membros da Ordem foram enviados para campos de concentração. A Gestapo aproveitou a listas de membros das Grandes Lojas e saquearam suas bibliotecas e coleções de objetos maçônicos. Grande parte deste tesouro foi então exposto em uma "Exposição Anti-maçônica" inaugurada em 1937 por Herr Dr. Joseph Goebbels em Munique. A exposição incluiu completamente mobiliados templos maçônicos.
"A perseguição foi transportada para a Áustria, quando o país foi capturado pelos nazistas. Os Mestres da várias lojas de Viena foram imediatamente confinados em campos de concentração, inclusive o inferno horrível em Dachau, na Baviera. O mesmo procedimento foi repetido quando Hitler assumiu a Tchecoslováquia, e em seguida, a Polônia. Imediatamente após conquistar a Holanda e Bélgica, os nazistas ordenaram a dissolução das lojas nessas nações.
O ódio de Hitler da Maçonaria foi claramente divulgado num documento em 1931, às autoridades do partido nazista foi dado um "Guia e Carta de Instrução", que declarava: "A hostilidade natural dos camponeses contra os judeus, e sua hostilidade contra o maçom como um servo do judeu, devem ser trabalhados até um frenesi."
Em 07 de abril de 1933, Hermann Goering, que quase chegou a se tornar um maçom, realizou uma entrevista com o Grão Mestre von Heeringen da Grande Loja da Alemanha, dizendo-lhe que não havia lugar para a Maçonaria na Alemanha nazista. O Manual Oficial de Ensino da Juventude Hitlerista, atacava maçons, marxistas, e as igrejas cristãs pelo seu "ensino equivocado da igualdade de todos os homens", pelo qual eles diziam estar procurando o poder sobre o mundo inteiro.

domingo, 11 de setembro de 2011

Irmão Marcos Reus recebe do Exército Brasileiro diploma de amigo da 14ª Bateria de Artilharia Antiaérea.

A 14ª Bateria de Artilharia Antiaérea (14ª Bia AAAe) completou, 69 anos de criação. Uma solenidade militar marcou a data. Na oportunidade, o Exército concedeu o “Diploma de Amigo da Bateria” a autoridades civis e militares que têm contribuído com relevantes serviços prestados àquela Subunidade Militar. Dezenas de militares da Arma de Artilharia foram a Olinda prestigiar a festividade de aniversário.
O nosso Ir.'. Marcos Reus, da Cavaleiros do Oriente n° 4, recebeu o referido diploma. Nossos parabéns ao trabalho desenvolvido pelo Irmão.

Me parece que Osama se inspirou nos filmes-catástrofe americanos´, diz Arnaldo Jabor.


As fortes cenas transmitidas ao vivo romperam os limites entre ficção e realidade e deixaram todos confusos. Passados alguns anos, obras do cinema retrataram histórias envolvendo os atentados de 2001.
(Fonte: Globo News)

O embaixador diz que o mundo todo está pagando pela reação de vingança dos EUA aos atentados. Jório Dauster acredita que alguns anos serão necessários para que os países se recuperem do impacto.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Cachaça: especialista dá dicas para degustar a bebida.


O cachacista (sommelier de cachaça) Jairo Martins fala sobre a elaboração do produto
tipicamente brasileiro, tipos e qualidades de uma bebida.

Toda bebida existe para dar prazer, mas quem a bebe só vai aproveitar suas verdadeiras qualidades depois de submetê-la à análise sensorial, ou, em outras palavras, depois de degustar. A degustação constitui a mais poderosa ferramenta, o caminho mais legítimo e confiável para você conhecer a personalidade da cachaça, construir sabedoria e crítica sobre a bebida. Degustar não é o mesmo que beber ou mesmo bebericar, que significa beber em pequenos goles. Degustar é provar, beber delicada e cuidadosamente, prestando atenção às características sensoriais importantes: aparência, cor, aroma e sabor.
A degustação da cachaça pode ser feita de forma científica, sendo neste caso conduzida por especialistas denominados cachacistas ou cachaçólogos (degustadores profissionais), que anotam em formulários específicos os vários aspectos técnicos da bebida. Pode-se degustar de forma “hedonística” ou mais simplificada. O objetivo principal aqui é a apreciação, procurando sentir prazer em cada gole, sem grandes preocupações analíticas.
Esta seção está voltada para o degustador amador. Sem a preocupação em se esgotar o tema, o objetivo principal é passar as orientações básicas, numa linguagem simples e acessível, sobre cuidados e dicas importantes para se apreciar as melhores cachaças do Brasil.

Dicas para degustação

“Beber cachaça com elegância é arte de não se fazer notar, aliada ao cuidado sutil de se deixar distinguir”. Jairo Martins da Silva
Como qualquer outra bebida, alcóolica ou não, a cachaça aproxima pessoas e faz amigos. Assim, não se pode negar o poder social dessa bebida genuinamente brasileira, que estabelece ligações, facilita a comunicação e o diálogo entre as pessoas. Beber cachaça entre amigos, desfrutando os prazeres de uma boa conversa é também uma questão de harmonização, devendo-se sempre seguir a importantíssima regra de ouro: “Beba pelo prazer, privilegiando a qualidade e nunca a quantidade”.
O LOCAL
A degustação, ou simplesmente a apreciação, deve ser feita, em local limpo, arejado, com boa iluminação, em copos ou taças próprios de vidro branco e transparente, um para cada tipo. Cinco tipos de cachaça em cada degustação é o máximo que se recomenda. A formação de um círculo de interessados, que se reúnam habitualmente, por prazer e não por obrigação, para apreciar cachaças de tipos e origens variadas, pode ser interessante.
Com o copo ou taça preenchido com, no máximo, um terço da sua capacidade, a degustação é normalmente feita em três fases: visual, olfativa e gustativa.
O EXAME VISUAL
Em primeiro lugar, é sempre importante ler o rótulo que deve conter as principais informações como teor alcóolico, o nome do fabricante, o registro do produto no Ministério da Agricultura e, se for uma cachaça envelhecida, o tempo e a madeira do envelhecimento.
Antes de tomar o destilado, é preciso examiná-lo. A cachaça pode ser branca, amarelo claro, o que indica que a bebida foi envelhecida em um barril de madeira. Há ainda as que têm um tom amarelo mais escuro ou dourado, provavelmente pelo uso de melado ou caramelo para a alteração do sabor. Embora o uso de caramelo seja um processo artificial de coloração, a legislação brasileira permite essa prática.
A presença de ciscos - substâncias decantadas no fundo da garrafa - é mau sinal.
A formação de espuma na parte de cima, quando sacudida vigorosamente, é também um bom método para avaliar a cachaça ainda dentro da garrafa. Essa espuma deverá se desfazer com uma certa rapidez, dando lugar a um "rosário" de contas graúdas, que desaparece em pouco mais de 10 segundos. No restante da bebida também formar-se-ão pequenas bolhas, em grande quantidade, desaparecendo nesse mesmo tempo, indicando boa graduação alcoólica e boa destilação.
O copo ou a taça deverá ser de tamanho pequeno, preferencialmente de vidro ou cristal, para conservação dos elementos aromáticos, percepção das condições de limpeza e transparência da cachaça.
Para completar o exame visual, o copo deve ser rodado/agitado para que o líquido molhe suas paredes internas. O movimento descendente da bebida formará arcos e pernas, também chamados de “choro” ou “lágrimas da cachaça”. Nas cachaças de qualidade, essas ondulações permanecem na parede do copo por um tempo maior. Na prática, diz-se que “toda a cachaça tem que chorar e que, se ela não chora, vai chorar depois quem a bebe”.
O EXAME OLFATIVO
A segunda fase do ciclo da degustação da cachaça é o exame olfativo. Ao cheirar a cachaça, o degustador descobrirá os aromas que a caracterizam, que, em princípio, são três: o primário, próprio de toda a cachaça, que é o da cana-de-açúcar. O aroma secundário é adquirido durante a fermentação, produzido pelas substâncias secundárias, principalmente ésteres, aldeídos e óleos. O aroma terciário é transmitido pela madeira do recipiente onde a cachaça foi armazenada.
Os principais aromas a serem reconhecidos são: o alcoólico, o frutado, o ácido, o adocicado e o estranho.
Para se fazer o exame olfativo completo, é importante seguir três estágios. No primeiro, aproxima-se o nariz da borda do copo em repouso para se sentir a intensidade e a fineza da cachaça. No segundo estágio, faz-se um ligeiro movimento circular com o copo para que aromas mais sutis, ainda não percebidos, sejam liberados. As cachaças de qualidade apresentam o aroma frutado, que identifica a presença de ésteres. O aroma alcoólico deve existir, mas não deve ser acentuado. O aroma ácido (azedo) deve ser discreto – quando acentuado indica qualidade inferior. Já o aroma adocicado, do mesmo modo, não deve se destacar.
Ou seja, todos esses aromas devem existir na cachaça, só que em quantidades bem diferentes. Por último, o aroma deve ser agradável, não podendo arder nem o nariz e nem os olhos.
O terceiro estágio é o da consolidação das impressões olfativas, para o qual deve-se agitar vigorosamente o copo, para que apareçam os aromas mais marcantes.
Agluns cachaçólogos recomendam que se esfregue um pouco de cachaça na mão e sinta o odor. Se a cachaça for de qualidade, o primeiro cheiro lembrará a cana, se não for de qualidade lembrará álcool. Logo em seguida, balance as mãos e esfregue novamente, o segundo cheiro lembrará a madeira, quando a cachaça for de qualidade, caso contrário terá odor insalubre.
O EXAME GUSTATIVO
A terceira fase do ciclo é o exame gustativo. Ao se colocar a cachaça na boca, tem-se a prova final. Através das papilas gustativas, localizadas na língua, podemos perceber os quatro tipos de sabores: doce, salgado, amargo e ácido.
Nesse exame, também as seguintes características são analisadas: estrutura, acidez, álcool e corpo. A estrutura retrata sua adstringência. Isto é, uma boa cachaça é aveludada, não transmitindo travo ou amargor, aquela sensação de “amarrar a boca”. A acidez é a mesma sensação que encontramos em frutas cítricas, como o limão.
A cachaça deve ser macia e redonda, ou seja, não deve ser picante nem arranhar na garganta. Devido a seu alto teor alcóolico, é preciso ter muito cuidado em avaliar o gosto da bebida, pois o álcool pode amortecer as papilas gustativas e, com isso, mascarar os demais sabores.
Em microgoles, pode-se analisar a presença do álcool na cachaça, como uma sensação queimante até suave. A cachaça não pode queimar profundamente mas sim de uma forma agradável.
A cachaça deve ficar por alguns segundos na boca. Uma boa cachaça apresenta quatro sabores - adocicado, ácido, amargo e salgado - mais ou menos acentuados, dependendo da marca.
Se você for degustar mais de uma cachaça, não esqueça de beber um pouco de água mineral, sem cloro e gás, isto é, lavar a boca, entre uma e outra cachaça. Sua boca deve estar limpa, sem resquícios da cachaça anterior.
Lembre-se que degustar não é o mesmo que beber. A dose do degustador é menor do que a dose aperitiva que precede a refeição ou aquela que acompanha o papo. A dose ideal tem a altura equivalente à largura do dedo indicador da mão do degustador.
Uma taça de cristal, criada especialmente para degustar uma cachaça de qualidade, é o mais recente requinte desenvolvido pelos produtores. O desenho, a criação e a produção do cálice oficial da cachaça é resultado do esforço da Fenaca (Federação Nacional das Associações dos Produtores de Cachaça de Alambique) e da Coocachaça (Cooperativa de Produção e Promoção da Cachaça de Minas). As duas entidades lutam pela qualificação da bebida, pela certificação mundial de origem controlada e pelo aumento da exportação do produto. A taça de cristal atende às exigências do consumidor brasileiro jovem e sofisticado, que, cada vez mais, adota a cachaça fina em substituição aos destilados importados.
“O antigo copo de cachaça não combinava com o novo perfil de bebida requintada que a cachaça assumiu. Trabalhamos no desenvolvimento desta taça de cristal há cinco anos”, afirma uma das patrocinadoras do projeto, a empresária e membro do conselho da Coocachaça, Dirlene Maria Pinto. “A nova taça possui a sofisticação que a cachaça de qualidade merece. Seu formato foi estudado para favorecer a degustação”, acrescenta Dirlene.

O cálice

Cálice para beber cachaça
Tem 13 cm de altura, uma base arredondada e é mais fechado na borda. A haste alongada não deixa o calor da mão interferir no sabor da bebida. O ligeiro estrangulamento da borda da nova taça ajuda a concentração do feixe dos aromas característicos da bebida. Em um copo comum, quando a borda é mais espessa e reta, o aroma tende a se espalhar e o bouquet se perde. A nova taça também permite a observação da cor, oleosidade, limpidez, brilho e a formação das lágrimas da bebida – em uma boa cachaça, grandes gotas devem ser constantes e homogêneas e escorrer lentamente pela superfície interna e translúcida.
Especialistas garantem que o formato, o material e o design do copo interferem na percepção das características visual, olfativa e gustativa da bebida. A explicação está relacionada à maneira como o líquido chega às zonas de paladar. A ponta da língua é sensível ao doce; a parte de trás, ao amargo; e as laterais, aos sabores salgado e ácido.
A taça oficial de cachaça será produzida em cristal pela empresa Cristais Hering, de Blumenau, Santa Catarina. A empresa aperfeiçoou um protótipo feito artesanalmente por uma cristaleria de Portugal em 1998 e redesenhado pelo engenheiro René Vogt. O lançamento oficial da taça de cachaça terá uma programação especial em vários estados brasileiros. Em São Paulo, a taça teve seu lançamento em outubro de 2003.
Para saber mais não deixe de dar uma olhada no livro: Cachaça, O Mais Brasileiro dos Prazeres.


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

D. Pedro e a Maçonaria



A ata da nona sessão do Grande Oriente do Brasil – Assembléia Geral – realizada no 13º dia do 5º mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz 5822 (2 de agosto de 1822), consta ter o Grão-Mestre da Ordem, conselheiro José Bonifácio de Andrada e Silva, proposto a iniciação de Sua Alteza D. Pedro de Alcântara. E que, “aceita a proposta com unânime aplauso, e aprovada por aclamação geral, foi imediata e convenientemente comunicada ao mesmo proposto, que se dignando aceitá-la, compareceu logo na mesma sessão e sendo também logo iniciado no primeiro grau na forma regular e prescrita na liturgia, prestou o juramento da Ordem e adotou o nome heróico de Guatimozin”. Na décima sessão, realizada a 5 de agosto, Guatimozin recebeu o grau de Mestre Maçom.A ata da 14ª sessão – Assembléia Geral – do Grande Oriente Brasílico, fundado a 17 de junho de 1822, fechado a 25 de outubro do mesmo ano, pelo seu Grão-Mestre, D. Pedro I, e reinstalado como Grande Oriente do Brasil, em 1831, foi publicada, junto com outras, no Boletim Oficial do Grande Oriente do Brasil, Nº 10, de outubro de 1874, no Ano III da publicação (criada em 1872).Daquela ata, consta que a Assembléia decidiu ser imperiosa a proclamação da independência e da realeza constitucional, na pessoa de D. Pedro. Mostra, também, que o dia da sessão, 20º dia do 6º mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz de 5822, era o dia 9 de setembro. Isso porque o Grande Oriente utilizava, na época, um calendário equinocial, muito próximo do calendário hebraico, situando o início do ano maçônico no dia 21 de março (equinócio de outono, no hemisfério Sul) e acrescentando 4000 aos anos da Era Vulgar. Desta maneira, o 6º mês maçônico tinha início a 21 de agosto e o seu 20º dia era, portanto, 9 de setembro, como situa o Boletim de 1874.Portanto, não é procedente supor que a data da Assembléia tenha sido 20 de agosto (dia do Maçom no Brasil), tampouco se deve minimizar o fato de que a Maçonaria atuava viva e ativamente na direção da independência, particularmente através do Grão Mestre José Bonifácio e do Primeiro Vigilante, Ledo Ivo.O fato existiu e é digno de ser lembrado e comemorado por todos os maçons, mesmo porque não era possível, no dia 9, os obreiros terem conhecimento dos fatos do dia 7, dados os escassos recursos de comunicação da época. (Fonte: Cultura Brasil)

domingo, 4 de setembro de 2011

Independência do Brasil e a Maçonaria.

Quando começamos a pesquisa para a elaboração deste trabalho deparamo-nos com enorme quantidade de material, tanto maçônico como profano. Somente os textos coletados de fontes ligadas à Maçonaria, em uma avaliação rudimentar, somaram cerca de vinte e sete mil palavras. Esta quantidade de texto, se lida em velocidade normal, consumiria cerca de quatro horas. Assim sendo, concluímos que qualquer síntese que se pretenda fazer, desde que deva se enquadrar em um tempo de até trinta minutos de leitura, correrá o risco de pecar pela seletividade e omissão, obrigatoriamente necessárias.
 
Independência do Brasil
Dia do Fico, quando, depois de considerar as manifestações, o Príncipe responde: "estou pronto, diga ao povo que fico". Este episódio, marcou a primeira adesão pública de D. Pedro a uma causa brasileira.
Introdução
Tendo em vista este problema e considerando que a história pública da Independência é sobejamente mais conhecida do que a história da participação maçônica, optei por fazer foco principalmente nesta segunda. Desta forma, a dissertação sobre os fatos públicos, aqui, servirásomente para explicar a participação maçônica.
Na análise do material literário obtido, uma segunda dificuldade deve ser mencionada: não háhomogeneidade no que diz respeito ao conjunto de aspectos que são utilizados para descrever o processo de Independência. Desta forma, forçosamente somos obrigados a delimitar, mais ou menos arbitrariamente, este conjunto de aspectos que iremos abordar, pois, do contrário, qualquer texto seria insuficiente para abranger a enorme gama de informações disponíveis.
Tendo por base a premissa acima, fizemos a escolha dos tópicos que apresentamos a seguir, esperando com eles permitir uma concepção abrangente, sem tornar excessivamente longo o nosso trabalho. São os tópicos escolhidos os seguintes:
· Um breve relato dos Primórdios da Maçonaria no Brasil;
· Os Expoentes Maçons da Independência;
· A Descrição Histórica do Contexto Externo e Interno ao Brasil;
· A Descrição Sumária Dos Fatos Que Culminaram Com o Sete de Setembro;
1 – Os Primórdios da Maçonaria no Brasil
Após sua instituição, logo a Maçonaria penetrou em todo o continente europeu. Pela sua íntima relação com o Brasil, interessa-nos aqui o seu surgimento em Portugal. Foi ela introduzida em Portugal por um escocês de nome Gordon. Fundaram-se duas Lojas. Uma foi imediatamente perseguida pela Inquisição e cessou suas atividades. A outra resistiu até1743. No reinado de D. José I, um monarca liberal, que deixou o governo nas mãos do Marquês de Pombal, a Maçonaria então trabalhou em paz. A situação ficou trágica, quando subiu ao trono D. Maria I, em 1777. Os maçons foram perseguidos sem trégua. Acentuou-se a perseguição durante a Revolução Francesa. Muitos maçons se exilaram. Os que permaneceram em Portugal foram presos ou banidos. Restaram somente cinco Lojas em 1800, constituída de ingleses e franceses, a quem o governo português não ousou perseguir. Em 1802 foi eleito um Grão-Mestre. Em 1804, foi fundada a primeira Grande Loja. Em 1817, foi a Maçonaria proibida em Portugal e nas suas colônias. Essa era a situação em Portugal.
No Brasil, desde 1752, começaram a surgir sociedades secretas, de caráter político e literário. Embora não haja provas de que tais associações fossem maçônicas, crê-se que muitos de seus membros fossem maçons, iniciados na Europa. Entre estas associações estão a Associação Literária dos Seletos, formada no Rio, em 1752; a Academia Brasílica dos Renascidos, também em 1752, na Bahia; a Sociedade Literária (1786-1794), no Rio. Finalmente em 1796, o Areópago de Itambé, em Pernambuco, centro de estudos onde se discutiam idéias de liberdade e de emancipação dos povos e que alcançou grande celebridade.
Em 1797, foi fundada na Bahia a Loja “Cavaleiros da Luz”, tida por muitos como maçônica, mas parece que, na verdade, era uma sociedade política para propagar os ideais republicanos da Revolução Francesa.
O primeiro registro que se tem de uma Loja maçônica regular, no Brasil, data de 1800. Trata-se da Loja União, fundada em Niterói. Tendo crescido rapidamente, transformou-se na Loja Reunião, em 1801, reconhecida pelo Grande Oriente da Ilha de França, subordinado ao Grande Oriente da França. Em 1802, maçons portugueses instalaram em Salvador a Loja Virtude e Razão. Em 1804, o Grande Oriente Lusitano funda no Rio as Lojas Constância e Filantropia, que foram fechadas em 1806 por ordem do Conde dos Arcos, vice-rei do Brasil, que suspendeu todos os trabalhos maçônicos na Colônia. Mencionam-se ainda nessa época, no Rio, as Lojas Beneficência e São João de Bragança, também fechadas por ordem de D. João VI. Outras Lojas funcionaram naquele período, mas de existência tão efêmera, que não mereceram registro. Seu membros, perseguidos pela polícia, mudavam de lugar a cada sessão, acabando por abandonarem as atividades maçônicas.
Em 1813, três Lojas em Salvador fundaram o Grande Oriente Brasileiro, tendo por Grão-Mestre Antônio Carlos Ribeiro de Andrada. A repressão ao movimento revolucionário pernambucano de 1817 fez cessar seu funcionamento.
Entre 1809 e 1816, uma Grande Loja Provincial teria sido criada em Pernambuco, formada por cinco Lojas. Tinha cunho essencialmente político e preparou a Revolução Pernambucana de 1817. Foi fechada pela repressão.
Em 1815, foi fundada, no Rio, também com objetivo político, a Loja Comércio e Artes, subordinando-se ao Grande Oriente Lusitano. Um de seus fundadores foi Joaquim Gonçalves Ledo, cujo propósito era organizar no Brasil a primeira Loja que seria um centro de propaganda das idéias liberais da época. Importante frisar que, na época, também eram proibidos os partidos políticos.
Com a eclosão da Revolução Pernambucana em 1817, severamente reprimida e em que foram executados muitos patriotas brasileiros, D. João VI expediu Alvaráem 1818, que declarava criminosas e proibidas todas e quaisquer sociedades secretas e determinava pena de morte a seus integrantes e aos que participassem de suas atividades. O alvo era a Maçonaria. Entretanto, vários maçons brasileiros, correndo os riscos inerentes, continuaram seu trabalho político em outros locais, sob a capa de sociedades recreativas e culturais. Exemplo disso foi o Clube Recreativo e Cultural da Velha Guarda, fundado por Joaquim Gonçalves Ledo. Também, com o mesmo objetivo, fundou José Joaquim da Rocha, em sua própria casa, o Clube da Resistência.
Era essa a situação da Maçonaria brasileira, às vésperas do retorno de D. João VI a Portugal: fora da lei, funcionando clandestinamente, em locais improvisados, disfarçada em Clubes e Associações de caráter cultural e recreativo.
Vê-se aqui que pertencer à Maçonaria nos reinos e domínios da Coroa Portuguesa, na época que antecede à Independência, não era algo muito fácil. Uma declaração do Intendente de Polícia no reinado de D. Maria I reitera isto, confessou ele em certa ocasião: “… Desde 1788 combati com vigor o estabelecimento dos franco-maçons neste reino…os membros desta associação infame pertencem a todas as classes da sociedade. As nossas medidas rigorosas reprimiram uns, fizeram abjurar outros e os relapsos foram sentenciados”.
Assim eram considerados os maçons, naquela época: verdadeiros subversivos, tanto em Portugal como no Brasil.
A volta de D. João VI para Portugal, em abril de 1821, permitiu a reorganização da Maçonaria no Brasil, sob a direção de Joaquim Gonçalves Ledo. A Loja Comércio e Artes foi reaberta ainda em 1821, tendo por obediência o Grande Oriente de Portugal. Pesava ainda, porém, sobre os maçons, o Alvará de 1818. Era necessário revogá-lo. Até lá bastava que a Maçonaria fosse consentida e que membros do governo fossem se comprometendo com ela. Entretanto, como a Maçonaria vinha lutando e, então, mais do que nunca, pela independência do Brasil, era necessário que adquirisse autonomia com a fundação de uma Obediência própria, separada da portuguesa.
Em princípios de 1822, a Loja Comércio e Artes tinha em seu quadro 94 membros, número mais que suficiente para se desdobrar em mais duas outras Lojas e assim formar uma Obediência Maçônica brasileira. Foi o que se fez. Criadas mais duas Lojas: a União e Tranqüilidade e a Esperança de Niterói, foi fundado em 17 de junho de 1822 o Grande Oriente Brasiliano. Foram eleitos por aclamação, como Grão-Mestre, José Bonifácio de Andrada e Silva; Grão-Mestre Adjunto, o Marechal Joaquim de Oliveira Álvares, Primeiro Grande Vigilante, Joaquim Gonçalves Ledo e o Padre Januário da Cunha Barbosa como Grande Orador.
Uma vez fundado o Grande Oriente Brasiliano, o Brasil se preparava para a arrancada final que o conduziria à Independência.
Cabem aqui dois pequenos destaques: (1) O GOB fundado nesta ocasião é nomeado em diferentes textos de várias formas, em alguns casos échamado de Grande Oriente do Brasiliano, em outros a palavra Brasiliano é substituída por Brasílico, do Brasil e Brasileiro; (2) O Grande Oriente Brasiliano foi a primeira potência maçônica a ser instalada na América Latina, seguido em curtos intervalos pelas colônias espanholas.
2 – Expoentes Maçons da Independência.
A Independência foi feita por muitos, nem todos eles eram maçons, mas certamente a ordem maçônica contribuiu de maneira intensa e de forma muito qualitativa para a formação do quadro daqueles que levaram a contento este importante feito.
À frente do movimento, agindo de maneira enérgica e participativa, achavam-se muitos Pedreiros Livres de primeira hora, são citados freqüentemente nos livros de história os nomes de José Clemente Pereira, Cônego Januário da Cunha Barbosa, José Joaquim da Rocha, Padre Belchior Pinheiro de Oliveira, Felisberto Caldeira Brant, o Bispo Silva Coutinho Jacinto Furtado de Mendonça, Martim Francisco, Monsenhor Muniz Tavares, Evaristo da Veiga dentre muitos outros.
No entanto, estes nomes mencionados não incluem os daqueles que foram realmente os grandes arquitetos do Sete de Setembro. Estes são dois e respondiam por Joaquim Gonçalves Ledo e José Bonifácio de Andrada e Silva.
Estes dois homens lideraram os maçons divergindo principalmente com relação à forma como a Independência deveria ser conduzida. Havia, sem sombra de dúvida, uma luta ideológica entre os grupos de José Bonifácio e de Ledo. Enquanto o primeiro defendia a independência dentro de uma união brasílico-lusa perfeitamente exeqüível o segundo pretendia o rompimento total com a metrópole portuguesa, o que poderia tornar difícil atransição para país independente. E essa luta não era limitada, evidentemente, às paredes das lojas maçônicas, assumindo caráter público e se estendendo, inclusive, através da imprensa.
Embora ambos os grupos sempre tenha trabalhado pelo objetivo principal, a disputa entre eles persistiu por tão período longo que, após a Independência, face aos conflitos, D. Pedro mandou, como Grão Mestre e como imperador, que o Grande Oriente fosse fechado. Só em 1831 é que a Maçonaria renasceria no país depois da abdicação de D. Pedro através de dois grandes troncos: o Grande Oriente Brasileiro, que desapareceria cerca de trinta anos depois e o Grande Oriente do Brasil.
Passamos agora a um breve relato biográfico destes dois grandes maçons:
Joaquim Gonçalves Ledo
Gonçalves Ledo nasceu no Rio de Janeiro em 11 de dezembro de 1781. Em 1795, foi para Portugal, onde ingressou na Universidade de Coimbra para estudar Direito. Com a morte do pai, interrompeu o curso, retornando ao Brasil em 1808. Liberal e constitucionalista, sonhava com a libertação do Brasil, nos moldes dos princípios adotados pela Revolução Francesa. Aqui no Brasil continuou a estudar, tendo desenvolvido seus conhecimentos na ciência jurídica a tal ponto que chegou a ser advogado de sucesso. Era orador vibrante e eloqüente. Teve atuação firme, destemida e inteligente na condução e envolvimento da Maçonaria na preparação e consecução da Independência.
Alguns fatos de destaque em sua vida:
· Juntamente com o Padre Januário da Cunha Barbosa, um mês após a reabertura da Loja Comércio e Artes, fundou o jornal “Revérbero Constitucional Fluminense” para divulgar as idéias liberais e libertárias. Foi este o órgão doutrinário da Independência brasileira;
· Quando da fundação do Grande Oriente Brasiliano foi eleito por aclamação Primeiro Grande Vigilante, juntamente, com o Grão-Mestre, José Bonifácio de Andrada e Silva;
· Em conjunto com José Bonifácio e seus irmãos Antônio Carlos e Martim Francisco, todos maçons e amigos de D.Pedro, foram os principais articuladores do ingresso deste na Maçonaria;
· Em 20 de maio de 1822 dirigiu ao Príncipe a seguinte exortação: “Quando uma nação muda seu modo de existir e pensar, não pode, nem deve tornar a ser governada como era antes da mudança. O Brasil, elevado à categoria de reino, reconhecido por todas as potências (…), tem inquestionável jus a reempossar-se da porção de soberania que lhe compete, porque o estabelecimento da ordem constitucional é um negócio privativo de cada povo. “A natureza não formou satélites maiores que os seus planetas. A América deve pertencer à América, a Europa àEuropa; porque não debalde o Grande Arquiteto do Universo meteu entre elas espaço imenso que as separa. O momento para estabelecer-se um perdurável sistema, e ligar todas as partes do nosso grande todo, é este. Desprezá-lo éinsultar a Divindade, em cujos decretos ele foi marcado, e por cuja lei apareceu na cadeia do presente. “Tu já conheces os bens e os males que te esperam e à tua prosperidade … Queres? ou não queres? Resolve, Senhor”.
· No dia 1 de agosto de 1822 envia a D.Pedro o seguinte manifesto: “Não temais as Nações Estrangeiras: a Europa que reconheceu a Independência dos Estados Unidos da América, e ficou neutra na luta das colônias espanholas, não pode deixar de reconhecer a do Brasil, que com tanta justiça e tantos meios, e recursos, procura também entrar na grande família das Nações. Do Amazonas ao Prata não retumbe outro eco, que não seja de Independência. Formem todas as nossas províncias o feixe misterioso, que nenhuma força pode quebrar”.
· Ignorando o que havia se passado no Ipiranga em 7 de setembro, pois de São Paulo ao Rio gastavam-se cinco dias, o Grande Oriente Brasiliano, em sua 14ª Sessão, realizada no dia 9 de setembro de 1822 (20º dia do 6º mês), e não 20 de agosto, presidida por Joaquim Gonçalves Ledo, aprovou por unanimidade a moção deste que exigia que fosse proclamada nossa Independência.
José Bonifácio de Andrada e Silva
José Bonifácio, como Ministro do Reino, foi a figura principal do Gabinete do Príncipe Regente, D. Pedro. Foi o primeiro brasileiro a ocupar um Ministério. Tinha 59 anos então. Nascido em Santos, foi educado em Coimbra, onde se tornou professor de sua famosa universidade e secretário da Academia de Ciências de Lisboa. Respeitado nos círculos cultos da Europa, havia viajado por quase todos os países do Velho Continente e mantinha relações pessoais com seus mais notáveis cientistas. Era poderosa sua influência sobre o Príncipe D. Pedro e a Princesa Dona Leopoldina.
Embora não fosse tão virulento e manifesto quanto o era Gonçalves Ledo, vários fatos históricos justificam plenamente o título de Patriarca da Independência com o qual Bonifácio é lembrado. Os acontecimentos de 07 de setembro de 1822 foram, comprovadamente, premeditados e conduzidos por José Bonifácio. Em suas Memórias, Antônio de Menezes Vasconcellos Drumond, emissário da Maçonaria nas províncias de Pernambuco e da Bahia relata detalhadamente os acontecimentos que precederam o Grito do Ipiranga e como José Bonifácio os havia conduzido.
Citaremos a seguir alguns dos fatos entre os inúmeros que contaram com a participação de José Bonifácio:
· Foi o primeiro Grão-Mestre do Grande Oriente Brasiliano eleito por aclamação na data de sua fundação;
· Foi o propositor da iniciação do Príncipe Regente;
· No episódio do Fico, escreve uma vigorosa representação conclamando D.Pedro a permanecer no Brasil. Nesta é possível ler: V. Alteza Real deve ficar no Brasil, quaisquer que sejam os projetos das Cortes Constituintes, não só para o nosso bem geral, mas até para a independência e prosperidade futura do mesmo. Se V. Alteza Real estiver (o que não é crível) deslumbrado pelo indecoroso decreto de 29 de setembro, além de perder para o mundo a dignidade de homem e de príncipe, tornando-se escravo de um pequeno grupo de desorganizadores, terá que responder, perante o céu, pelo rio de sangue que, decerto, vai correr pelo Brasil com a sua ausência….
· Assim como Gonçalves Ledo, às vésperas da Independência, Bonifácio encaminha um manifesto a D. Pedro. Neste ressalta sem nenhuma inibição a revolta brasileira contra o que houve de mais opressivo nos três séculos de dominação colonial. Convidava todas as nações amigas do Brasil a continuarem a manter com este as mesmas relações de mútuo interesse e amizade. O Brasil estava pronto a receber os seus ministros e agentes diplomáticos e a enviar-lhes os seus.
· Os documentos enviados por Bonifácio a D.Pedro e que o alcançaram na colina do Ipiranga eram: carta de D. João a seu filho, carta da princesa D. Leopoldina, carta de Chamberlain, agente secreto do príncipe, instruções das Cortes, exigindo o imediato regresso do príncipe e a prisão e processo de José Bonifácio jáque era o personagem mais importante do movimento emancipador e carta do próprio José Bonifácio, onde à sua maneira viril, ele dizia:
Senhor, as Cortes ordenaram a minha prisão por minha obediência a V. Alteza. E no seu ódio imenso de perseguição atingiriam também aquele que se preza em o servir com lealdade e dedicação do mais fiel amigo e súbdito. O momento não comporta mais delongas ou condescendências. A revolução já está preparada para o dia de sua partida. Si parte, temos a revolução do Brasil contra Portugal e Portugal atualmente não tem recursos para subjugar um levante, que é preparado ocultamente para não dizer quase visivelmente. Si fica, tem V. Alteza contra si o povo de Portugal, a vingança das Cortes, que direi?! Até a deserdação, que dizem já estar combinada. Ministro fiel que arrisquei tudo por minha Pátria e pelo meu Príncipe, servo obedientissimo do Senhor D. João VI, que as Cortes tem na mais detestável coação, eu, como Ministro, aconselho a V. Alteza que fique e faça do Brasil um reino feliz, separado de Portugal, que é hoje escravo das Cortes despóticas. Senhor, ninguém maisdo que sua esposa, deseja sua felicidade e ela lhe diz em carta que com esta será entregue, que V. Alteza deve ficar e fazer a felicidade do povo brasileiro, que o deseja como seu soberano, sem ligações e obediências ás despóticas Cortes portuguesas, que querem a escravidão do Brasil e a humilhação do seu adorado Príncipe Regente. Fique, é o que todos pedem ao Magnânimo Príncipe que é V. Alteza, para orgulho e felicidade do Brasil. E si não ficar correrão rios de sangue nesta grande nobre terra, tão querida do seu Real Pai, que já não governa em Portugal, pela opressão das Cortes; nesta terra que tanto estima V. Alteza e a quem tanto V. Alteza estima. José Bonifácio de Andrada e Silva .
3 – O Contexto Histórico
Desde sua descoberta em 1500, o Brasil foi uma Colônia Portuguesa, sendo explorada desde então pela sua Metrópole. Não tinha, portanto, liberdade econômica, liberdade administrativa e muito menos liberdade política. Como a exploração metropolitana era excessiva e os colonos não tinham o direito de protestar, cresceu o descontentamento dos brasileiros. Estes fatos motivaram as rebeliões conhecidas pelo nome de Movimentos Nativistas, quando ainda não se cogitava na separação entre Portugal e Brasil. A primeira delas foi a Revolta de Beckman em 1684, no Maranhão.
Fora do Brasil, no continente europeu, imperavam as monarquias absolutas. Nas Américas, o colonialismo opressor.
A Independência das colônias norte-americanas em 1776 foi o primeiro acontecimento a inspirar ideais de liberdade nas demais colônias européias da América.
Em 1789 ocorreu aquele que é considerado o mais importante acontecimento da história contemporânea: A Revolução Francesa. Inspirada pelos ideais iluministas, a sublevação do lema “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” ecoou em todo mundo, pondo abaixo regimes absolutistas e ascendendo os valores burgueses.
As idéias condensadas na Ata da Independência Americana e na Declaração dos Direitos do Homem, proclamados pela Revolução Francesa, difundiram-se nas colônias espanholas e na portuguesa do Novo Mundo determinando o despertar de sua emancipação.
Sinteticamente este é o pano de fundo, o ambiente externo, no qual devemos situar o Brasil à época dos fatos que culminaram com a Independência.
Cabe aqui um destaque. Nas colônias espanholas, o grande artífice e comandante do movimento libertador foi o maçom Simón Bolivar. É revelador o fato de que todos os libertadores das colônias americanas foram maçons, a começar por George Washington.
Internamente, no início do século XVIII, com o desenvolvimento econômico e intelectual da colônia, alguns grupos pensaram na Independência Política do Brasil, de forma que os brasileiros pudessem decidir sobre seu próprio destino. Ocorreram, então, a Inconfidência Mineira (1789) que marcou a história pela têmpera de seus seguidores; depois a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução Pernambucana (1817), todas elas duramente reprimidas pelas autoridades portuguesas. Em todos estes movimentos a Maçonaria se fez presente através das Lojas Maçônicas e Sociedades Secretas já existentes, de caráter maçônico tais como: “Cavaleiros da Luz” na Bahia e “Areópago de Itambé” na divisa da Paraíba e Pernambuco, bem como pelas ações individuais ou de grupos de Maçons.
Os Fatos:
O processo histórico que conduziu ao movimento à Independência não foi curto. Na realidade uma longa série de eventos conduziu a este desfecho, sendo que em muitos deles houve a intensa participação maçônica já mencionada nos itens anteriores deste texto. De maneira extremamente sintética reproduziremos aqui esta linha do tempo.
· 1789: Inconfidência Mineira, movimento impregnado pelas idéias liberais da época e de franca hostilidade à administração lusitana e seus métodos.
· 1798: Conjuração Baiana ou a Revolta dos Alfaiates, sob a influência da loja Cavaleiros da Luz deu um sentido mais intelectual ao movimento que contou também com uma ativa participação de camadas populares e tinha ideais republicanos e abolicionistas.
· 1808: D. João e toda família real refugiam-se no Brasil em decorrência da invasão e dominação de Portugal por tropas francesas;
· 1808: D. João assina o decreto da Abertura dos Portos, que extinguia o monopólio português sobre o comércio brasileiro. O Brasil começa a adquirir condições para ter uma vida política independente de Portugal.
· 1810: Ocorre a expulsão dos franceses por tropas inglesas, que passam a governar Portugal com o consentimento de D. João.
· 1815: D. João, adotando medidas progressistas, põe fim na situação colonial do Brasil, criando o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, irritando sobremaneira os portugueses.
· 1817- Revolução Pernambucana: movimento de inspiração nitidamente maçônica e republicana. Triunfante, a princípio, foi logo subjugado. Foi chamada a Revolução dos Padres, pois nela estiveram envolvidos aproximadamente setenta clérigos, muitos deles maçons.
· 1818- D. João VI declara criminosas e proibidas todas e quaisquer sociedades secretas.
· 1820: Cansados da dominação e da decadência econômica do país, os portugueses iniciam uma revolução na cidade do Porto culminando com a expulsão
dos ingleses. Estabelecem um governo temporário, adotam uma Constituição Provisória e impõem sérias exigências a D. João ou sejam:
aceitação da constituinte elaborada pelas cortes;
nomeação para o ministério e cargos públicos;
sua volta imediata para Portugal.
· 22 de Abril de 1821: o Príncipe Herdeiro énomeado Regente do Brasil;
· 26 de abril de 1821: Com receio de perder o trono e sem outra alternativa, em face das exigências da Corte, D. João VI regressa a Portugal;
· Abril de 1821- A volta de D. João VI para Portugal permitiu a reorganização da Maçonaria no Brasil, sob a direção de Joaquim Gonçalves Ledo.
· 1821: Dois decretos das Cortes Gerais portuguesas, são editados na tentativa de submeter e inibir os movimentos no Brasil. Um reduzia o Brasil da posição de Reino Unido à antiga condição de colônia; o outro, considerando a permanência de D. Pedro desnecessária em nossa terra, decretava a sua volta imediata.
· 11 de setembro de 1821: Surge o jornal, “Revérbero Constitucional Fluminense”, redigido por Gonçalves Ledo e pelo Cônego Januário, que teve grande influência no movimento libertador;
24 de dezembro de 1821: é redigida a representação dos paulistas pelo Maçom José Bonifácio de Andrada e Silva, incitando D.Pedro a ficar no Brasil;
O Ano de 1822
· 9 de janeiro de 1822: Dia do Fico, quando, depois de considerar as manifestações, o Príncipe responde: “estou pronto, diga ao povo que fico”. Este episódio, marcou a primeira adesão pública de D. Pedro a uma causa brasileira.
· 16 de janeiro: José Bonifácio foi nomeado Ministro do Príncipe Regente D.Pedro.
· 14 de maio: o título oferecido ao Príncipe de “Defensor Perpétuo do Brasil”;
· 20 de maio: Gonçalves Ledo dirigiu ao Príncipe uma e exortação à Independência;
· maio de 1822: Aconselhado pelo então seu primeiro ministro das pastas do Reino e de Estrangeiros, José Bonifácio, D. Pedro assina o Decreto do Cumpra-se, segundo o qual só vigorariam no Brasil as Leis das Cortes portuguesas que recebessem o cumpra-se do príncipe regente;
· 2 de junho de 1822: Em audiência com D. Pedro, o Irmão José Clemente Pereira leu o discurso redigido pelos Maçons Joaquim Gonçalves Ledo e Januário Barbosa, que explanavam da necessidade de uma Constituinte. D. Pedro comunica a D. João VI que o Brasil deveria ter suas Cortes. Desta forma, convoca a Assembléia Constituinte para elaborar uma Constituição mais adequada ao Brasil. Era outro passo importante em direção à independência;
· 17 de junho de 1822: a Loja Maçônica “Comércio e Artes na Idade do Ouro” resolve criar mais duas Lojas pelo desdobramento de seu quadro. O que leva à criação do “Grande Oriente Brasílico ou Brasiliano”;
· 29 de julho: passa a ser editado o jornal “Regulador Brasílico-Luso”, depois denominado, “Regulador Brasileiro”, redigido pelo Frei Sampaio, que marcou também sua presença e atuação no movimento emancipador brasileiro;
· 1 de agosto: Lançado o Manifesto de Gonçalves Ledo;
· 2 de agosto: por proposta de José Bonifácio, é Iniciado o Príncipe Regente, D. Pedro, adotando o nome histórico de Guatimozim (ultimo imperador Asteca morto em confronto com os colonizadores), e passa a fazer parte do Quadro de Obreiros da Loja “Comércio e Artes”;
· 5 de agosto: por proposta de Joaquim Gonçalves Ledo, que ocupava a presidência dos trabalhos, foi aprovada a Exaltação ao Grau de Mestre Maçom. Portanto foi jásendo Maçom que o Príncipe, no mesmo mês de agosto de 1822 , tomou a medida mais dura em relação a Portugal, declarou inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil sem o seu consentimento.
· 6 de agosto: Lançado o Manifesto de José Bonifácio;
· 14 de agosto: D. Pedro, acompanhado de pequena comitiva, viaja para São Paulo com o propósito de apaziguar os descontentes em São Paulo, aonde chega a 25 e érecebido com grandes pompas.
· 5 de setembro: D.Pedro de São Paulo se dirige para Santos, de onde regressou na madrugada de 7 de setembro. Encontrava-se na colina do Ipiranga, às margens de um riacho, quando recebe as cartas enviadas pelo seu primeiro ministro José Bonifácio. D. Pedro, após tomar conhecimento dos conteúdos das cartas e das notícias trazidas pelos emissários, pronunciou as seguintes palavras: “As Cortes me perseguem, chamam-me com desprezo de rapazinho e de brasileiro. Verão agora quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações; nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal”.
Bibliografia:
Este trabalho foi elaborado tendo como base a bibliografia listada abaixo, sendo que dela foram retirados as idéias centrais, referências e inclusive transcrições literais.
1.A Criação do Grande Oriente e a Independência do Brasil. José Castellani
2.A Independência e o Império do Brasil. Melo Morais
3.A Maçonaria e a independência Brasileira. Tito L. Ferreira e Manoel Rodrigues Ferreira
4.A Maçonaria e a Independência do Brasil. Fuad Haddad
5.A Maçonaria e as Forças Secretas da Revolução. Morival de Calvet Fagundes
6.A Maçonaria na independência do Brasil. Teixeira Pinto
7.A Maçonaria no Brasil e a Independência. Lauro Della Monica
8.História do Grande Oriente do Brasil. José Castellani
9.José Bonifácio – O Dínamo da Independência. José Castellani
10.Os Maçons e a Independência do Brasil. João Alberto de Carvalho
11.Os Maçons na Independência do Brasil. José Castellani

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Qual a reação do brasileiro perante a corrupção?


A maioria dos brasileiros diz está cansado de tantos roubos e problemas na sociedade. Mesmo com tanta indignação, o povo não faz nada. Painel levanta a questão sobre a sociedade brasileira ser acomodada.

A presidente enfrenta o dilema de continuar com a faxina ética no governo e conservar o apoio dos aliados políticos que são alvos frequentes de denúncias de corrupção. Convidados opinam sobre os principais desafios de Dilma Rousseff na presidência.

(Fonte: Entre Aspas)

Galeria de Fotos

Os Cavaleiros Templários - A Origem da Maçonaria

A Maçonaria

MAÇONARIA - TEMPLO DE SALOMÃO

Como tornar-se Maçom

Dan Brown fala sobre a maçonaria

Maçonaria: Ser Maçom

Video que mostra alguns dos grandes Maçons.

O Maçom Luiz Gonzaga - O Gonzagão

Breve história da Loja Cavaleiros do Oriente nº 4.

Stephen John Richard Allen (*)

Meus Ir.:,

A história é parte integral da vida. Sem a presença do passado não teria o presente, e sem o presente, nunca estaremos presentes no futuro.

A “Augusta e Respeitável Loja Simbólica Cavaleiros do Oriente” foi fundada em 24 de outubro de 1932. A loja era a primeira fundada sob a potência da Grande Loja de Pernambuco (apesar seu número ‘04’), sendo fundada apenas 18 dias após da fundação da Grande Loja.
Foram os seguintes IIr.: que elaborarem o estatuto da loja, registrado no dia 06 de junho de 1933, no 1º Cartório de Registro de Títulos e Documentos da Rua Diário de Pernambuco:

Venerável Mestre, Ir.: Zeferino Agra de Lima;
1º Vigilante, Ir.: Samuel Ponce de Leon (que em 1947 foi Venerável Mestre);
2º Vigilante, Ir.: João Capistrano Bezerra;
Orador, Ir.: Abdenago Rodrigues de Araújo;
Secetário, Ir.: Luiz Aurélio de Oliveira;
Tesoureiro, Ir.: Apolinário de Azevedo;
1º Diácono, Ir.: Moysés Cícero do Rego Gomes;
2º Diácono, Ir.: José Lacerda;
Chanceler, Ir.: Edmundo Osmundo Cavalcanti;
Mestre das Cerimônias Ir.: Orlando Feijó de Melo;
Hospitaleiro, Ir.: Joaquim Luiz Rabelo e
Cobridor, Ir.: Otávio Cavalcanti de Alberquerque.

Estes nomes são importantes para todos nós, pois sem estes homens livres e de bons costumes não apenas nossa existência como uma loja não teria sido possível, e é bastante provável que nosso ingresso na Maçonaria também não teria acontecido.

A loja sempre foi cosmopolita. Ela têm uma história expressiva de IIr.: que vieram de outros orientes, como IIr.: Samuel Ponce de Leon, Salvador Moscoso, Manoel Pereira Lopes e Manoel Francisco de Campos que eram do oriente do Portugal.Ir.: Alexandra Markus de Tchecoslováquia, Ir.: Ângelo Papaleo era Italiano,
e eu, Ir.: Stephen John Richard Allen natural de York, Inglaterra. Aliás, a loja, na maioria do tempo, foi composta por mais IIr.: não naturais de Pernambuco de que IIr.: pernambucanos, mostrando a grandiosidade da maçonaria. Podemos olhar em nosso quadro agora para ver IIr.: que são naturais de Espírito Santos, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Ceará, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e São Paulo.
Durante sua história, Cavaleiros do Oriente sempre teve laços estreitos com a grande loja, participando ativamente com seus obreiros e preenchendo cargos importantes. A loja tem a honra de ter em seu quadro obreiros, citamos apenas alguns, que tiveram cargos na Grande Loja de Pernambuco:

Grão Mestre:

1946/48 - Roberto Le Coq de Oliveira;
1954/61 - Salvador Pereira d'Araújo Moscoso;
1964 - Manoel de Lima Filho

Deputado do Grão Mestre:

1949 - 1958 - Oswaldo Andrade

Gr.: Rep.: da Gr.: Lo.: de Pe.: :

1949 - Manoel Pereira Lopes com o Gr.: Or.: de Amazonas
1958 - Oswaldo Andrade com a Gran Logia Occ.: de Columbia – Cali
João Capistrano Bezerra com a Gr.: Lo.: do Est.: de Paraná

A loja teve sete endereços durante a sua longa história. O primeiro endereço da loja foi na Rua do Dique, no bairro de São José, Recife, e passou pela Rua da Aurora, 277, até 1964, quando se mudou para Rua Augusta, 699 e, mais tarde Rua 24 de Maio também no bairro de São José. Um endereço encontrado nos documentos da loja foi Avenida Dantas Barreto, 1253, registrado em 1977.

No final de 1989 a loja foi transferida para o prédio sede da Grande Loja de Pernambuco, na Rua Imperial, 197 no Bairro de São José.

Em 1995 a loja Cavaleiros do Oriente conseguiu seu templo próprio na Rua Dr. Gustavo Pinto, no bairro de Jardim São Paulo.

O prédio da oficina foi construído em 1994 através de ajuda e colaboração de homens como Ir.: Eduardo Guerra que é reconhecido como peça fundamental para a realização da obra, por sua dedicação, carinho e vontade de realizar pelo bem da ordem, Ir.: Fernando Viveiros, Ir.: Eliomar de Almeida e o Ir.: presente ativo José Simão de Góis.

Por causa das enchentes durante os anos setenta, muitos documentos foram destruídos e que contavam a história da loja Cavaleiros do Oriente. A data exata que a loja recebeu o título de ‘benemérita’ é imprecisa, porém a primeira referência do título foi encontrada numa correspondência entre a loja Cavaleiros do Oriente e a Grande Loja de Pernambuco datada dia 12 de março de 1947. No mesmo documento o título Val.: também foi citado.

O título ‘Cinqüentenária’ foi concedido pela Grande Loja de Maçônica de Pernambuco em 2005.

A loja Cavaleiros do Oriente sempre foi ativa na realização de ações sociais, não na busca de reconhecimento como uma boa colaboradora (na maioria das vezes as ações nem foram divulgadas), porém, mais importante, era contribuir na busca de resultados positivos que aquela ação merecia.

Por isto muitas ações sociais da loja não se destacaram na imprensa, na Grande Loja nem foram comentadas entre IIr.: das demais lojas em nosso Or.:.

É claro, falo do trabalho importantíssimo das cunhadas da loja, sem as quais muitas destas ações não teriam sido realizadas.

As ações eram várias, muito mais do que podiam ser colocadas aqui, mas, permitam-me citar algumas; como distribuição emergencial de colchões e roupas após as enchentes que prejudicaram o nosso Or.: de Recife durante os anos 70; recuperação de cadeiras escolares que foram redistribuídas no setor escolar público; distribuição de fraldas descartáveis para creches para mães de baixa renda e fornecimento de medicamentos para o Hospital do Câncer em Recife.

O trabalho da loja Cavaleiros do Oriente é um constante, e após 75 anos de existência de uma loja vibrante, saudável e harmoniosa, esperamos que nossos futuros IIr.: possam celebrar e saudar a loja em seu centenário aniversário.

(*) Ir.: Stephen Allen é Mestre Instalado da Loja Cavaleiros do Oriente nº 4.